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nais especializados. Soa estranho dizerem que não conhecem<br />

a legislação.<br />

O COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO<br />

De 1995 até 2003, 10.726 pessoas foram libertadas pelos<br />

grupos móveis de fiscalização do Ministério do Trabalho<br />

e Emprego. No total, 1.011 propriedades foram<br />

fiscalizadas em 243 operações. Ao final do governo Fernando<br />

Henrique Cardoso, uma comissão elaborou um<br />

conjunto de propostas que deu origem ao Plano Nacional<br />

de Erradicação do Trabalho Escravo, do atual<br />

governo, anunciado em março de 2003. Isso foi possível<br />

graças à maior sensibilização e mobilização de vários<br />

órgãos públicos diante do trabalho escravo (nota<br />

da CPT ao ministro do Trabalho, 6 fev. 2003, p. 3).<br />

Ao final do ano de 2002 implementou-se, no sul<br />

do Pará, uma nova estratégia no enfrentamento do trabalho<br />

escravo: uma ação articulada entre Equipe Móvel,<br />

MPT e Justiça do Trabalho, através da Vara Itinerante,<br />

que trabalhava encaminhando ações civis coletivas<br />

e bloqueando a conta da empresa infratora que se<br />

negasse a pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores.<br />

Nos primeiros dezenove meses do governo Lula,<br />

6.465 pessoas foram libertadas da condição de escravo,<br />

segundo o balanço da Comissão Nacional de Erradicação<br />

do Trabalho Escravo. Nesse período foram<br />

feitas 99 operações em 387 propriedades rurais que resultaram<br />

em 2.600 autuações e no pagamento de 8,7<br />

milhões de reais em direitos trabalhistas.<br />

INICIATIVAS RECENTES<br />

O governo de Mato Grosso, por meio das secretarias<br />

JAN ROCHA 261<br />

de Trabalho, Emprego e Cidadania (Setec) e de Desenvolvimento<br />

Rural (Seder), lançou a campanha<br />

educativa “Cidadania Sim, Trabalho Escravo Não” no<br />

Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. Um<br />

evento com a participação de representantes governamentais<br />

estaduais e federais, entidades sindicais, organizações<br />

não-governamentais, movimentos sociais e<br />

sociedade civil. O objetivo da campanha é implementar<br />

ações socioeducativas nas relações de trabalho em<br />

Mato Grosso, a fim de promover a conscientização de<br />

todos e combater a prática do trabalho escravo, que<br />

contraria os princípios de cidadania defendidos pela<br />

sociedade em geral. O lançamento da campanha incluiu<br />

a assinatura de um termo de cooperação para<br />

que as ações educativas sejam implementadas em<br />

Mato Grosso.<br />

O governo do Estado conta com a Procuradoria<br />

Regional do Trabalho em Mato Grosso, a Delegacia<br />

Regional do Trabalho, entidades representativas laborais<br />

e patronais e a Organização Internacional do Trabalho<br />

(OIT) na organização e execução dessa campanha.<br />

Em julho, a Justiça do Trabalho de Marabá, no<br />

sul do Pará, fixou a maior indenização por dano moral<br />

coletivo contra um fazendeiro acusado de manter<br />

28 trabalhadores escravizados em suas terras. Os lavradores<br />

dormiam em tendas de lona, não tinham<br />

água potável e compravam comida fazendo dívidas<br />

na cantina da fazenda. O pecuarista Euclebe Vessoni,<br />

dono da fazenda Ponta de Pedra, vai desembolsar<br />

380.000 reais em doze parcelas. O eventual descumprimento<br />

do acordo firmado poderá sair mais caro –<br />

no caso, a dívida crescerá para 1,9 milhão de reais. O<br />

dinheiro será revertido ao Fundo de Amparo ao Tra-<br />

balhador (FAT).

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