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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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Do desenho <strong>da</strong>s palavras à palavra do desenho<br />

gativa do pe<strong>da</strong>gogo, por que nos cursos de pe<strong>da</strong>gogia<br />

e de formação de professores não são ofereci<strong>da</strong>s<br />

disciplinas que contemplem a<br />

especifici<strong>da</strong>de estética de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s linguagens<br />

artísticas (Artes Visuais, Dança, Música e<br />

Teatro)? (3) Por que não se busca sinalizar procedimentos<br />

metodológicos para o trabalho sistemático<br />

com ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s linguagens artísticas<br />

nestes cursos? (4) Se cabe exclusivamente ao<br />

artista, ao arte-educador e ao professor de arte<br />

(egresso <strong>da</strong>s licenciaturas em Artes Visuais,<br />

Dança, Música e Teatro) o trabalho pe<strong>da</strong>gógico<br />

com as artes na educação infantil e séries iniciais<br />

do ensino fun<strong>da</strong>mental (1ª à 4ª série), por que<br />

é tão rara a presença desses profissionais nestes<br />

níveis <strong>da</strong> escolarização?<br />

Parece-me que evitar formular questões como<br />

as que são apresenta<strong>da</strong>s acima – ou não procurar<br />

respondê-las – revela uma silenciosa orquestração<br />

no sentido de “deixar tudo como está pra<br />

ver como é que fica”. Então, quero expor aqui<br />

meu ponto de vista em relação a esse tema.<br />

Não tenho a ambição de ser “dono <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de”.<br />

Aqui, assumo propor um equacionamento<br />

não desinteressado para essa problemática. Meu<br />

entendimento é o de que o professor <strong>da</strong> educação<br />

infantil e <strong>da</strong>s séries iniciais é essencialmente<br />

“polivalente”, ou seja, é aquele profissional “licenciado”<br />

para realizar a transposição didática<br />

dos conhecimentos de diferentes áreas do saber<br />

em creches, pré-escolas e nas séries iniciais do<br />

ensino fun<strong>da</strong>mental (1ª à 4ª série).<br />

Ora, não se tem notícia de professores de<br />

Matemática ou de Língua Portuguesa, por exemplo,<br />

atuando na educação infantil e nas quatro<br />

primeiras séries do ensino fun<strong>da</strong>mental. As licenciaturas<br />

em Matemática e Língua Portuguesa<br />

têm em vista o exercício do magistério<br />

unicamente <strong>da</strong> 5ª à 8ª série do ensino fun<strong>da</strong>mental<br />

e ao longo do ensino médio. O mesmo<br />

ocorre com as licenciaturas para o ensino <strong>da</strong>s<br />

demais áreas do conhecimento (artes, educação<br />

física, ciências naturais, história e geografia)<br />

(BRASIL, 1998, 1997).<br />

Os cursos de pe<strong>da</strong>gogia precisam, portanto,<br />

assumir a especifici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> formação profissional<br />

que se propõem a oferecer criando condições<br />

de igual<strong>da</strong>de no oferecimento <strong>da</strong>s<br />

118<br />

diretrizes metodológicas para o trabalho pe<strong>da</strong>gógico<br />

com to<strong>da</strong>s as áreas de conhecimento.<br />

Afinal, a licença para o exercício do<br />

magistério na educação infantil e séries iniciais<br />

do ensino fun<strong>da</strong>mental é prerrogativa<br />

do pe<strong>da</strong>gogo. Essa licença é o “caroço” <strong>da</strong><br />

sua identi<strong>da</strong>de profissional. É fun<strong>da</strong>mental o<br />

compromisso dos departamentos de educação<br />

<strong>da</strong> <strong>Uneb</strong> para com a elaboração de uma matriz<br />

curricular que não comprometa a excelência do<br />

ensino de arte que os artistas, arte-educadores<br />

e professores de arte brasileiros almejam – e<br />

têm perseguido historicamente (JAPIASSU,<br />

2002, p. 49-54).<br />

Tenho procurado estar atento ao desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> área de Artes Visuais no Brasil através<br />

de publicações especializa<strong>da</strong>s (BARBOSA,<br />

1996; DEHEIZELIN, 1998; FERRAZ & FU-<br />

SARI, 1993a, 1993b; MOREIRA, 1984; PEN-<br />

NA, 2001; PILLAR, 1996a, 1996b, 1993). Além<br />

disso, busco freqüentemente participar dos encontros<br />

(virtuais e presenciais) promovidos pela<br />

Federação de Arte-Educadores do Brasil/<br />

FAEB. Interessa-me muito o estudo <strong>da</strong> estética<br />

do grafismo infantil na perspectiva <strong>da</strong> psicologia<br />

sócio-histórica e de sua teoria histórico-cultural<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de-CHAT (AZENHA, 1995; DE<br />

CAMILLIS, 2002; FERREIRA, 1998; LEVIN,<br />

1998; LURIA, 1994; MARÍN, 1985; ROCCO,<br />

1990; VYGOTSKY, 2001, 1998, 1996, 1982).<br />

Meu objetivo com este texto é contribuir –<br />

ain<strong>da</strong> que modestamente – para a (in)formação<br />

<strong>da</strong>s práticas pe<strong>da</strong>gógicas com as Artes Visuais<br />

do(a) professor(a) que irá atuar na educação<br />

infantil e séries iniciais do ensino fun<strong>da</strong>mental.<br />

Busco expor, de maneira objetiva, ao longo do<br />

texto, subsídios teórico-práticos para que o(a)<br />

leitor(a) tenha condições de compreender melhor<br />

e valorizar a expressão gráfico-plástica infantil.<br />

Por uma estética do grafismo infantil<br />

A estética do grafismo infantil refere o estudo<br />

<strong>da</strong>s condições de produção e efeitos (apreciação)<br />

<strong>da</strong> criação gráfico-plástica infantil.<br />

Trata-se de um campo de estudo que busca co-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 117-132, jan./jun., 2006

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