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tudo que é sólido desmancha no ar - Comunicação, Esporte e Cultura

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dos seus p<strong>é</strong>s, em <strong>que</strong> a burguesia produz e se apropria de produtos”. A vida e a<br />

energia interiores do desenvolvimento burguês acab<strong>ar</strong>ão por alij<strong>ar</strong> do processo a<br />

classe <strong>que</strong> pioneiramente os trouxe à vida. Podemos ver esse movimento dial<strong>é</strong>tico<br />

tanto na esfera do desenvolvimento pessoal como na do econômico: em um<br />

sistema <strong>no</strong> qual todas as relações são voláteis, como podem as formas<br />

capitalistas devida — propriedade privada, trabalho assal<strong>ar</strong>iado, valor de troca, a<br />

insaciável busca de lucro — subsistir isoladas? Quando os desejos e a<br />

sensibilidade das pessoas, de todas as classes, se tornam abertos a <strong>tudo</strong> e<br />

insaciáveis, sintonizados com a permanente sublevação em todas as esferas da<br />

vida, haverá alguma coisa <strong>que</strong> consiga mantê-los fixos e imobilizados em seus<br />

pap<strong>é</strong>is burgueses? Quanto mais furiosamente a sociedade burguesa exort<strong>ar</strong> seus<br />

membros a crescer ou perecer, mais esses vão ser impelidos a fazê-la crescer de<br />

modo desmesurado, mais furiosamente se volt<strong>ar</strong>ão contra ela como uma draga<br />

impetuosa, mais implacavelmente lut<strong>ar</strong>ão contra ela, em <strong>no</strong>me de uma <strong>no</strong>va vida<br />

<strong>que</strong> ela própria os forçou a busc<strong>ar</strong>. Aí então o capitalismo entr<strong>ar</strong>á em combustão<br />

pelo calor das suas próprias incandescentes energias. Após a Revolução, “<strong>no</strong><br />

curso do desenvolvimento”, depois <strong>que</strong> o bem-est<strong>ar</strong> for redistribuído, depois <strong>que</strong> os<br />

privil<strong>é</strong>gios de classe forem eliminados, depois <strong>que</strong> a educação for livre e universal,<br />

e os trabalhadores puderem control<strong>ar</strong> os meios pelos quais o trabalho será<br />

organizado, então — assim profetiza M<strong>ar</strong>x <strong>no</strong> clímax do Manifesto — então,<br />

finalmente,<br />

em lug<strong>ar</strong> da velha sociedade burguesa, com suas classes e seu<br />

antagonismo de classes, teremos uma associação em <strong>que</strong> o livre<br />

desenvolvimento de cada um será a condição p<strong>ar</strong>a o livre<br />

desenvolvimento de todos. (p. 353)<br />

Então a experiência do autodesenvolvimento, livre das pressões e distorções do<br />

mercado, poderá prosseguir livre e espontaneamente; em vez<br />

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do pesadelo em <strong>que</strong> foi transformado pela sociedade burguesa, poderá torn<strong>ar</strong>-se fonte<br />

de alegria e beleza p<strong>ar</strong>a todos.<br />

Gost<strong>ar</strong>ia de recu<strong>ar</strong> p<strong>ar</strong>a um pouco antes do Manifesto Comunista, por um breve<br />

momento, a fim de mostr<strong>ar</strong> como <strong>é</strong> crucial p<strong>ar</strong>a M<strong>ar</strong>x o ideal desenvolvimentista, dos<br />

primeiros ao último dos seus escritos. Seu ensaio de juventude sobre o “Trabalho<br />

Alienado”, escrito em 1844, exalta — como a verdadeira alternativa humana ao trabalho<br />

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