[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

356 L E V ÍT IC O 13-15
ouvidos (v. 8), ossos (v. 8), coração (v. 10) e
boca (vv. 13-15). Suas mãos estavam manchadas
com o sangue de Urias (v. 14), e tudo
o que lhe restava fazer era entregar-se à misericórdia
de Deus e clamar: "Lava-me!" (vv.
2, 7).
O pecado isola (v. 46). Que palavras
duras: "É imundo, habitará só; a sua habitação
será fora do arraial". Ele devia rasgar as
roupas, cobrir o lábio superior ("bigode"),
gritar "Imundo, imundo!" sempre que alguém
se aproximasse dele e permanecer fora
do acampamento até que morresse ou fosse
curado. Hemã descreve essa situação
como "atirado entre os mortos" (Sl 88:5).
Deus feriu o rei Azarias (Uzias) com lepra, e
ele teve de habitar "numa casa separada",
literalmente, uma "casa desocupada" isolada
de todo o resto do povo (2 Rs 15:5). Foi
lançado aos mortos!
Se você já testemunhou a outros, provavelmente
deparou-se com pessoas que
parecem não ter qualquer noção da tragédia
do pecado e de quão terrível é o inferno.
"Não me importo de ir para o inferno",
dizem com certa impertinência. "Vou ter
bastante companhia lá".1 Porém, não há
companhia no inferno, pois é um lugar de
isolamento e de solidão eternos. Como os
leprosos fora do acampamento, os pecadores
perdidos habitarão na mais completa
solidão; ficarão sós para sempre.
O pecado só serve para o fogo (vv. 52,
55, 57). Uma roupa contaminada devia ser
queimada; não devia ser purificada, mas
sim destruída. Quando jesus falou sobre o
inferno, usou a palavra gehenna, que se referia
ao depósito de lixo de Jerusalém,
"onde não morre o verme, nem o fogo se
apaga" (Mc 9:44; ver Is 66:24). O inferno é
o depósito de lixo eterno de. Deus, preparado
para o diabo e seus anjos (Mt 25:41)
e para aqueles que seguem o diabo ao rejeitar
jesus Cristo. É um lago de fogo (Ap
19:20; 21:10, 14, 15) em que o diabo e
seus aliados sofrerão para sempre juntamente
com as pessoas cujos nomes não se
encontram no Livro da Vida, pois não creram
em Jesus Cristo e não nasceram de
novo na família de Deus.
As conseqüências da lepra eram temporárias,
mas as conseqüências do pecado são
eternas. Os israelitas não conheciam a cura
para a lepra, mas há uma cura para o pecado
- a fé em Jesus Cristo, o Salvador do mundo.
Você confia nele? Se você já entregou sua
vida a ele, está contando aos outros as boas
novas para que não sejam leprosos indo viver
para sempre no depósito de lixo do inferno,
onde o fogo não se apaga?
2. A s a l v a ç ã o (Lv 14:1-32)
Sinto certo desânimo ao ler o capítulo 13
com sua ênfase na imundícia e no isolamento.
No entanto, o capítulo 14 nos traz o alegre
raio de luz de esperança de que necessitamos:
um leproso pode ser purificado e restaurado!
Precisamos ouvir as más notícias do julgamento
antes de poder valorizar as boas
novas da salvação.
Os israelitas não conheciam a cura para
a lepra. Assim, se a vítima era curada, tratava-se
de uma dádiva da graça e misericórdia
de Deus. "Havia muitos leprosos em Israel
nos dias do profeta Eliseu", disse Jesus, "e
nenhum deles foi purificado, senão Naamã,
o sírio" (Lc 4:27). "Ao S e n h o r pertence a salvação!"
(Jn 2:9). Se não somos salvos pela
graça de Deus, então não temos salvação,
pois ninguém merece ser salvo.
As etapas da purificação e restauração
do leproso retratam para nós o que Jesus
Cristo fez pelos pecadores.
O sacerdote ia até o leproso (vv. 1-3).
Uma vez que não era permitido ao leproso
imundo entrar no acampamento, o sacerdote
precisava sair do acampamento para
ministrar a essa pessoa. "Porque o Filho
do Homem veio buscar e salvar o perdido"
(Lc 19:10). Durante seu ministério
aqui na Terra, Jesus foi chamado de "amigo
de publicanos e pecadores" (Lc 7:34).
Ele se comparou a um médico ajudando
seus pacientes necessitados (Mt 9:10-13).
I Como Médico dos médicos, Jesus faz "con-
| sultas a domicílio" e vai até o lugar onde
se encontram os pecadores. No caso dos
leprosos israelitas, o sacerdote ia até onde
estavam para examinar e determinar se a vítima
havia, de fato, sido curada. No entanto,