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108 AMAZÔNIA REVELADA<br />

Os caminhos da colonização<br />

Os povos indígenas da região norte de Mato<br />

Grosso foram, portanto, os primeiros a enfrentar a<br />

avassaladora tomada de suas terras. Os massacres foram<br />

muitos, apenas mudaram os personagens da execução,<br />

quase sempre sumária. Em geral, as rodovias<br />

aparecem como verdadeiros “caminhos da ocupação”.<br />

A BR-163 é um exemplo:<br />

As rodovias que ligam Cuiabá aos recantos mais afastados<br />

do Estado, em qualquer de suas regiões, são as<br />

principais responsáveis por essa verdadeira “invasão”<br />

verificada no território amazônico. A principal delas,<br />

já conhecida como “estrada dos colonos”, a rodovia<br />

Cuiabá-Santarém, a BR-163, ao longo da qual se desenvolveram<br />

quase todos os projetos de assentamento<br />

de colonos do norte.<br />

Aberta com o propósito de servir como corredor de<br />

exportação, ligando boa parte do país ao porto de<br />

Santarém, no Pará, na prática a BR-163 nunca chegou<br />

efetivamente a ser utilizada nesse sentido. A outra br,<br />

a 364, que liga Cuiabá a Porto Velho (daí até Manaus<br />

pela BR-319), se transformou, rapidamente, no mais<br />

viável caminho de exportação. A BR-163 ficou, então,<br />

sendo a estrada dos colonos.<br />

Foi a partir dessa rodovia, que já se transformou na espinha<br />

dorsal do desenvolvimento de Mato Grosso, que<br />

surgiram cidades como Sinop, Colíder, Alta Floresta,<br />

Terra Nova, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso<br />

e Peixoto Azevedo. O próprio asfaltamento da BR-<br />

163, da localidade de Nova Mutum até Sinop, já em<br />

vias de conclusão, representará o peso final para que o<br />

panorama do norte mato-grossense se altere com muito<br />

maior rapidez, segundo prevêem as colonizadoras.<br />

A constituição rápida de uma malha viária em condições<br />

de tráfego permanente sempre foi considerada<br />

estratégica para a ocupação da Amazônia, segundo a<br />

ótica do governo federal. Tão estratégica, que os executores<br />

dos projetos rodoviários são, pelo menos no<br />

início de qualquer implantação, os Batalhões de Engenharia<br />

e Construção do Exército. As empreiteiras<br />

entram sempre no trabalho de complemento ou aperfeiçoamento<br />

da malha já implantada.<br />

Aberta a BR-163, começaram a surgir, então, os primeiros<br />

grandes núcleos de colonização. Primeiro surgiu<br />

Sinop, cidade que levou o nome da mesma colonizadora<br />

que detinha em seu currículo a formação de<br />

grandes e importantes cidades durante a ocupação do<br />

norte paranaense. Antes disso, já existiam ocupações<br />

como Porto dos Gaúchos, localidade colonizada pela<br />

Conomali (Colonizadora Noroeste Mato-grossense<br />

S/A), que levou para uma clareira fértil, aberta às margens<br />

do rio Arinos, toda uma cultura oriunda da mescla<br />

brasileiro-européia do Sul do Brasil. Os primeiros<br />

passos de Porto dos Gaúchos já foram dados em meados<br />

da década de 50, quando ninguém previa a verdadeira<br />

explosão demográfica e cultural pela qual passaria<br />

aquela região, duas décadas mais tarde.<br />

Para regiões como a de Porto dos Gaúchos foi fundamental<br />

a abertura da BR-163, pois esse caminho representou<br />

a redução das dificuldades de acesso que lhe<br />

eram impostas pela distância. Graças a essa melhora,<br />

Porto dos Gaúchos – cuja economia sempre foi baseada<br />

na produção de café e borracha – desmembrouse<br />

em mais dois projetos: Novo Horizonte, que se desenvolve<br />

a passos rápidos, e Juara, que surgiu depois<br />

e atualmente é uma das cidades mais populosas e promissores<br />

da região. Todo esse complexo colonizador

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