27.07.2018 Views

[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ê X O D O 20:22 - 24:8 295<br />

fim, conseguisse voltar a andar, o agressor<br />

seria eximi<strong>do</strong> de futuras acusações. No entanto,<br />

teria de reembolsar a vítima pelo tempo<br />

de trabalho que tivesse perdi<strong>do</strong> e por despesas<br />

médicas.<br />

Escravos (w. 20,21). O princípio é aplica<strong>do</strong>,<br />

em seguida, ao senhor e a seus escravos.<br />

Deus não queria que os escravos fossem vistos<br />

como propriedades materiais, mas sim<br />

como seres humanos cria<strong>do</strong>s à imagem de<br />

Deus e merece<strong>do</strong>res de seus direitos humanos.<br />

Se, ao disciplinar um escravo (Pv 10:13;<br />

13.24), seu senhor fosse longe demais e o<br />

matasse, o senhor seria castiga<strong>do</strong>. Não nos é<br />

dito qual era o castigo, mas é provável que<br />

fosse determina<strong>do</strong> pelos juizes (ver Êx 21:22)<br />

e que dependesse de existir ou não a intenção<br />

de matar. (É difícil crer que um senhor<br />

iria querer destruir sua propriedade e perder<br />

a renda que o escravo produzia.) Se, depois<br />

de alguns dias, o escravo se recuperasse, seu<br />

senhor não era castiga<strong>do</strong>, pois já havia perdi<strong>do</strong><br />

a renda referente ao perío<strong>do</strong> de convalescença<br />

<strong>do</strong> escravo.<br />

Ferimentos sofri<strong>do</strong>s por uma mulher grávida<br />

(vv. 22, 23). Trata-se da esposa de um<br />

<strong>do</strong>s homens envolvi<strong>do</strong>s numa briga em que<br />

um deles é o mari<strong>do</strong> dela, que estava perden<strong>do</strong>?<br />

Não sabemos. Os estudiosos não<br />

apresentam um consenso quanto à tradução<br />

<strong>do</strong> versículo 22. Quan<strong>do</strong> se diz: "forem causa<br />

de que aborte", a referência é a um parto<br />

prematuro ou a um aborto em si? A frase:<br />

"porém sem maior dano" (quer para a mãe<br />

ou para o bebê) sugere que a primeira idéia<br />

faz mais senti<strong>do</strong>, uma vez que um aborto<br />

seria, sem dúvida, mais grave.<br />

Mesmo que nem a mãe nem a criança se<br />

ferissem, o tribunal devia cobrar uma multa<br />

<strong>do</strong> homem culpa<strong>do</strong> dessa agressão contra<br />

alguém que não fazia parte da briga. Independentemente<br />

da intenção <strong>do</strong> homem,<br />

aquilo que havia feito poderia ter causa<strong>do</strong><br />

a morte da mãe, da criança ou de ambas.<br />

No entanto, se houvesse algum ferimento<br />

grave, isto é, se a mãe e/ou a criança fossem<br />

lesadas, o tribunal devia seguir a /ex<br />

talionis ("Pena de Talião"; vv. 23-25), de acor<strong>do</strong><br />

com a qual: "O castigo deve corresponder<br />

ao crime".5<br />

Esse princípio foi critica<strong>do</strong> com severidade<br />

por alguns como sen<strong>do</strong> "bárbaro", mas<br />

é justamente o contrário. Numa época em<br />

que o sistema legal ainda estava se desenvolven<strong>do</strong>,<br />

a lei devia garantir que o castigo<br />

imposto pelos juizes estivesse à altura da<br />

seriedade e severidade <strong>do</strong> crime, nem abaixo<br />

e nem acima dele. Se o agressor cegasse<br />

o olho de seu adversário, então seu próprio<br />

olho seria cega<strong>do</strong>. Não poderia ser mais<br />

justo. Se alguém quebrasse o de<strong>do</strong> <strong>do</strong> inimigo<br />

e o tribunal ordenasse que o agressor<br />

fosse cega<strong>do</strong>, isso não seria, de forma alguma,<br />

justo, pois a sentença deveria corresponder<br />

ao crime. A única situação em que<br />

esse princípio não se aplicava era quan<strong>do</strong><br />

um senhor feria seu escravo e a compensação<br />

dada ao escravo era sua liberdade (vv.<br />

26, 27).<br />

Quan<strong>do</strong> Jesus proibiu seus discípulos<br />

de revidar contra aqueles que os ferissem<br />

(Mt 5:38-44; 1 Pe 2:19-21), estava tratan<strong>do</strong><br />

de vingança pessoal ("Eu vou acertar as<br />

contas com você!") e encorajan<strong>do</strong> o perdão.<br />

Não estava critican<strong>do</strong> Moisés nem interferin<strong>do</strong><br />

no sistema legal, pois ele veio para<br />

cumprir a lei e não para destruí-la (Mt 5:1 7-<br />

20). Como cristãos, temos o privilégio de<br />

abrir mão de nossos "direitos legais", para a<br />

glória de Deus, e de não exigir compensação<br />

(1 Co 6:1-8). No entanto, um juiz deve<br />

providenciar para que se faça justiça e que<br />

a lei seja respeitada.<br />

Ferimentos provoca<strong>do</strong>s por um animal<br />

(w. 28-32). A lei deixa claro que o <strong>do</strong>no era<br />

responsável por certificar-se de que seu animal<br />

não ferisse ninguém. Um touro perigoso<br />

que tivesse ataca<strong>do</strong> pessoas devia ser manti<strong>do</strong><br />

confina<strong>do</strong>. Se isso não acontecesse e ele<br />

matasse alguém, o <strong>do</strong>no era considera<strong>do</strong><br />

responsável, e tanto o <strong>do</strong>no quanto o animal<br />

eram mortos. O animal não era comi<strong>do</strong>, pois<br />

havia se torna<strong>do</strong> impuro com esse ato desprezível.<br />

No entanto, o tribunal podia multar<br />

o proprietário e permitir que ele pagasse<br />

um resgate para ser liberto (ver, porém, Nm<br />

35:31). Observe que a lei não fazia distinção<br />

entre a morte de um homem ou a de uma<br />

mulher (Êx 21:29, 31). Havia uma diferença,<br />

porém, quan<strong>do</strong> se tratava de escravos,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!