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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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568 DEU TER O N Ô M IO 21:15 - 25:19<br />

culpada confesse o peca<strong>do</strong>, arrependa-se,<br />

seja restaurada e per<strong>do</strong>ada; mas nem sempre<br />

isso acontece. O peca<strong>do</strong> é o grande destrui<strong>do</strong>r<br />

e, nas situações em que os privilégios<br />

são maiores, como o casamento, a <strong>do</strong>r que<br />

esse peca<strong>do</strong> causa é mais intensa.<br />

O "termo de divórcio" era um <strong>do</strong>cumento<br />

oficial que protegia a mulher da calúnia,<br />

difamação e abuso e também lhe concedia o<br />

privilégio de um segun<strong>do</strong> casamento. O tempo<br />

necessário para que esse <strong>do</strong>cumento fosse<br />

emiti<strong>do</strong> dava ao mari<strong>do</strong> a oportunidade<br />

de pensar sobre o assunto e, possivelmente,<br />

de reconsiderar sua decisão. Ele perderia o<br />

que restava <strong>do</strong> <strong>do</strong>te, e isso poderia custarlhe<br />

caro. Muitas separações são resulta<strong>do</strong><br />

de um acúmulo de emoções, de feridas não<br />

tratadas e de palavras impensadas que poderiam<br />

ter si<strong>do</strong> evitadas se os cônjuges tivessem<br />

usa<strong>do</strong> de honestidade um para com o<br />

outro, conversan<strong>do</strong> abertamente e buscan<strong>do</strong><br />

a ajuda <strong>do</strong> Senhor antes que o problema<br />

se agravasse.<br />

Se o segun<strong>do</strong> casamento terminassem em<br />

divórcio, a mulher era proibida de voltar para<br />

o primeiro mari<strong>do</strong>, pois havia si<strong>do</strong> "contaminada"<br />

(Dt 24:4). Talvez isso signifique que a<br />

consumação <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> casamento fosse<br />

considerada adultério, pois somente a morte<br />

ou o adultério podem anular o casamento.<br />

(O adultério é chama<strong>do</strong> de "contaminação"<br />

em Lv 18:20 e Nm 5:13, 14.) Sua volta para<br />

o primeiro mari<strong>do</strong> seria humilhante e faria<br />

dela apenas uma propriedade que podia ser<br />

comprada e vendida à vontade.<br />

Dispensa (v. 5). Essa lei foi estudada em<br />

Deuteronômio 20:7. Qualquer homem fisicamente<br />

apto poderia substituir o mari<strong>do</strong><br />

recém-casa<strong>do</strong> no exército, mas ninguém poderia<br />

substituí-lo em casa. Sua esposa sofreria<br />

por ficar separada de seu ama<strong>do</strong> e, caso<br />

ele morresse na batalha, sua tristeza e perda<br />

seriam imensas. Essa lei mostra o valor eleva<strong>do</strong><br />

que Deus atribui ao amor humano e à<br />

responsabilidade <strong>do</strong> casamento.<br />

Casamento de levirato (25:5-10). A palavra<br />

"levirato" vem <strong>do</strong> latim e significa "irmão<br />

<strong>do</strong> mari<strong>do</strong>", ou seja, cunha<strong>do</strong>. Foi essa lei<br />

que os saduceus usaram quan<strong>do</strong> tentaram<br />

confundir Jesus (Mt 22:23-33). Basicamente,<br />

a lei determinava que o irmão <strong>do</strong> mari<strong>do</strong><br />

faleci<strong>do</strong> se casasse com a esposa dele e tivesse<br />

filhos com ela para que o nome <strong>do</strong><br />

faleci<strong>do</strong> não desaparecesse de Israel. No entanto,<br />

havia algumas condições específicas<br />

a ser observadas. Em primeiro lugar, era preciso<br />

que o irmão casa<strong>do</strong> e o irmão solteiro<br />

vivessem juntos; em segun<strong>do</strong> lugar, o casal<br />

não devia ter filhos; e, em terceiro lugar, o<br />

irmão solteiro devia estar disposto a casarse<br />

com a viúva e a ter filhos com ela.<br />

O primeiro requisito - "morar juntos" -<br />

não exigia que os <strong>do</strong>is ocupassem a mesma<br />

casa, mas apenas que morassem perto um<br />

<strong>do</strong> outro (Gn 13:6). A esposa, portanto, não<br />

era uma desconhecida para o cunha<strong>do</strong>.<br />

Quanto ao segun<strong>do</strong> requisito, se o casal tivesse<br />

filhos, o segun<strong>do</strong> casamento seria desnecessário.<br />

Na verdade, era contra a lei um<br />

homem casar-se com a cunhada se ela tivesse<br />

filhos (Lv 18:16). O terceiro requisito era<br />

crítico: o cunha<strong>do</strong> estaria disposto a casarse<br />

com a viúva de seu irmão? O parente cujo<br />

nome não é cita<strong>do</strong> no Livro de Rute recusouse<br />

a casar com ela, pois isso teria coloca<strong>do</strong><br />

sua própria herança em risco (Rt 4:1-6).<br />

Se o homem se recusasse a casar com<br />

ela, a mulher levaria seu caso para os anciãos<br />

na porta da cidade que, por sua vez, tentavam<br />

persuadi-lo. Sem dúvida, ressaltariam o<br />

fato de que a viúva sem filhos precisava de<br />

proteção e de que o irmão faleci<strong>do</strong> necessitava<br />

um herdeiro para manter o nome da<br />

família e suas propriedades. Se ainda assim<br />

ele se recusasse, a viúva podia humilhá-lo<br />

publicamente cuspin<strong>do</strong> no (ou na frente <strong>do</strong>)<br />

rosto dele (Nm 12:14) e retiran<strong>do</strong> sua sandália.<br />

Colocar o pé na terra ou lançar a sandália<br />

sobre ela significava apropriar-se dela (Gn<br />

13:17; Js 10:24; Sl 60:8; 108:9), enquanto<br />

tirar a sandália significava abrir mão de qualquer<br />

direito de posse de uma propriedade.<br />

Se o irmão se casasse posteriormente e tivesse<br />

uma família, essa família seria conhecida<br />

como "a casa <strong>do</strong> descalça<strong>do</strong>". Só os pobres,<br />

os enluta<strong>do</strong>s ou os prisioneiros é que<br />

andavam descalços (Is 20:2-4; Mq 1:8; Lc<br />

15:22), mas receber a sandália de volta significava<br />

ser reintegra<strong>do</strong> à sociedade (2 Cr<br />

28:15; Lc 15:22). Ao se recusar a honrar o

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