19.04.2013 Views

A FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO DE SUPERFÍCIE - Fadisp

A FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO DE SUPERFÍCIE - Fadisp

A FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO DE SUPERFÍCIE - Fadisp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

solo era dono de tudo aquilo que se erguesse ou existisse sobre ele, pois considera-se a<br />

superfície uma parte do solo, inicialmente a ele ligado, não se viabilizando a transferência<br />

de um elemento ou de outro.<br />

Desta monta, em decorrência da grande expansão romana, estes, não<br />

vislumbrando outra forma para manutenção das terras conquistadas, passaram a<br />

permitir a instalação e construção de hospedarias (aedes superficiarias) e lojas<br />

bancárias (tabernas argentarias) ao longo as estradas, enquanto estes, ou seja, os<br />

hospedadores e banqueiros se regularizavam. 27<br />

Neste sentido pontua o Silvio de Salvo Venosa 28<br />

“”a superfície é um instituto de origem exclusivamente romana. Decorreu da necessidade<br />

prática de se permitir a construção em solo alheio, principalmente sobre bens públicos.<br />

Os magistrados permitiam que comerciantes instalassem tabernas sobre as ruas,<br />

permanecendo o solo em poder do Estado. Entre particulares, o instituto estabelecia-se<br />

por contrato. É consagrado como direito real em coisa alheia na época clássica. Permitiase<br />

a plena atribuição do direito de superfície a quem, sob certas condições, construísse<br />

em terreno alheio. Assim, passou-se a permitir que o construtor tivesse obra separada do<br />

solo. No entanto, sob o ponto de vista romano, o direito de superfície somente era<br />

atribuído as construções, não se aplicando as plantações em terreno alheio.”<br />

Por fim, arrematando este entendimento, José Guilherme Braga Teixeira 29<br />

discorre:<br />

“As conquistas territoriais que foram sendo feitas pelos romanos acarretam enorme<br />

ampliação dos lindes do Império, aparecendo as grandes propriedades (latifundia). A<br />

necessidade de fixar pessoas nas terras conquistadas, a fim de garantir tais terras em<br />

favor de Roma, levou os romanos a facilitares a ocupação e o cultivo delas. Avista disso,<br />

enquanto se aplicava o ager vectigalis na parte ocidental do império, na sua parte oriental<br />

27<br />

TEIXEIRA, José Guilherme Braga. Da propriedade, da superfície e das servidões. Arts. 1.277 a 1.389.<br />

In: ARRUDA ALVIM, José Manuel de; ALVIM Thereza (orgs.) Comentários ao Código Civil Brasileiro. v.<br />

12. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 256.<br />

28<br />

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, v. 5: Direito das Coisas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.p. 390 e<br />

391.<br />

29<br />

TEIXEIRA, José Guilherme Braga. O Direito Real de Superfície. São Paulo: Revista dos Tribunais,<br />

1993. p. 17.<br />

20

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!