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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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544 D EU TERO N Ô M IO 14:1 - 16:17<br />

<strong>do</strong>s juros <strong>do</strong> empréstimo referentes àquele<br />

ano (Dt 31:10).2"Não o exigirá [pagamento]<br />

<strong>do</strong> seu próximo ou <strong>do</strong> seu irmão" (Dt 15:2).<br />

Contu<strong>do</strong>, os israelitas podiam cobrar juros<br />

<strong>do</strong>s estrangeiros. Uma vez que as pessoas<br />

não estariam tiran<strong>do</strong> a renda de suas terras<br />

naquele ano, não seria muito fácil pagar as<br />

dívidas. No entanto, aquilo que seria uma<br />

prova de fé para alguns, se tornaria uma resposta<br />

às orações <strong>do</strong>s pobres e necessita<strong>do</strong>s.<br />

Estes poderiam comer à vontade <strong>do</strong>s campos<br />

e pomares e teriam um ano a mais para<br />

juntar dinheiro e pagar suas dívidas.<br />

A aparente contradição entre o versículo<br />

4 ("para que entre ti não haja pobre") e o<br />

versículo 11 ("pois nunca deixará de haver<br />

pobres na terra") é resolvida ao prestar-se<br />

atenção no contexto. Durante o ano sabático,<br />

os cre<strong>do</strong>res eram obriga<strong>do</strong>s a per<strong>do</strong>ar as dívidas<br />

(ou os juros devi<strong>do</strong>s) de seus irmãos<br />

israelitas pobres, a menos que não houvesse<br />

israelitas pobres que estivessem endivida<strong>do</strong>s<br />

- e não haveria se o povo obedecesse às<br />

leis de Deus. Era espera<strong>do</strong> de qualquer deve<strong>do</strong>r<br />

israelita que não fosse pobre que<br />

pagasse suas dívidas durante o sétimo ano,<br />

e os cre<strong>do</strong>res podiam receber <strong>do</strong>s estrangeiros<br />

que viviam na terra. Se um deve<strong>do</strong>r<br />

israelita pudesse pagar e não o fizesse, estaria<br />

exploran<strong>do</strong> a pessoa que lhe havia feito<br />

o empréstimo e frustran<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s propósitos<br />

<strong>do</strong> ano sabático.<br />

O ano sabático e o ano <strong>do</strong> jubileu faziam<br />

parte <strong>do</strong> plano sábio de Deus para<br />

equilibrar a balança econômica de Israel,<br />

de mo<strong>do</strong> que os ricos não explorassem os<br />

pobres, e os pobres não se aproveitassem<br />

<strong>do</strong>s ricos. Porém, o Senhor sabia que sempre<br />

haveria pobres na Terra (Mt 26:11; Mc<br />

14:7; Jo 12:8), pois Israel nem sempre obedeceria<br />

a essas leis. A nação de Israel teria<br />

si<strong>do</strong> a mais próspera da Terra se tivesse segui<strong>do</strong><br />

as instruções que havia recebi<strong>do</strong> de<br />

Deus, mas rejeitou a vontade dele e a<strong>do</strong>tou<br />

os méto<strong>do</strong>s das nações vizinhas. Não guar<strong>do</strong>u<br />

o sétimo ano como ano sabático nem<br />

o qüinquagésimo como ano de jubileu (Lv<br />

26:32-45) e teve de pagar o preço por esse<br />

erro. Os setenta anos de cativeiro na Babilônia<br />

deram à terra o repouso que não havia<br />

recebi<strong>do</strong> durante aqueles anos de desobediência<br />

(2 Cr 36:14-21).<br />

O ano sabático era uma prova de fé, mas<br />

também era uma prova de amor (Dt 15:7-<br />

11). Suponhamos que um israelita pobre<br />

precisasse de um empréstimo e só faltassem<br />

<strong>do</strong>is anos para o ano sabático. O deve<strong>do</strong>r<br />

receberia um ano a mais para pagar a dívida,<br />

e o cre<strong>do</strong>r perderia um ano de juros! Se o<br />

cre<strong>do</strong>r visse o empréstimo estritamente<br />

como um negócio, iria negá-lo; mas era justamente<br />

essa atitude que o Senhor desejava<br />

corrigir. Não se tratava de um negócio, mas<br />

sim de um ministério a um irmão. Se o israelita<br />

mais rico fechasse seu coração e sua mão<br />

para o homem necessita<strong>do</strong>, ofenderia o irmão<br />

e entristeceria o Senhor, que havia lhe<br />

da<strong>do</strong> toda aquela riqueza. Assim, deveria<br />

abrir tanto o coração quanto a mão para ajudar<br />

o irmão, e o Senhor providenciaria para<br />

que fosse recompensa<strong>do</strong> por sua generosidade.<br />

Ver Provérbios 14:21, 31; 19:17;<br />

21:13; 28:27; Efésios 4:28; 1 Timóteo 6:17-<br />

19; 1 João 3:14-18.<br />

O servo contrata<strong>do</strong> (w. 12-15, 18). Os<br />

deve<strong>do</strong>res israelitas que não conseguissem<br />

pagar suas dívidas podiam tornar-se servos<br />

da casa de seu cre<strong>do</strong>r e, dessa forma, pagar<br />

com trabalho aquilo que deviam. Os israelitas<br />

não poderiam tomar seus compatriotas como<br />

escravos, apesar de terem muitos escravos<br />

de outras nações (Lv 25:39-43). Os servos<br />

deveriam ser libertos depois de seis anos de<br />

serviço, quer o sétimo ano fosse sabático quer<br />

não. Essa lei parte <strong>do</strong> pressuposto de que seis<br />

anos de serviço de um homem sem receber<br />

salário eram o suficiente para pagar a dívida.<br />

Contu<strong>do</strong>, mais uma vez, o Senhor ordenou<br />

que se usasse de generosidade, pois os senhores<br />

deveriam mandar os servos embora<br />

com presentes que os ajudassem a recomeçar<br />

a vida, inclusive animais <strong>do</strong> rebanho, grãos<br />

e vinho. Afinal, se quan<strong>do</strong> os hebreus deixaram<br />

o Egito receberam presentes' caros em<br />

troca de seus anos de escravidão (Êx 11:2;<br />

12:35, 36), por que um irmão israelita não<br />

deveria ser recompensa<strong>do</strong> por seis anos de<br />

trabalho fiel a seu compatriota?<br />

O servo voluntário (w. 16-18; Êx 21:1-6).<br />

Havia a possibilidade de o deve<strong>do</strong>r apegar-se

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