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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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GÊNESIS 42 - 43 199<br />

os outros voltariam para casa a fim de buscar<br />

Benjamim e levá-lo para o Egito. José<br />

concluiu, sabiamente, que, mais ce<strong>do</strong> ou<br />

mais tarde, os homens precisariam voltar para<br />

buscar mais grãos e seriam obriga<strong>do</strong>s a levar<br />

Benjamim com eles ou, então, passariam<br />

fome.3 Além disso, era muito mais seguro<br />

que viajassem em grupo em vez de apenas<br />

<strong>do</strong>is homens fazerem a jornada, sem mencionar<br />

que os homens teriam muitos sacos<br />

de grãos para carregar.<br />

José estava sinceramente preocupa<strong>do</strong><br />

com a família em Canaã e não queria que<br />

passassem fome. Ao mesmo tempo, desejava<br />

que a promessa de Deus se cumprisse<br />

para que pudesse se reconciliar com os irmãos<br />

e reunir-se ao pai. Havia recebi<strong>do</strong> a<br />

garantia de Deus de que, um dia, os onze<br />

irmãos se prostrariam diante dele, mas queria<br />

motivá-los a tomar uma atitude. Foi por<br />

isso que manteve Simeão como refém.<br />

Confissão (w . 21-24). Essa experiência<br />

toda fez com que uma pequena semente<br />

de convicção começasse a germinar no coração<br />

daqueles homens. Sem saber que José<br />

podia entender o que diziam, discutiram os<br />

clamores e lágrimas <strong>do</strong> irmão que haviam<br />

vendi<strong>do</strong> e a dureza <strong>do</strong> coração deles. Rúben<br />

não resolveu o problema ao dizer: "Não vos<br />

disse eu: Não pequeis contra o jovem?",<br />

mas com isso, sem querer, informou a José<br />

de sua bondade ao tentar salvar o irmão<br />

desampara<strong>do</strong> (Gn 37:21, 22). Contu<strong>do</strong>,<br />

àquela altura, Rúben estava certo de que<br />

José havia morri<strong>do</strong> e de que o julgamento<br />

divino estava próximo, pois disse: "vedes aí<br />

que se requer de nós o seu sangue" (Gn<br />

42:22).<br />

A essa altura, José precisou dar vazão a<br />

suas emoções tão intensas e deixou a sala<br />

para chorar sozinho. Foi a primeira de seis<br />

ocasiões em que José chorou nessa sucessão<br />

de acontecimentos. Lágrimas vieram-lhe<br />

aos olhos quan<strong>do</strong> viu Benjamim (Gn 43:29,<br />

30), quan<strong>do</strong> revelou sua identidade aos irmãos<br />

(Gn 45:2), quan<strong>do</strong> se encontrou com<br />

o pai no Egito (Gn 46:29), quan<strong>do</strong> o pai morreu<br />

(Gn 50:1) e quan<strong>do</strong> garantiu aos seus<br />

irmãos que haviam si<strong>do</strong> per<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong><br />

o coração (v. 17). Uma boa prova <strong>do</strong> caráter<br />

de uma pessoa é observar o que a leva a<br />

chorar.<br />

Por que José escolheu Simeão como refém,<br />

uma vez que Rúben era o primogênito?<br />

Provavelmente porque apreciou o fato de<br />

Rúben ter tenta<strong>do</strong> salvá-lo de seus irmãos e<br />

porque Simeão era o segun<strong>do</strong> filho de jacó.<br />

Simeão era conheci<strong>do</strong> como um homem<br />

cruel (Gn 34:25; 49:57), e talvez José esperasse<br />

ensinar-lhe uma lição.<br />

Quan<strong>do</strong> penso na forma como José comportou-se<br />

em relação a seus irmãos, o versículo<br />

que me vem à mente é Romanos 11:22:<br />

"Considerai, pois, a bondade e a severidade<br />

de Deus". Apesar da severidade de seu discurso<br />

e de alguns de seus gestos, José certamente<br />

usou de bondade para com os irmãos,<br />

e aquilo que fez por eles foi um ato de benignidade.<br />

Sua motivação era o amor, e seu propósito<br />

era levá-los ao arrependimento e à<br />

reconciliação. Precisamos nos lembrar disso<br />

da próxima vez que pensarmos que Deus<br />

está nos tratan<strong>do</strong> de maneira injusta.<br />

2. Um p e r ío d o d e t e n s ã o<br />

(Gn 42:25 - 43:15)<br />

Quan<strong>do</strong> os nove irmãos estavam se preparan<strong>do</strong><br />

para partir, José demonstrou generosidade<br />

ao dar-lhes suprimentos para a<br />

viagem. Não foi fácil para os irmãos deixar<br />

Simeão para trás, mas estavam certos de<br />

que voltariam para buscar mais grãos e de<br />

que poderiam trazer Benjamim com eles.<br />

As nuvens pareciam estar se dissipan<strong>do</strong>, mas<br />

não perceberam as tensões que ainda se<br />

criariam em sua família nos dias que estavam<br />

por vir.<br />

Me<strong>do</strong> eperplexidade (Vv. 25-35). Seguin<strong>do</strong><br />

ordens de José, o mor<strong>do</strong>mo dele restituiu<br />

o dinheiro <strong>do</strong>s irmãos, colocan<strong>do</strong>-o nos<br />

sacos, porém, posteriormente, o mor<strong>do</strong>mo<br />

afirmou ter recebi<strong>do</strong> a prata deles e deu<br />

crédito disso ao Senhor (Gn 43:23). Ou o<br />

mor<strong>do</strong>mo estava mentin<strong>do</strong>, o que é pouco<br />

provável, ou o próprio José pagou pelos<br />

grãos, de mo<strong>do</strong> que pudesse cuidar <strong>do</strong>s pais<br />

e <strong>do</strong>s parentes que havia mais de vinte anos<br />

não via. O dinheiro nos sacos fazia parte de<br />

seu plano para testar os irmãos e preparálos<br />

para a próxima viagem ao Egito.

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