Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb
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velmente o jogo, permitindo para os diferentes<br />
alunos a possibili<strong>da</strong>de de desenvolvimento nos<br />
aspectos: 1. afetivo – nas relações de aju<strong>da</strong> e<br />
aceitação do outro com suas diferenças e especifici<strong>da</strong>des;<br />
2. social – nas interações e trocas<br />
entre os pares de alunos, ampliando as possibili<strong>da</strong>des<br />
individuais; 3. cognitivo – na<br />
elaboração de estratégias para fazer os registros;<br />
4. psicomotor – durante o próprio jogo com<br />
o desafio de acertar os pinos do boliche. Assim,<br />
a ludici<strong>da</strong>de não foi utiliza<strong>da</strong> com ênfase<br />
restrita a recreação/ lazer, mas buscando integrar<br />
o sentir, o pensar e o agir dos educandos<br />
que dela participaram.<br />
Dessa forma, ambos os episódios descritos<br />
fornecem elementos para apontar que no atendimento<br />
a crianças com necessi<strong>da</strong>des especiais<br />
o jogo proporciona maior interação entre os<br />
alunos e maior envolvimento dessas crianças<br />
com o conteúdo específico que se está trabalhando.<br />
Para elas, isso significa que numa relação<br />
estabeleci<strong>da</strong> a partir do jogo/brincadeira o<br />
foco deixa de ser o seu déficit real, isto é, o<br />
problema orgânico instalado para que sejam<br />
focaliza<strong>da</strong>s suas possibili<strong>da</strong>des construí<strong>da</strong>s em<br />
situação de interação social no jogo. Assim, a<br />
questão não está no que ela não consegue fazer,<br />
mas no que ela pode fazer sob condições<br />
de mediação pe<strong>da</strong>gógica adequa<strong>da</strong> através do<br />
uso de jogos/brincadeiras.<br />
Isso ocorre, pois no jogo os padrões e cobranças<br />
de eficiência, estabelecidos pela socie<strong>da</strong>de,<br />
são flexibilizados e abre-se a possibili<strong>da</strong>de<br />
para tentativas, erros e mediações sociais.<br />
Esta flexibilização reforça o caráter educativo<br />
do jogo que é subsidiado pela proposta de interação<br />
social e pela perspectiva inclusiva que se<br />
estabelece em seu desenvolvimento.<br />
REFERÊNCIAS<br />
Considerações finais<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 147-156, jan./jun., 2006<br />
Susana Couto Pimentel<br />
Diante do exposto, é possível visualizar o<br />
potencial dos jogos e brincadeiras no trabalho<br />
com crianças com necessi<strong>da</strong>des educativas<br />
especiais, pois, a partir dessa inserção do lúdico<br />
no espaço escolar, a aprendizagem torna-se<br />
mais desafiadora e prazerosa proporcionando<br />
um maior envolvimento dos alunos.<br />
Com estes princípios de desafio e prazer, o<br />
jogo assume um importante papel no processo<br />
de a<strong>da</strong>ptação curricular para a pessoa com necessi<strong>da</strong>de<br />
educativa especial, equilibrando as<br />
concepções de funcionali<strong>da</strong>de e ludici<strong>da</strong>de no<br />
desenvolvimento do currículo. Assim, pode-se<br />
trabalhar através do jogo questões <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana<br />
que aten<strong>da</strong>m às necessi<strong>da</strong>des específicas<br />
dos alunos, aju<strong>da</strong>ndo-os a avançar em<br />
seu desenvolvimento a partir dos objetivos propostos.<br />
Porém, vale ressaltar que, como parte do<br />
processo de mediação pe<strong>da</strong>gógica, os jogos e<br />
brincadeiras precisam ser intencionalmente planejados.<br />
O planejamento de jogos e brincadeiras<br />
pelo professor é imprescindível para que se<br />
alcance a plenitude de suas possibili<strong>da</strong>des no<br />
processo educativo. Nesse planejamento é importante<br />
que o docente tenha clareza dos aspectos<br />
do desenvolvimento aí envolvidos e <strong>da</strong>s<br />
aprendizagens que proporcionam para as crianças.<br />
Garantir também no planejamento docente<br />
espaços e momentos de brincadeiras espontâneas,<br />
construção de brinquedos de sucata e brincadeiras<br />
tradicionais é igualmente importante<br />
no processo de avaliação dos alunos pelo professor,<br />
pois estas também proporcionam conflitos,<br />
aprendizagens e desenvolvimento.<br />
AGUIAR, José Serapião de. <strong>Educação</strong> inclusiva: jogos para o ensino de conceitos. Campinas: Papirus,<br />
2004.<br />
ALVES, Rubem. Cenas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Campinas: Papirus, 1997.<br />
CARVALHO, Rosita Edlér. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: VWA, 1997.<br />
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.<br />
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