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340 AMAZÔNIA REVELADA<br />

gráficos, a proposta considerou fortemente o aproveitamento<br />

de terras indígenas e de reservas já estabelecidas.<br />

A área de influência da BR-163 abriga dois desses<br />

corredores: o Sul da Amazônia e os Ecótonos Cerrado-Amazônia.<br />

As reservas dos interflúvios Madeira-<br />

Tapajós, Tapajós-Xingu e Xingu-Araguaia/Tocantins<br />

estão dispostas espacialmente, em conjunto com terras<br />

indígenas, de maneira a traçar um bom prognóstico<br />

de conectividade para o Corredor Sul da Amazônia.<br />

O ponto de maior suscetibilidade desse corredor<br />

fica exatamente na sua intercessão com a BR-163, onde<br />

processos de desmatamento estão mais acelerados e<br />

faltam unidades de conservação para conectar as florestas<br />

nacionais de Itaituba e do Tapajós com as áreas<br />

protegidas da Terra do Meio.<br />

É importante ressaltar que a divisão da Amazônia<br />

em ecorregiões, assim como em áreas de endemismo,<br />

é uma tentativa de reunir o máximo de informações<br />

disponíveis para nortear urgentes tomadas de decisões.<br />

Uma compreensão mais rica e detalhada deverá<br />

emergir após compilações e análises de dados sobre<br />

a composição da biodiversidade de vários locais da região.<br />

Os dados desse trabalho, contudo, já enfatizam<br />

que a distribuição das unidades de conservação é extremamente<br />

assimétrica entre diferentes ecorregiões, e<br />

que considerável parte da biodiversidade existente na<br />

área de influência da rodovia está sob séria ameaça.<br />

Graças ao reduzido número de unidades de conservação<br />

nas florestas secas de Mato Grosso, o corredor<br />

dos Ecótonos Cerrado-Amazônia necessita de<br />

muito mais áreas protegidas e um brusco freio nos<br />

processos de devastação para assegurar a dispersão dos<br />

organismos nos últimos remanescentes de vegetação<br />

nativa dessa ecorregião.<br />

SERVIÇOS ECOLÓGICOS NA ÁREA DA BR-163<br />

Ecorregiões ou áreas de endemismo falam muito pouco<br />

sobre serviços ecológicos. Áreas que desempenham<br />

papéis importantes no ecossistema nem sempre possuem<br />

composição biótica ou características geoclimáticas<br />

diferenciadas. Portanto, geralmente não se apresentam<br />

distintas em análises onde tais fatores são avaliados<br />

em conjunto.<br />

Duas funções ecológicas desempenhadas em áreas<br />

específicas da região de influência da rodovia devem<br />

ser mencionadas:<br />

1) Os ecossistemas aquáticos e as matas inundáveis<br />

A biota aquática e os ecossistemas inundáveis da<br />

Amazônia são surpreendentemente negligenciados<br />

por estudos biogeográficos. Não se sabe quão diferentes<br />

são as sub-bacias do Amazonas em termos de composição<br />

de fauna. Do mesmo modo, estudos para avaliar<br />

os padrões de endemismo nas áreas alagadas da<br />

Amazônia são praticamente inexistentes. Essa situação<br />

parece alarmante, uma vez que boa parte desses ecossistemas,<br />

sobretudo os localizados na área de influência<br />

da BR-163, encontra-se em estágio avançado de devastação<br />

e modificação de paisagem, apesar da sua<br />

grande importância ecológica para a reprodução e manutenção<br />

da fauna aquática.<br />

Como visto anteriormente, o sistema atual de<br />

áreas protegidas para as várzeas de Monte Alegre e<br />

Gurupá não é suficiente. Piores são as situações das<br />

áreas inundáveis ao longo dos dois grandes rios da<br />

área de influência, o Tapajós e o Xingu. A vegetação<br />

das margens do Tapajós encontra-se protegida em<br />

cinco unidades de conservação: o Parque Nacional

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