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uso dos escassos recursos públicos deixa claro que não<br />

basta dispor de bom projeto técnico e estimar os benefícios<br />

que ele iria gerar: é indispensável que o modelo<br />

de financiamento seja capaz de induzir a obtenção<br />

dos benefícios e de canalizar, ao menos, uma parcela<br />

de tais benefícios para o pagamento dos recursos<br />

desembolsados, sob pena de não viabilizar o investimento.<br />

Um segundo aspecto será, evidentemente, a<br />

natureza e a fonte dos recursos desembolsados, bem<br />

como a forma de coleta e canalização da parcela de benefício,<br />

seja ele de uma instituição privada (bancos,<br />

fundos etc.) ou pública.<br />

No mesmo sentido, a canalização de parcela dos<br />

benefícios auferidos para o pagamento dos custos de<br />

implantação não é uma simples decisão administrativa,<br />

isenta de pressões e neutra quanto aos impactos.<br />

Ela se traduz efetivamente em captura de uma parte da<br />

estimativa de valor dos benefícios gerados e auferidos<br />

por diferentes categorias sociais, assim como dos prejuízos<br />

provocados, reais ou potencias, presentes e futuros,<br />

muitos deles de difícil mensuração. Sua efetivação<br />

depende, portanto, da possibilidade de entendimento<br />

entre as partes envolvidas e de negociação social sobre<br />

a matéria. Do contrário, as dificuldades e os custos serão<br />

bem maiores, podendo até inviabilizar o projeto.<br />

Assim, tendo em conta a aceleração dos retornos<br />

sociais e, em grau ainda mais sensível, a busca de sustentação<br />

técnica, econômico-financeira e política do<br />

projeto, é imprescindível que seus três elementos centrais<br />

estejam institucionalmente articulados:<br />

• o projeto da rodovia, socialmente discutido e integrado<br />

ao desenvolvimento econômico e social<br />

do território;<br />

ROMULO ORRICO E JOAQUIM ARAGÃO 463<br />

• o financiamento, estruturado com base não<br />

apenas nas fontes de crédito, mas nos benefícios<br />

auferidos e potencializados;<br />

• a gestão participativa de todas as atividades componentes<br />

do conjunto integrado de políticas públicas<br />

na área do projeto e não apenas com relação<br />

à implantação da infra-estrutura viária em si.<br />

A articulação necessária deve envolver interesses<br />

sociais, políticos e econômicos da área em torno do<br />

projeto, reduzindo os riscos políticos e possibilitando<br />

ganhos de eficiência e eficácia.<br />

O conceito a ser utilizado é uma adaptação do<br />

conceito de investimentos integrados em infra-estrutura<br />

e empreendimentos, ou simplesmente 3IE. Este<br />

último, inicialmente nomeado “projeto-empreendi-<br />

mento”, foi cunhado pelos membros do RESET 1 , com<br />

vistas a um modelo de financiamento de infra-estrutura<br />

e operação de transporte urbano de média e alta<br />

capacidade, em um estudo encomendado pelo BNDES.<br />

Ele reúne dois outros conceitos: transporte-empreendimento<br />

e agência de desenvolvimento transporte uso<br />

do solo, este rebatizado de EPP – entidade promotora<br />

participativa.<br />

O conceito de transporte-empreendimento envolve,<br />

de modo ampliado, os diversos setores públicos e privados<br />

em grandes projetos de desenvolvimento do espaço<br />

urbano onde os investimentos em transportes se<br />

tornem necessários.<br />

Ele deriva do conceito de captura de valor (value capture)<br />

ou de benefício decorrente da implantação, de<br />

expansão ou de melhoria de infra-estrutura de transporte,<br />

e tem longa história nas finanças públicas. A

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