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tudo que é sólido desmancha no ar - Comunicação, Esporte e Cultura

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indivíduo plenamente desenvolvido” começa com uma distinção entre “a indústria<br />

moderna” e “seu modelo capitalista”, modelo <strong>no</strong> qual ela ap<strong>ar</strong>ece pela primeira vez. “A<br />

indústria moderna nunca vê o modelo vigente de processo produtivo como definitivo.<br />

Sua base t<strong>é</strong>cnica <strong>é</strong> revolucionária, enquanto todos os modos de produção anteriores<br />

eram essencialmente conservadores. Atrav<strong>é</strong>s de maquin<strong>ar</strong>ia, processos químicos e<br />

outros m<strong>é</strong>todos, está continuamente causando mudanças, não somente nas bases<br />

t<strong>é</strong>cnicas de produção, mas tamb<strong>é</strong>m nas funções do trabalhador e nas relações<br />

sociais decorrentes do processo de trabalho. Ao mesmo tempo isso tamb<strong>é</strong>m<br />

revoluciona a divisão de trabalho. “ (MER, p. 413) Nesse ponto M<strong>ar</strong>x cita, em <strong>no</strong>ta de<br />

rodap<strong>é</strong>, a passagem do Manifesto <strong>que</strong> começa com “A burguesia não pode existir<br />

sem revolucion<strong>ar</strong> continuamente os meios de produção”, e termina com “Tudo o <strong>que</strong><br />

<strong>é</strong> <strong>sólido</strong> <strong>desmancha</strong> <strong>no</strong> <strong>ar</strong>”. Aqui, como <strong>no</strong> Manifesto e em todos os outros lug<strong>ar</strong>es, o<br />

processo capitalista de produção e troca representa a força <strong>que</strong> modernizou o<br />

mundo; agora, <strong>no</strong> entanto, o capitalismo tor<strong>no</strong>u-se um empecilho, um ret<strong>ar</strong>dador da<br />

modernidade, e deve continu<strong>ar</strong> nessa direção p<strong>ar</strong>a <strong>que</strong> a permanente troca da<br />

indústria moderna continue ocorrendo e o “indivíduo plenamente realizado” floresça.<br />

Veblen detect<strong>ar</strong>a essa dualidade em The Theory of Business Enterprise, 1904, onde<br />

distingue entre um com<strong>é</strong>rcio mesquinho e, ligado a ele, uma indústria aberta e<br />

revolucionária. Mas falta a Veblen o interesse <strong>que</strong> tem M<strong>ar</strong>x pela relação entre o<br />

desenvolvimento da indústria e o desenvolvimento do indivíduo.<br />

10. No primeiro capítulo de O Capital, M<strong>ar</strong>x não se cansa de reiter<strong>ar</strong> <strong>que</strong> “o valor<br />

das mercadorias <strong>é</strong> exatamente o oposto da materialidade grosseira de sua<br />

composição; nenhum átomo de materialidade entra na composição de seu valor”. Cf.<br />

MER, p. 305, 312-4, 317, 328, 343.<br />

336<br />

11. Os valores, temas críticos e p<strong>ar</strong>adoxais desse p<strong>ar</strong>ágrafo, são desenvolvidos<br />

brilhante mente na tradição dissidente (do Leste europeu) do humanismo m<strong>ar</strong>xista,<br />

<strong>que</strong> vai de pensadores como Kolakowski em sua fase pós-stalinista (e pr<strong>é</strong>-oxonia<strong>no</strong>)<br />

e pensadores da “Primavera de Praga’ 1 , <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 60, a George Konrad e Alexander<br />

Zi<strong>no</strong>viev, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 70. As v<strong>ar</strong>iantes russas na discussão desse tema serão discutidas<br />

<strong>no</strong> cap. IV.<br />

12.The Persian Letters (1721), trad. J. Robert Loy (Meridian, 1961), C<strong>ar</strong>tas 26, 63,<br />

362

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