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[WIERSBE] 1 - Comentario Biblico Expositivo do Antigo Testamento - Pentateuco

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33<br />

Q u a n d o o s S o n h o s<br />

se R ealizam<br />

G ênesis 4 2 - 43<br />

Ao apresentar estu<strong>do</strong>s bíblicos sobre<br />

Gênesis num programa de rádio, recebi<br />

uma carta de crítica de um ouvinte que<br />

discordava da minha interpretação de Gênesis<br />

42 - 44. Na opinião <strong>do</strong> ouvinte, José<br />

agiu mal e foi até mesmo cruel na forma<br />

como tratou os irmãos. Em vez de ter "perdi<strong>do</strong><br />

tanto tempo", o ouvinte acreditava que<br />

José deveria ter se revela<strong>do</strong> imediatamente<br />

aos irmãos e realiza<strong>do</strong> uma "reconciliação<br />

instantânea".<br />

No entanto, a verdadeira reconciliação<br />

requer arrependimento sincero e confissão<br />

humilde <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> e, muitas vezes, leva tempo<br />

para uma pessoa chegar a esse ponto.<br />

Creio que José tratou com os irmãos de<br />

maneira paciente, amorosa e sábia e que foi<br />

por isso que sua abordagem deu certo. Deus<br />

precisava conduzir os irmãos de José a um<br />

ponto em que admitissem as coisas perversas<br />

que haviam feito ao irmão e ao pai. O<br />

arrependimento superficial leva a uma faisa<br />

reconciliação. Trata-se apenas de uma trégua<br />

instável. Do ponto de vista humano, José<br />

teria fica<strong>do</strong> feliz com uma "reconciliação instantânea",<br />

pois poderia ter visto logo o pai e<br />

o irmão, Benjamim. Contu<strong>do</strong>, como um médico<br />

habili<strong>do</strong>so, José foi paciente. Falou e<br />

agiu de mo<strong>do</strong> que os pensamentos ocultos<br />

no coração de seus irmãos foram revela<strong>do</strong>s<br />

a Deus e, finalmente, conduziram-nos ao verdadeiro<br />

arrependimento.<br />

1. Tem po de p r o v a r (G n 42:1-35)<br />

Depois <strong>do</strong>s sete anos prometi<strong>do</strong>s de fartura,<br />

vieram os anos de fome sobre o Oriente Médio.<br />

Porém, graças a José, no Egito havia abundância<br />

de grãos. Deus havia envia<strong>do</strong> José<br />

adiante (Gn 45:5; Sl 105:17) para preservar<br />

a vida de sua família de mo<strong>do</strong> que, um dia, a<br />

nação de Israel pudesse dar ao mun<strong>do</strong> Jesus<br />

Cristo, o "Pão da Vida" (Jo 6:48).<br />

Esses acontecimentos ocorreram durante<br />

os primeiros <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s sete anos de<br />

fome (Gn 45:6). Àquela altura, os irmãos<br />

de José já haviam passa<strong>do</strong> por várias provações<br />

planejadas por Deus para conduzi-los<br />

ao arrependimento.<br />

Fome (w . 1,2). A família de Jacó era grande<br />

(Gn 46:26), e havia muitos servos. Como<br />

a escassez de comida persistia, tornou-se<br />

cada vez mais difícil alimentá-los. Sem dúvida,<br />

tanto os irmãos quanto o pai sabiam que<br />

havia grãos no Egito, mas não falavam sobre<br />

o assunto. Jacó percebeu a atitude estranha<br />

<strong>do</strong>s filhos e perguntou: "Por que estais aí a<br />

olhar uns para os outros?"<br />

Por que, de fato, os irmãos hesitaram em<br />

falar sobre o problema ou mesmo em oferecer-se<br />

para ir ao Egito comprar comida?<br />

Um <strong>do</strong>s motivos era a jornada para o<br />

Egito, uma viagem longa (375 a 450 quilômetros),<br />

perigosa e que, soman<strong>do</strong> ida e<br />

volta, podia levar até seis semanas. Mesmo<br />

chegan<strong>do</strong> ao Egito, não tinham como saber,<br />

ao certo, se seriam bem recebi<strong>do</strong>s por lá.<br />

Como "estrangeiros" de Canaã, estariam<br />

numa situação extremamente vulnerável e<br />

poderiam até ser presos e vendi<strong>do</strong>s como<br />

escravos. Se isso acontecesse aos filhos de<br />

Jacó, quem cuidaria de suas famílias e de<br />

seu pai i<strong>do</strong>so?<br />

Talvez os filhos de Jacó também fossem<br />

assombra<strong>do</strong>s pela lembrança de ter vendi<strong>do</strong><br />

o irmão inocente a merca<strong>do</strong>res que rumavam<br />

para o Egito. Esse ato de perversidade<br />

havia si<strong>do</strong> cometi<strong>do</strong> fazia mais de trinta anos,<br />

e, àquela altura, tinham certeza de que José<br />

estava morto (Gn 42:13), mas não haviam<br />

esqueci<strong>do</strong> a cena de José claman<strong>do</strong> em sua<br />

angústia (vv. 17-24). A consciência consegue<br />

desenterrar o passa<strong>do</strong> e provocar dúvidas e<br />

me<strong>do</strong>s dentro de nós.<br />

Como líder <strong>do</strong> clã, Jacó decidiu mandar<br />

to<strong>do</strong>s, exceto Benjamim, ao Egito a fim de<br />

comprar alimentos. Depois <strong>do</strong> que havia<br />

aconteci<strong>do</strong> a José, sem dúvida Jacó suspeitava<br />

de seus filhos e, por isso, Benjamim ficou

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