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106 AMAZÔNIA REVELADA<br />

Grosso para interessados em outras regiões do país.<br />

Trata-se do golpe da chamada venda por protocolo,<br />

muito similar à já antiga venda por procuração.<br />

Conforme os registros existentes na Secretaria de Assuntos<br />

Fundiários de Mato Grosso, não são poucos os<br />

casos de pessoas logradas nessa jogada, “a grande maioria<br />

delas composta por pequenos empresários agrícolas<br />

do Sul do país”, segundo o secretário Nelson<br />

Reu. É que são esses pequenos empresários os que geralmente<br />

possuem recursos disponíveis para investimentos<br />

em mais terras: “Veja bem: o cidadão possui<br />

uma determinada área de terra lá no Sul, no Paraná,<br />

em São Paulo ou no Rio Grande. Então, chega a ele<br />

essa colonizadora fantasma e lhe oferece terra em<br />

Mato Grosso a um preço baixo (as terras daqui valem<br />

bem menos que as de outras regiões). O que esse empresário<br />

faz: acredita na documentação apresentada<br />

pela empresa, que na maioria das vezes nada mais é<br />

do que o simples protocolo de um processo que deu<br />

entrada no governo de Mato Grosso, vende 1 alqueire<br />

de sua propriedade no Sul e acredita estar comprando<br />

vários alqueires aqui”.<br />

É o “golpe do protocolo”, fruto da burocratização excessiva<br />

a que chegou o sistema governamental brasileiro.<br />

Um protocolo, na verdade, não vale de forma<br />

alguma como documentação, principalmente porque<br />

simboliza apenas que o processo deu entrada no governo<br />

– não se sabe, portanto, se será ou não aprovado<br />

(o governo, a partir da entrada do processo, põe<br />

em funcionamento todo aquele processo de verificação<br />

in loco da veracidade das informações fornecidas,<br />

que podem ser falsas e fornecidas apenas para a obtenção<br />

do protocolo).<br />

Esse protocolo, mais algumas fotografias de uma região<br />

qualquer, informações falsas sobre produtividade,<br />

coisas assim compõem as armas do crime. E pronto:<br />

dentro de algum tempo, esse empresário virá a<br />

Mato Grosso à procura de suas terras, não as encontrará<br />

e procurará o governo do Estado, buscando solução.<br />

Nasce aí, como tantos outros já nascidos, mais<br />

um problema fundiário que o governo dificilmente<br />

conseguirá resolver. (MATO GROSSO S/A, p. 8)<br />

O próprio Intermat tem informado sobre procedimentos<br />

a ser adotados para evitar novas vítimas<br />

desse golpe. Mas verificar os muitos casos conhecidos<br />

de golpes no Estado, isso jamais. Pois é quase certo<br />

que a maioria das elites políticas poderia estar envolvida<br />

neles.<br />

O que fazer, então: primeiro, verificar junto ao Incra<br />

se a empresa vendedora está efetivamente registrada<br />

como colonizadora; segundo, entrar em contato com<br />

a própria secretaria de Assuntos Fundiários do governo<br />

de Mato Grosso para verificar se a dita empresa,<br />

mesmo que exista documentalmente como colonizadora<br />

no Incra, apresentou um anteprojeto de colonização<br />

no Intermat (esse anteprojeto é básico para que<br />

as terras sejam liberadas para revenda aos colonos) e<br />

se ele foi aprovado. A própria Secretaria poderá fornecer<br />

maiores detalhes sobre a região e os aspectos legais<br />

a ela relacionados. Se não houver registro da empresa<br />

no Incra – ou mesmo se houve mas não tiver registrado<br />

nenhum anteprojeto no Intermat –, só há<br />

uma saída: chamar a polícia e deixar o resto com as<br />

autoridades.<br />

Essa consulta ao governo do Estado pode ser feita

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