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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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D EU TERO N Ô M IO 19:1 - 21:14 559<br />

mas ela voltou a vigorar em 1976. A pena<br />

de morte pode não impedir to<strong>do</strong>s os homicidas<br />

em potencial de tirar a vida de outra<br />

pessoa, mas ela exalta a preciosidade da vida<br />

humana e também honra a lei.<br />

O ladrão (v. 14). Depois que Israel conquistasse<br />

a terra de Canaã, cada tribo teria<br />

seu território, e suas fronteiras seriam definidas<br />

em detalhes. Josué, Eleazar, o sumo<br />

sacer<strong>do</strong>te, e os chefes das <strong>do</strong>ze tribos<br />

lançaram sortes e fizeram a distribuição da<br />

terra (Js 14:1, 2). Dentro das tribos, cada<br />

família e clã faria sua própria divisão e demarcação<br />

por meio de marcos de delimitação.<br />

Naquele tempo, os oficiais não faziam<br />

mapas detalha<strong>do</strong>s das propriedades. Esperava-se<br />

que to<strong>do</strong>s respeitassem os marcos<br />

de delimitação, pois movê-los significava<br />

roubar as terras de seus vizinhos e <strong>do</strong>s descendentes<br />

deles (Pv 22:28). Oficiais inescrupulosos<br />

podiam facilmente explorar<br />

viúvas e órfãos pobres e tomar sua terra e sua<br />

renda (Pv 15:25; 23:10, 11). Uma vez que<br />

a terra pertencia a Deus e que o povo era<br />

seu inquilino, mover os marcos de delimitação<br />

também significava roubar de Deus, e<br />

ele os castigaria por isso (Os 5:10). Não é<br />

de se admirar que esse crime estivesse entre<br />

as maldições declaradas no monte Ebal<br />

(Dt 27:17).<br />

O castigo para o homicida lembrava o<br />

povo de que a vida humana é preciosa, e o<br />

castigo para o ladrão os lembrava de que a<br />

propriedade particular deve ser respeitada.<br />

"Não furtarás" (Êx 20:1 5) é um mandamento<br />

que abrange muito mais <strong>do</strong> que proibir<br />

um ladrão de entrar numa casa e de levar o<br />

que não lhe pertence. A extorsão também é<br />

roubo (Sl 62:10), e Deus condena os oficiais<br />

que criam leis injustas para roubar <strong>do</strong>s<br />

pobres e desampara<strong>do</strong>s (Ez 22:29). Calúnia,<br />

difamação e falso testemunho roubam<br />

das pessoas seu bom nome (Dt 19:16-19;<br />

Mt 15:19, 20), e uma boa reputação é mais<br />

difícil de recuperar <strong>do</strong> que bens materiais<br />

rouba<strong>do</strong>s.<br />

O mentiroso (vv. 15-21). To<strong>do</strong> sistema<br />

judiciário depende de as pessoas saberem e<br />

dizerem a verdade. O falso testemunho é<br />

uma transgressão a um <strong>do</strong>s mandamentos<br />

de Deus (Êx 20:16) e enfraquece os alicerces<br />

<strong>do</strong> sistema legal. A pessoa que jura dizer<br />

a verdade e depois mente está cometen<strong>do</strong><br />

um crime grave chama<strong>do</strong> perjúrio. A lei de<br />

Israel exigia que houvesse duas ou três testemunhas<br />

para determinar a culpa de uma<br />

pessoa acusada (Dt 17:6; Nm 35:30), e tanto<br />

Jesus (Mt 18:16) quanto Paulo (2 Co 13:1;<br />

1 Tm 5:19) aplicaram esse princípio à disciplina<br />

na igreja local. O fato de duas ou três<br />

pessoas darem testemunho não garante que<br />

estejam dizen<strong>do</strong> a verdade (1 Rs 21:1-14),<br />

mas Moisés advertiu que as falsas testemunhas<br />

seriam castigadas com a mesma pena<br />

que pediam para o acusa<strong>do</strong>.<br />

No entanto, podia haver uma situação<br />

em que somente uma testemunha se apresentasse<br />

para acusar uma pessoa e o fizesse<br />

falsamente. O que fazer, então? Tanto o<br />

acusa<strong>do</strong> quanto a testemunha teriam de ir<br />

à corte <strong>do</strong> santuário para apresentar o caso<br />

aos sacer<strong>do</strong>tes e juizes de lá (Dt 17:8-13).<br />

Se o tribunal descobrisse que a testemunha<br />

não estava dizen<strong>do</strong> a verdade, ela receberia<br />

a mesma sentença que teria si<strong>do</strong> dada<br />

ao acusa<strong>do</strong> se fosse culpa<strong>do</strong>. Essa lei faria<br />

os mentirosos pensarem duas vezes antes<br />

de acusar falsamente uma pessoa inocente.<br />

Só o fato de ter de ir ao tribunal <strong>do</strong>s sacer<strong>do</strong>tes<br />

seria intimidação suficiente, pois o<br />

Senhor poderia transmitir sua verdade aos<br />

sacer<strong>do</strong>tes e juizes e expor a perversidade<br />

<strong>do</strong> acusa<strong>do</strong>r. Porém, saber que poderiam<br />

receber a mesma pena que desejavam para<br />

o acusa<strong>do</strong> também os faria hesitar, especialmente<br />

no caso de crimes capitais. "A falsa<br />

testemunha não fica impune, e o que profere<br />

mentiras perece" (Pv 19:5, 9).<br />

As vezes, ouvimos dizer que o me<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

castigo não impede as pessoas de infringir a<br />

lei, mas não é o que diz Deuteronômio 19:20:<br />

"Para que os que ficarem [o restante <strong>do</strong><br />

povo] o ouçam, e temam, e nunca mais tornem<br />

a fazer semelhante mal no meio de ti".<br />

Toda lei criada até hoje provavelmente já foi<br />

infringida muitas vezes, e nem to<strong>do</strong>s os infratores<br />

foram deti<strong>do</strong>s e julga<strong>do</strong>s. No entanto,<br />

isso não prova que a instauração de um<br />

processo contra aqueles que foram deti<strong>do</strong>s<br />

não contribuiu em nada para a sociedade e

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