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364 AMAZÔNIA REVELADA<br />

Moradores da comunidade Cocalino, margem esquerda do<br />

igarapé Tracoá, interior do Parque Nacional da Amazônia. A<br />

área fora desocupada na década de 1980. Alguns dos antigos<br />

habitantes, sem indenização, vivem hoje na comunidade de Vila<br />

Raiol. No início da década de 1990, a área foi ocupada por<br />

novos contingentes em busca de terra, pessoas vindas para a<br />

região nas décadas de 1970 e 1980, atraídas pelos projetos<br />

de colonização e garimpos.<br />

FOTO: Right Ball Washer<br />

Em pleno interior do Parque Nacional da Amazônia, placa<br />

anuncia a tentativa de apropriação.<br />

FOTO: Maurício Torres<br />

ambiental (cf. OLIVEIRA, 1997 e Maurício TORRES,<br />

neste volume).<br />

Além da demanda pela terra, as ocupações agra-<br />

vavam-se pela queda da produção e do preço do ouro<br />

na entredécada de 1980-90. Dos populosos garimpos<br />

do rio Tapajós partiam, então, inúmeras pessoas à procura<br />

de outro lugar para viver. Assim, antes de se acabarem<br />

as violentas ações de retirada dos moradores, a<br />

situação do largo entorno encarregava-se de pressionar<br />

novas famílias para dentro do perímetro da reserva.<br />

Até hoje, o Parque Nacional da Amazônia não<br />

foi demarcado. Isso agrava, particularmente, a situação<br />

do arco que contorna o perímetro urbano de Itaituba<br />

e é a área de maiores pressões de madeireiros,<br />

grileiros e posseiros. A falta dos marcos colaborou<br />

para a ocupação do Parque nos últimos vinte anos.<br />

Os pioneiros de comunidades como Nova Conquista,<br />

Novo Arixi e Cocalino, localizadas sobre a linha limítrofe<br />

do Parque, foram unânimes em afirmar que<br />

sabiam haver uma reserva ambiental. Na falta de<br />

qualquer demarcação, entendiam como limite os igarapés<br />

Tracoá e Arixi, quase paralelos à divisa. De fato,<br />

os marcos naturais foram e são efetivamente respeitados<br />

como limite do Parque.<br />

Em visitas às comunidades, em janeiro e fevereiro<br />

de 2005, foi feito o georreferenciamento dos limites<br />

de cada uma delas. Os pontos eram plotados sob<br />

uma imagem de satélite, com a marcação dos limites<br />

do Parque Nacional da Amazônia. Em diversas situações<br />

houve a oportunidade de expor e compartilhar<br />

com os moradores a imagem que marcava a posição<br />

deles em relação aos contornos da reserva. A avidez<br />

mostrada pela informação era compreensível: mais<br />

uma vez, essas pessoas assistem à ameaça não só ao seu

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