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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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NÚMEROS 5 - 7 419<br />

anunciava a maldição ligada ao juramento<br />

(vv. 20-22). Ela se submetia ao julgamento<br />

justo de Deus dizen<strong>do</strong>: "Amém, Amém", que<br />

significa: "Assim seja".<br />

Quinto, o sacer<strong>do</strong>te escrevia as maldições<br />

num pergaminho e, depois, o lavava<br />

com a água amarga (v. 23).<br />

Em sexto lugar, a mulher bebia essa água<br />

(v. 24). A palavra "amarga", usada quatro<br />

vezes nessa passagem (vv. 18, 19, 23, 24), e<br />

a palavra "amargura", que aparece uma vez<br />

(v. 24), não se referem ao sabor da água, mas<br />

a seus efeitos sobre o corpo da mulher. Se<br />

ela fosse culpada, Deus faria cair sobre ela<br />

amargo sofrimento.<br />

Em sétimo lugar, a esposa bebia a água,<br />

e o sacer<strong>do</strong>te tomava a oferta das mãos dela<br />

e a oferecia ao Senhor. Se a esposa fosse, de<br />

fato, culpada, os resulta<strong>do</strong>s provariam sua<br />

culpa. Se ela concebesse, perderia o bebê<br />

ou, então, ela se tornaria estéril para o resto<br />

da vida. Sentiria em seu corpo as terríveis<br />

conseqüências de seus peca<strong>do</strong>s e viveria<br />

com elas até o fim. Sem dúvida, para uma<br />

esposa israelita, a esterilidade era uma tragédia,<br />

pois sua mais importante incumbência<br />

na vida era gerar herdeiros para o mari<strong>do</strong><br />

e dar continuidade ao nome dele em Israel<br />

(Gn 30:1, 2; Rt 4:14).3<br />

Consideremos, agora, algumas das questões<br />

envolvidas nessa cerimônia. Não há<br />

qualquer registro nas Escrituras de que algum<br />

mari<strong>do</strong> tenha usa<strong>do</strong> essa prova ou de<br />

que alguma esposa a tenha pedi<strong>do</strong>. Talvez a<br />

própria existência dessa lei tivesse servi<strong>do</strong><br />

para refrear o adultério e advertir que o peca<strong>do</strong><br />

podia ser descoberto. Existem algumas<br />

barreiras claras que fariam um mari<strong>do</strong> pensar<br />

duas vezes antes de levar a esposa ao<br />

sacer<strong>do</strong>te e de pedir que ela passasse pela<br />

prova.<br />

Em primeiro lugar, era um acontecimento<br />

público, e o acampamento to<strong>do</strong> podia<br />

ficar saben<strong>do</strong>. Será que um mari<strong>do</strong> iria querer<br />

expor seus problemas conjugais de mo<strong>do</strong><br />

tão explícito, especialmente quan<strong>do</strong> não sabia<br />

qual seria o resulta<strong>do</strong> da prova?4<br />

Além disso, esse processo indicava não<br />

apenas certos aspectos <strong>do</strong> caráter da esposa,<br />

mas também <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>. Se o mari<strong>do</strong><br />

amava a esposa e estava profundamente aflito<br />

com sua possível infidelidade, por que<br />

iria querer expor a mulher publicamente? Mas<br />

se ele não a amava e só queria magoá-la,<br />

poderia acabar sen<strong>do</strong> envergonha<strong>do</strong> se a<br />

prova mostrasse que ele estava erra<strong>do</strong>. Um<br />

homem sábio pensaria muito bem antes de<br />

levar a esposa a julgamento dessa forma.<br />

O mari<strong>do</strong> teria de viver com as conseqüências.<br />

Caso suas suspeitas estivessem<br />

erradas, deveria pedir perdão à esposa e<br />

trabalhar de mo<strong>do</strong> a reconstruir o relacionamento.<br />

(Por que não havia algum castigo<br />

para o mari<strong>do</strong> por falsa acusação?) Se a esposa<br />

fosse culpada, ele teria de viver com<br />

ela, imaginan<strong>do</strong> quem era o amante e sofrer<br />

as conseqüências físicas da maldição e da<br />

má reputação da mulher. Ela nunca mais<br />

poderia dar-lhe filhos, mas ele ainda teria<br />

de prover para ela e para quaisquer filhos<br />

que ela tivesse lhe da<strong>do</strong> antes de cometer<br />

o peca<strong>do</strong>.<br />

Há muitas perguntas desconcertantes<br />

associadas a esse ritual, mas não vamos perder<br />

de vista a mensagem principal: Deus quer<br />

que haja pureza no casamento (Jo 8:1-11), e<br />

tanto mari<strong>do</strong>s quanto esposas podem recomeçar<br />

no Senhor. Porém, o adultério traz<br />

sofrimento a to<strong>do</strong>s, e, por vezes, é difícil viver<br />

com as conseqüências <strong>do</strong>lorosas <strong>do</strong> peca<strong>do</strong><br />

per<strong>do</strong>a<strong>do</strong>.<br />

2. U m p o v o se p a ra d o (N m 6:1-21)<br />

Não confunda "nazireu" com "nazareno".<br />

Jesus era chama<strong>do</strong> de "nazareno", pois vinha<br />

de Nazaré, uma cidade desprezada pelo<br />

povo da Judéia (Jo 1:43-46).5 O termo<br />

"nazireu" vem de uma palavra hebraica que<br />

significa "separar, consagrar". Jesus não era<br />

nazireu, pois tocava em pessoas mortas e<br />

bebia <strong>do</strong> fruto da videira, duas coisas proibidas<br />

aos nazireus.<br />

Descrição da separação (vv. 1-8). Os<br />

nazireus eram homens ou mulheres de Israel<br />

que se consagravam inteiramente ao Senhor<br />

a fim de cumprir o voto nazireu de separação.<br />

O voto nazireu possuía aspectos afirmativos<br />

e negativos: em termos afirmativos,<br />

significava ser dedica<strong>do</strong> a Deus; em termos<br />

negativos, significava abster-se das coisas

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