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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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206 GÊNESIS 44 - 45<br />

defendeu Benjamim no discurso humano<br />

mais longo <strong>do</strong> Livro de Gênesis. Em oito ocasiões<br />

durante sua defesa, Judá chamou José<br />

de "meu senhor" e usou a palavra "pai" treze<br />

vezes. O que Judá não sabia era que, a cada<br />

vez que usava a palavra "pai" ou que se referia<br />

a seu irmão, Benjamim, tocava profundamente<br />

o coração <strong>do</strong> homem que tinha o<br />

futuro deles em suas mãos.<br />

Garantia (w . 18-34). Judá fez uma retrospectiva<br />

da história recente de sua família<br />

e lembrou José de fatos que ele conhecia<br />

tão bem quanto eles, talvez até melhor. O<br />

objetivo de Judá era pleitear a libertação<br />

de Benjamim, de mo<strong>do</strong> que este pudesse<br />

voltar para casa e para seu pai i<strong>do</strong>so. Para<br />

começar, Benjamim só estava lá porque José<br />

havia pedi<strong>do</strong> que ele os acompanhasse. As<br />

famílias em Canaã morreriam de fome se os<br />

irmãos não levassem Benjamim com eles.<br />

Talvez Judá estivesse sugerin<strong>do</strong> que, sem a<br />

presença de Benjamim, nada daquilo teria<br />

aconteci<strong>do</strong>.<br />

Judá deixou claro que, se Benjamim ficasse<br />

no Egito, seu pai morreria e, para provar,<br />

citou as palavras de Jacó (v. 29; ver também<br />

42:38). A ligação entre Jacó e Benjamim era<br />

tão forte no "feixe <strong>do</strong>s que vivem" (1 Sm<br />

18:1; 25:29) que Jacó não poderia viver sem<br />

o filho mais moço. Será que Judá sabia que o<br />

poderoso governante egípcio diante dele<br />

também tinha <strong>do</strong>is filhos jovens e, assim, esperava<br />

que sua história comovesse o coração<br />

dele como pai?<br />

O apelo final de Judá foi sua oferta para<br />

ficar no Egito no lugar de Benjamim. O fato<br />

de Judá haver se ofereci<strong>do</strong> como garantia<br />

pelo irmão mais novo (Gn 43:8-10) e de estar<br />

disposto a tomar o lugar dele sem dúvida<br />

tocou o coração de José. Judá estava certo<br />

de que havia causa<strong>do</strong> a morte de José e não<br />

queria ser responsável pela morte de Jacó.<br />

Mais de vinte anos antes, Judá testemunhara<br />

a profunda tristeza de seu pai e não queria<br />

que isso se repetisse.<br />

Esse discurso comovente, sem dúvida alguma,<br />

revelou a preocupação de Judá tanto<br />

com o pai i<strong>do</strong>so como com o irmão mais<br />

moço. Na verdade, Judá praticamente implorou<br />

para tornar-se escravo de José! "Agora,<br />

pois, fique teu servo em lugar <strong>do</strong> moço por<br />

servo de meu senhor" (Gn 44:33). De fato,<br />

era um Judá transforma<strong>do</strong> que estava diante<br />

de José, um homem no qual José sabia que<br />

podia confiar. Era chegada a hora de José<br />

revelar sua identidade aos irmãos.<br />

Precisamos nos lembrar de que Jesus é<br />

a garantia ("fia<strong>do</strong>r") de to<strong>do</strong>s aqueles que<br />

crêem nele (Hb 7:22). Ele tomou sobre si a<br />

responsabilidade que era nossa de mo<strong>do</strong> a<br />

garantir que chegássemos ao Pai (Jo 14:1-6).<br />

Jesus está "conduzin<strong>do</strong> muitos filhos à glória"<br />

(Hb 2:10) e providenciará para que cada<br />

um deles chegue em segurança. Judá estava<br />

disposto a assumir o lugar de Benjamim e<br />

a separar-se <strong>do</strong> pai, mas Jesus, de fato, assumiu<br />

nosso lugar e morreu por nós na cruz<br />

claman<strong>do</strong>: "Deus meu, Deus meu, por que<br />

me desamparaste?" (Mt 27:46). Ele é nosso<br />

Fia<strong>do</strong>r que não falha.<br />

3 . C o m p a ix ã o : a d e m o n s t r a ç ã o de<br />

p e rd ã o e de g r a ç a (G n 45:1-15)<br />

Ten<strong>do</strong> em vista que se tratava de uma reunião<br />

formal, havia outros oficiais egípcios presentes,<br />

mas uma vez que estava prestes a<br />

resolver uma questão familiar há muito pendente,<br />

José queria ficar a sós com os irmãos.<br />

Seu intérprete e talvez outros oficiais presentes<br />

entenderiam sua conversa em<br />

hebraico, e to<strong>do</strong>s poderiam ver as lágrimas<br />

<strong>do</strong>s irmãos e suas demonstrações de amor.<br />

Era hora de ter privacidade com a família.<br />

Reconhecimento (w . 1-4). A declaração<br />

simples: "Eu sou José" foi como o estron<strong>do</strong><br />

de um trovão aos ouvi<strong>do</strong>s deles e encheu<br />

seu coração de terror. De súbito, pensamentos<br />

confusos de to<strong>do</strong> tipo começaram a revolver-se<br />

em sua mente. Como era possível<br />

aquele governante egípcio saber o nome de<br />

seu irmão faleci<strong>do</strong>? Por que estaria afirman<strong>do</strong><br />

ser alguém que sabiam estar morto?<br />

Porém, se ele é mesmo José, por que os estava<br />

tratan<strong>do</strong> daquela maneira e o que faria<br />

para castigá-los por seus peca<strong>do</strong>s? Não<br />

havia palavras. Cala<strong>do</strong>s, viram-se to<strong>do</strong>s culpa<strong>do</strong>s<br />

diante de seu juiz (Rm 3:19).<br />

Contu<strong>do</strong>, duas coisas deveriam ter servi<strong>do</strong><br />

para animá-los: José pediu que se aproximassem,<br />

algo que os egípcios não faziam

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