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de 100.000 a 120.000 reais cada operação, segundo<br />

informações obtidas na região, têm sido realizados<br />

para expulsar trabalhadores sem-terra acampados inclusive<br />

em áreas públicas reivindicadas por fazendeiros,<br />

cujos processos de desocupação no Incra em favor<br />

dos trabalhadores estão adiantados, pouco faltando<br />

para serem concluídos.<br />

Muitas dessas operações são revestidas de crueldade,<br />

com emprego de violência desproporcional e injustificável<br />

pelos policiais contra agricultores... 39<br />

A Segurança Pública, ao defender abertamente o<br />

interesse privado, conta com apoio de setores do Judiciário<br />

que ungem sua violência com a aura do “manter<br />

a lei e a ordem”. À aliança do Estado com o interesse<br />

privado são fundamentais as milícias particulares,<br />

que agem sob a guarida e em consonância com o<br />

poder público.<br />

Essas milícias particulares, auto-intituladas<br />

“empresas de segurança”, fazem as vezes da Segurança<br />

Pública – organizam blitze em rodovias, exigem<br />

documentos de passantes etc. e atuam livremente,<br />

dentro e fora das fazendas: seqüestram, aprisionam,<br />

torturam, executam... Agem com a anuência da própria<br />

polícia, numa colaboração que parece ser muito<br />

bem recebida. A presença de tais “empresas” é particularmente<br />

notória nos despejos, “complementando”<br />

o trabalho da polícia. As ações da Delegacia de Conflitos<br />

Agrários do Estado do Pará, por exemplo, que<br />

não atua senão contra os sem-terra, são normalmente<br />

seguidas da entrada dessas “milícias de segurança”<br />

particulares nas áreas de conflito40 . Há casos em que<br />

participantes de ocupações são capturados e, depois<br />

de espancados e torturados, entregues por essas “fir-<br />

MAURÍCIO TORRES 285<br />

Do nobre ponto ao mais humilde, a motivação do comércio<br />

sugere a cotidiana dinâmica de violência.<br />

FOTOS: Maurício Torres e Cecília Gontijo

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