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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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Arte: estampas híbri<strong>da</strong>s de arco-íris em flor – sinergia, religação e ecofraternização<br />

A Arte se plasma como experiência vivi<strong>da</strong>,<br />

penetrante, que atravessa por dentro, pelas entranhas<br />

<strong>da</strong> nervura do vivido, do vivente, e implica no<br />

cultivo de nossa subjetivi<strong>da</strong>de vital, ao mesmo tempo<br />

em que afirma e nos conduz à dinâmica <strong>da</strong>s<br />

relações intersubjetivas. Os símbolos <strong>da</strong> Arte interligam,<br />

interpenetram e nos enre<strong>da</strong>m nas estampas<br />

<strong>da</strong> teia anima<strong>da</strong> que entretece o humano, o<br />

interhumano, fazendo ecoar as ressonâncias dos<br />

versos que versejam o universo, na ro<strong>da</strong> mestiça<br />

e pregnante <strong>da</strong> ecofraternização.<br />

As urdiduras poéticas <strong>da</strong> Arte trazem graça<br />

e encantação. Podem, assim, nos tornar mais<br />

graciosos e altaneiros. Nos imergem pelos desvãos<br />

do sublime, <strong>da</strong> sutileza, dos mistérios inefáveis<br />

do ser, do universo, nos fazendo celebrar<br />

a insustentável beleza <strong>da</strong> leveza do ser. Nos<br />

dis-põem com mais audácia e terneza para as<br />

travessuras <strong>da</strong>s travessias oblíquas que nos atravessam,<br />

que atravessamos. Assim, podemos<br />

trilhar em nossas sagas com mais denodo e<br />

paixão, com mais inventivi<strong>da</strong>de e vigor, com<br />

162<br />

REFERÊNCIAS<br />

mais poetici<strong>da</strong>de e alumbramento. As urdiduras<br />

<strong>da</strong> Arte nos precipitam com afinco e desprendimento<br />

pelas ondulações <strong>da</strong> tensivi<strong>da</strong>de do<br />

vivido, e assim podemos bailar com mais desenvoltura<br />

nos volteios de suas curvaturas.<br />

A potência germinal e criante <strong>da</strong> Arte nos renova<br />

e nos reinventa cotidianamente. Nos metamorfoseia<br />

nos ciclos <strong>da</strong>s estações de nossos verões,<br />

invernos, outonos e primaveras. Infunde os<br />

sentimentos dos estados de alumbramento que nos<br />

co-movem nas itinerrâncias nômades, no desbor<strong>da</strong>r<br />

de nossas utopias. Renova o espírito e o<br />

coração na movência dos fluxos de nosso sersendo-com-os-outros,<br />

no advento e na fruição do<br />

novo renovante e reencantante.<br />

Como estampas híbri<strong>da</strong>s de arco-íris em flor,<br />

a Arte desbor<strong>da</strong> os fractais <strong>da</strong>s curvaturas e<br />

dos entrecruzamentos do existir, <strong>da</strong> teia policrômica<br />

e semovente do coexistir, mediante o<br />

arco do abraço intercultural/transcultural que,<br />

de modo in-tensivo e pregnante, entrelaça os<br />

tons multicores de nossas tradições culturais.<br />

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RILKE, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta. São Paulo: Globo, 2003.<br />

Recebido em 28.02.06<br />

Aprovado em 05.03.06<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 157-162, jan./jun., 2006

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