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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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LEVÍTICO 21 - 22 375<br />

maestro Arturo Toscanini, lembre-se de que<br />

ele devia seu sucesso a uma deficiência: era<br />

míope. Aos dezenove anos, quan<strong>do</strong> tocava<br />

violoncelo numa pequena orquestra européia,<br />

decorava toda a partitura, pois não<br />

podia enxergá-la bem o suficiente para ler<br />

as notas quan<strong>do</strong> se sentava no fosso onde<br />

ficava a orquestra. Um dia, o maestro ficou<br />

<strong>do</strong>ente, e Toscanini era o único que sabia a<br />

partitura completa. Assim, ele regeu o concerto<br />

inteiramente de memória. Foi o começo<br />

de uma carreira extraordinária, tu<strong>do</strong><br />

por causa de uma deficiência - e de uma<br />

boa memória.<br />

3. Interesses p ro fis s io n a is (Lv 22:1-33)<br />

A fim de que um sacer<strong>do</strong>te pudesse servir a<br />

Deus de mo<strong>do</strong> aceitável, não bastava simplesmente<br />

preencher os requisitos de ser<br />

filho de Arão e de não ter nenhum defeito<br />

físico. Também era preciso conduzir seu ministério<br />

de mo<strong>do</strong> tal que o Senhor se agradasse<br />

dele. E possível que os a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>res<br />

olhassem para o ritual exterior, mas Deus<br />

podia ver o íntimo de seu ser.<br />

A oração: "que se abstenham das coisas<br />

sagradas" (v. 2) determina o tema <strong>do</strong> capítulo.<br />

Significa "tratar com respeito e consideração"<br />

ou "ter cuida<strong>do</strong> ao manusear". Os<br />

sacer<strong>do</strong>tes ofereciam sacrifícios o dia to<strong>do</strong>,<br />

o ano to<strong>do</strong>; seria fácil que desenvolvessem<br />

uma atitude de "profissionalismo" que transformaria<br />

um ritual sagra<strong>do</strong> numa rotina superficial.<br />

O romancista Ceorge McDonald<br />

disse: "Nada é mais mortal para o divino <strong>do</strong><br />

que a rotina de lidar com a exterioridade das<br />

coisas sagradas". É a tal perigo que se refere<br />

essa advertência.<br />

Quan<strong>do</strong> estava no seminário, um de meus<br />

professores falou-nos de sua preocupação<br />

quan<strong>do</strong>, certa tarde, ouviu <strong>do</strong>is alunos conversan<strong>do</strong>,<br />

à distância, no campus.<br />

— Aonde você vai? — perguntou o primeiro.<br />

— À igreja - respondeu o outro.<br />

— Fazer o quê?<br />

— Vou fazer a cerimônia para um presunto!<br />

O professor ficou zanga<strong>do</strong> e triste ao ver<br />

um de seus alunos descrever um culto funeral<br />

cristão como "cerimônia para um presunto".<br />

Essa atitude é o que Ralph G. Turnbull<br />

chamava de "fantasma <strong>do</strong> profissionalismo",<br />

ser capaz de realizar os rituais <strong>do</strong> ministério<br />

sem trabalhar de coração.3 Exteriormente,<br />

você faz todas as coisas certas <strong>do</strong> jeito certo,<br />

mas quan<strong>do</strong> Deus vê seu interior, lá dentro<br />

nada estava certo. No tempo <strong>do</strong> profeta<br />

Malaquias, o fantasma <strong>do</strong> profissionalismo<br />

tomou conta <strong>do</strong> trabalho de to<strong>do</strong>s os sacer<strong>do</strong>tes<br />

(Ml 1:6 - 2:9).<br />

O descui<strong>do</strong> e o profissionalismo no altar<br />

podiam manifestar-se de três formas: sacer<strong>do</strong>tes<br />

impuros (Lv 22:3-9), hóspedes não<br />

qualifica<strong>do</strong>s (vv. 10-16) e sacrifícios inaceitáveis<br />

(vv. 17-33). O sacer<strong>do</strong>te acabaria contaminan<strong>do</strong><br />

a si mesmo, aos sacrifícios e até<br />

ao altar em que deveria servir a Deus.<br />

Sacer<strong>do</strong>tes impuros (vv. 3-9). E se um<br />

sacer<strong>do</strong>te fosse contamina<strong>do</strong> e não fizesse<br />

nada? Como alguém ficaria saben<strong>do</strong> que ele<br />

estava imun<strong>do</strong>? Poderia ministrar no altar,<br />

manusear os sacrifícios e até comer a parte<br />

que lhe cabia das ofertas sagradas e, aparentemente,<br />

não sofrer qualquer conseqüência.<br />

Mas Deus saberia, e o sacer<strong>do</strong>te correria o<br />

risco de vida (v. 9).<br />

Esse tipo de comportamento indicaria<br />

que o sacer<strong>do</strong>te estava colocan<strong>do</strong> a si mesmo<br />

antes de Deus e que estava mais preocupa<strong>do</strong><br />

com sua reputação <strong>do</strong> que com seu<br />

caráter. O nome desse peca<strong>do</strong> é hipocrisia.<br />

Preocupava-se em não deixar que as pessoas<br />

soubessem que estava imun<strong>do</strong>, mas não<br />

se preocupava em contaminar o ministério<br />

sagra<strong>do</strong> para o qual Deus o havia separa<strong>do</strong>.<br />

Assim como os fariseus no tempo de Jesus,<br />

esse sacer<strong>do</strong>te parecia puro, mas na verdade<br />

era "nocivo" (Mt 23:25-28).<br />

To<strong>do</strong>s aqueles que servem ao Senhor e<br />

ao povo de Deus devem ser francos e honestos<br />

diante de Deus e ministrar primeiramente<br />

com o intuito de agradar somente a<br />

Deus. Devemos agradecer ao Senhor pelo<br />

privilégio de ser chama<strong>do</strong>s a servir e devemos<br />

tratar as coisas de Deus com respeito<br />

santo. "E não há criatura que não seja manifesta<br />

na sua presença; pelo contrário, todas<br />

as coisas estão descobertas e patentes aos<br />

olhos daquele a quem temos de prestar contas"<br />

(Hb 4:1 3). José teve essa atitude quan<strong>do</strong><br />

disse à mulher que o estava tentan<strong>do</strong>:

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