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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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164 GÊNESIS 29 - 31<br />

Raquel. O que Jacó não percebeu foi que<br />

Labão era um engana<strong>do</strong>r experiente que controlaria<br />

sua vida pelos próximos vinte anos.<br />

Na empolgação daquele momento de decisão,<br />

que incluía aceitar um emprego e ficar<br />

noivo de uma bela mulher, Jacó não notou<br />

que Labão não fez promessa alguma de que<br />

lhe daria Raquel no final <strong>do</strong>s sete anos. Apenas<br />

concor<strong>do</strong>u que lhe daria Raquel como<br />

esposa.<br />

Mais uma vez, vemos crescimento no caráter<br />

de Jacó enquanto ele, pacientemente,<br />

serviu Labão durante sete anos difíceis. Ser<br />

pastor de ovelhas não é um trabalho fácil, e<br />

sete anos é um boca<strong>do</strong> de tempo, mas o<br />

amor de Jacó por Raquel tornou o far<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

trabalho mais leve e fez com que o tempo<br />

passasse rapidamente. Alguém disse, de forma<br />

acertada, que a felicidade consiste em<br />

ter alguém para amar, algo para fazer e alguma<br />

expectativa; Jacó tinha essas três coisas.<br />

A dissimulação (w. 21-30). O homem que<br />

enganou o pai foi engana<strong>do</strong> pelo sogro, e o<br />

homem que se passou por primogênito recebeu<br />

a primogênita como esposa.' É uma<br />

lei inescapável da vida que ce<strong>do</strong> ou tarde<br />

colhemos aquilo que semeamos (Gl 6:7, 8).<br />

Em sua graça, Deus per<strong>do</strong>a nossos peca<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> os confessamos (1 Jo 1:9), porém<br />

em sua justiça, permite que arquemos com<br />

as conseqüências desses peca<strong>do</strong>s. Para Jacó,<br />

a decepção foi só o começo da colheita.<br />

As mulheres <strong>do</strong> Oriente eram mantidas<br />

em certa reclusão e, naquela cultura, não<br />

havia nada pareci<strong>do</strong> com "namoro". Mas<br />

certamente Jacó teve a oportunidade de conhecer<br />

Raquel e Lia relativamente bem durante<br />

aqueles sete anos. Então, como foi tão<br />

facilmente engana<strong>do</strong>? Ten<strong>do</strong> em vista que<br />

os aposentos nupciais eram escuros, que a<br />

noiva usava um véu (Gn 24:65) e que, talvez,<br />

na intimidade <strong>do</strong> leito nupcial, tivesse<br />

apenas sussurra<strong>do</strong> suas palavras, como Jacó<br />

poderia saber quem era a mulher?<br />

Será que Jacó havia comemora<strong>do</strong> demais?<br />

Talvez.2 Ou pode ser que estivesse<br />

inebria<strong>do</strong> demais de tanto amor apaixona<strong>do</strong><br />

(Pv 5:19). Lia concor<strong>do</strong>u com a intriga<br />

ou seu inescrupuloso pai obrigou-a a lhe<br />

obedecer? E onde estava Raquel enquanto<br />

esse drama se desenrolava? Podemos imaginar<br />

várias possibilidades, mas é impossível<br />

ter certeza de qualquer uma delas.<br />

Se Lia quisesse, poderia facilmente ter<br />

revela<strong>do</strong> toda a intriga, mas teria envergonha<strong>do</strong><br />

Labão diante de seus convida<strong>do</strong>s e<br />

até leva<strong>do</strong> Jacó a ser expulso da casa deles<br />

sem sua amada Raquel. Então, pelo resto de<br />

sua vida, Lia teria de viver com uma irmã<br />

desiludida e com um pai ira<strong>do</strong>, que encontraria<br />

alguma forma de vingar-se da filha mais<br />

velha. Assim, não valeria a pena revelar o<br />

que estava acontecen<strong>do</strong>. A minha impressão<br />

é de que Lia foi cúmplice voluntária, feliz<br />

por conseguir um mari<strong>do</strong> tão trabalha<strong>do</strong>r<br />

quanto Jacó e que, um dia, herdaria toda a<br />

riqueza de Isaque e desfrutaria as bênçãos<br />

da aliança de Abraão. Sem dúvida, ela sabia<br />

que Raquel também seria parte da negociação,<br />

mas estava disposta a correr os riscos,<br />

quaisquer que fossem as dificuldades <strong>do</strong> futuro.<br />

É possível que Lia tenha "toma<strong>do</strong> emprestadas"<br />

algumas das roupas de sua irmã<br />

e, talvez, até aprendi<strong>do</strong> a imitar alguns de<br />

seus gestos. Se foi esse o caso, tratou Jacó<br />

exatamente da forma como ele havia trata<strong>do</strong><br />

o pai ao passar-se por Esaú.<br />

Imagine, porém, o noivo acordan<strong>do</strong> na<br />

primeira manhã de sua semana de comemorações<br />

nupciais só para descobrir que havia<br />

se casa<strong>do</strong> com a mulher errada! No meio <strong>do</strong><br />

povo semita, era costume tratar o noivo e a<br />

noiva como reis durante setes dias depois<br />

de seu casamento, mas Jacó deve ter se senti<strong>do</strong><br />

mais como o bobo da corte. Labão o<br />

havia logra<strong>do</strong>, mas Jacó não tinha o que fazer,<br />

pois o patriarca da casa era sua autoridade<br />

suprema. Seu sogro inescrupuloso havia<br />

casa<strong>do</strong> duas filhas com um homem que, provavelmente,<br />

seria extremamente rico e, além<br />

disso, como brinde, havia garanti<strong>do</strong> mais sete<br />

anos de serviço <strong>do</strong> seu genro!<br />

Jacó queixou-se da forma como ele e<br />

Raquel foram trata<strong>do</strong>s por Labão, mas aceitou<br />

mansamente sua sorte e voltou a trabalhar<br />

durante mais sete anos. Aos poucos,<br />

Jacó aprendia a submeter-se à amorosa mão<br />

<strong>do</strong> Senhor, crescen<strong>do</strong> na fé e em caráter. No<br />

final da semana de comemorações, Jacó<br />

casou-se com Raquel, a mulher que amava,

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