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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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D EUTERO N Ô M IO 26:1 6 - 30:20 579<br />

não estavam predizen<strong>do</strong> o que aconteceria<br />

se o povo desobedecesse a Deus. Estavam<br />

pedin<strong>do</strong> ao Senhor que enviasse essas maldições<br />

sobre seu povo se ele o aban<strong>do</strong>nasse.2E<br />

quan<strong>do</strong> o povo dizia: "Amém" ("assim<br />

seja") depois de cada declaração, declarava<br />

a Deus que estava disposto a ser disciplina<strong>do</strong><br />

se lhe desobedecesse. O "amém" deles<br />

não era apenas anuência às palavras ditas,<br />

mas também sua aceitação <strong>do</strong>s termos da<br />

aliança. Essas maldições estavam intimamente<br />

relacionadas com a lei que Moisés havia<br />

transmiti<strong>do</strong> e explica<strong>do</strong>, especialmente os<br />

dez mandamentos.<br />

A primeira maldição (v. 15) condenava a<br />

i<strong>do</strong>latria e a transgressão <strong>do</strong> primeiro e <strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> mandamentos (Êx 20:1-6). Esculpir<br />

ou fundir um í<strong>do</strong>lo e a<strong>do</strong>rá-lo significava negar<br />

que Jeová era o único Deus vivo e verdadeiro,<br />

e foi esse o peca<strong>do</strong> que trouxe a ira de<br />

Deus sobre israel. Mesmo que um israelita<br />

a<strong>do</strong>rasse um deus em segre<strong>do</strong> e não tentasse<br />

persuadir mais ninguém a fazer o mesmo<br />

como ele, ainda assim era um grande peca<strong>do</strong><br />

e devia ser castiga<strong>do</strong> (Dt 13). A segunda<br />

maldição referia-se à família e ao lar (Dt<br />

27:16; Êx 20:12), e a terceira, à propriedade<br />

(Dt 27:17; 19:14; Êx 20:15). A quarta maldição<br />

(Dt 27:18) revelava a preocupação especial<br />

de Deus por pessoas com deficiências.<br />

Levítico 19:14 menciona sur<strong>do</strong>s e cegos.<br />

Na quinta maldição (Dt 27:19), o enfoque<br />

é sobre tratar com bondade e justiça os desampara<strong>do</strong>s<br />

e desafortuna<strong>do</strong>s da terra. Viúvas,<br />

órfãos e estrangeiros com freqüência<br />

eram maltrata<strong>do</strong>s e explora<strong>do</strong>s em Israel, e<br />

Deus chamou seu povo para defender a causa<br />

dessas pessoas e para garantir que recebessem<br />

justiça (Dt 24:17, 18; Êx 22:21-24;<br />

Lc 18:1-8). Os israelitas haviam si<strong>do</strong> estrangeiros<br />

no Egito durante muitos anos, e o Senhor<br />

cui<strong>do</strong>u deles e julgou o povo que se<br />

aproveitou deles. Se Israel não cuidasse <strong>do</strong>s<br />

necessita<strong>do</strong>s, Deus também julgaria seu<br />

povo. Dentre outras coisas, esse cuida<strong>do</strong> significava<br />

levar os dízimos especiais ao Senhor<br />

a cada três anos para alimentar os necessita<strong>do</strong>s<br />

(Dt 14:28, 29).<br />

As maldições de número seis a nove<br />

(Dt 27:20-23) referem-se à pureza sexual e<br />

estão relacionadas ao sétimo mandamento<br />

(Êx 20:14). Esses peca<strong>do</strong>s eram comuns no<br />

meio das nações em Canaã, e Israel não deveria<br />

imitar seus vizinhos. O incesto (Dt<br />

27:20, 22, 23) foi condena<strong>do</strong> especificamente<br />

em Israel (Dt 22:30; Lv 18:8, 9, 17; 20:11).<br />

Rúben perdeu seus direitos de primogenitura<br />

porque transgrediu essa lei (Gn 35:22; 49:3,<br />

4). A bestialidade (Dt 27:21; Lv 18:23) era<br />

praticada em algumas religiões pagãs, e "animais<br />

sagra<strong>do</strong>s" eram usa<strong>do</strong>s na a<strong>do</strong>ração a<br />

seus falsos deuses. A perversão <strong>do</strong> sexo não<br />

é apenas mau uso de uma dádiva de Deus,<br />

mas também uma ameaça ao casamento e à<br />

família, elementos fundamentais para o sucesso<br />

de uma nação.<br />

As duas maldições seguintes (Dt 27:24,<br />

25) são uma repetição <strong>do</strong> sexto mandamento:<br />

"Não matarás" (Êx 20:13). Essa ordem<br />

refere-se a um ato delibera<strong>do</strong> (homicídio<br />

<strong>do</strong>loso) e não a uma morte acidental (homicídio<br />

culposo; Êx 21:12-14). O homicídio é<br />

o maior de to<strong>do</strong>s os crimes pelo fato de suas<br />

conseqüências não poderem ser desfeitas,<br />

porém matar o próximo é um crime ainda<br />

pior. A única coisa mais abominável que isso<br />

seria receber dinheiro para matar alguém! A<br />

lei de Moisés condenava os que aceitavam<br />

subornos para transgredir a lei, pois ganhar<br />

dinheiro não é mais importante <strong>do</strong> que preservar<br />

a justiça (Dt 16:19; Êx 23:8). A lei<br />

ensinava o povo de Israel a amar o próximo<br />

e a fazer-lhe o bem (Lv 19:18; Dt 22:1-4).<br />

Porém, quer a vítima seja o próximo, quer<br />

seja um desconheci<strong>do</strong>, o homicídio é inaceitável<br />

e deve ser puni<strong>do</strong>.<br />

A décima segunda maldição (Dt 27:26)<br />

determinava que os israelitas deviam obedecer<br />

a todas as leis que Deus havia lhes<br />

da<strong>do</strong>, quer tivessem si<strong>do</strong> mencionadas nessa<br />

lista quer não. Paulo citou esse versículo<br />

em Gálatas 3:10 para provar que não podia<br />

haver salvação pela obediência à lei, uma<br />

vez que ninguém podia obedecer a tu<strong>do</strong> o<br />

que Deus havia ordena<strong>do</strong>. No entanto, o propósito<br />

da lei não era a saívação, mas sim a<br />

condenação, a acusação de todas as pessoas<br />

como peca<strong>do</strong>ras e, conseqüentemente,<br />

a necessidade de to<strong>do</strong>s crerem em Cristo,<br />

"porque o justo viverá pela fé" (Gl 3:11).3

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