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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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Herivelto Moreira; Guiomara Ribas; Elza Rumiko W. Soavinsky; Raimundo Fortes; Maria do Carmo Wiese; Ethel Fisher<br />

fleti<strong>da</strong>s. Isso está relacionado ao fato de que,<br />

na mente do professor, os componentes do<br />

conhecimento, as crenças, as concepções e<br />

as intuições estão inextricavelmente entrelaçados.<br />

Essas considerações sugerem um aprofun<strong>da</strong>mento<br />

nos estudos sobre o professor reconhecido<br />

como pessoa única e como aprendiz<br />

que possuí e desenvolve um tipo especial de<br />

conhecimento. Esse conhecimento é significantemente<br />

influenciado e determinado pelas experiências<br />

em vários contextos. Por outro lado,<br />

a maneira como o professor age em uma determina<strong>da</strong><br />

situação e em um contexto específico,<br />

também pode determinar e influenciar esses<br />

contextos.<br />

O PERCURSO METODOLÓGICO<br />

A metodologia utiliza<strong>da</strong> foi a pesquisa qualitativa<br />

de natureza interpretativa. Essa abor<strong>da</strong>gem<br />

foi utiliza<strong>da</strong> para melhor definir o problema<br />

tendo como base a reali<strong>da</strong>de dos docentes, pois<br />

segundo Moreira (2002), na pesquisa qualitativa<br />

o foco <strong>da</strong> investigação é na essência do fenômeno<br />

e a visão de mundo é função <strong>da</strong><br />

percepção do indivíduo. O objetivo é fazer com<br />

que as pessoas que estão participando do estudo<br />

falem por si próprias, para proporcionar suas<br />

perspectivas em palavras e em ações. Portanto,<br />

a pesquisa qualitativa envolve uma abor<strong>da</strong>gem<br />

interpretativa e naturalista do que está<br />

sendo estu<strong>da</strong>do.<br />

Os participantes do estudo foram 30 professores<br />

do Ensino Médio de sete escolas públicas<br />

de Curitiba. A amostra foi intencional.<br />

Isso significa que a amostra foi seleciona<strong>da</strong> levando<br />

em consideração aquelas pessoas que<br />

podiam contribuir mais para o estudo. Nesse<br />

tipo de amostragem, como sugerem Bog<strong>da</strong>n e<br />

Biklen (1994, p.96) o número de participantes<br />

do estudo não é definido a priori, pois “as entrevistas<br />

caminham até a altura em que o estudo<br />

atinge aquilo que se designa de saturação de<br />

<strong>da</strong>dos, ou seja, o ponto <strong>da</strong> coleta de <strong>da</strong>dos a<br />

partir do qual a aquisição <strong>da</strong>s informações se<br />

torna redun<strong>da</strong>nte”.<br />

A amostra constituiu-se de 10 professores e<br />

20 professoras com média de i<strong>da</strong>de de 44 anos.<br />

Dos 30 participantes, cinco professores estavam<br />

no estágio inicial na carreira (cinco anos<br />

de experiência ou menos), quatorze no estágio<br />

intermediário (seis a doze anos de experiência)<br />

e onze no estágio avançado (treze anos de experiência<br />

ou mais). 21 professores possuíam<br />

pós-graduação, sendo 17 em nível de especialização<br />

e quatro em nível de mestrado. Ministravam,<br />

em média, 36 aulas semanais e possuíam,<br />

em média, 22,9 anos de magistério.<br />

A técnica de coleta de <strong>da</strong>dos foi a entrevista<br />

individual semi-estrutura<strong>da</strong>. A entrevista<br />

semi-estrutura<strong>da</strong> parte de um protocolo que inclui<br />

um número de temas a serem discutidos na<br />

entrevista, mas que não são introduzidos <strong>da</strong><br />

mesma maneira, na mesma ordem, nem se espera<br />

que os entrevistados sejam limitados nas<br />

suas respostas e nem que respon<strong>da</strong>m tudo <strong>da</strong><br />

mesma forma. O entrevistador é livre para deixar<br />

os entrevistados desenvolverem as questões<br />

<strong>da</strong> maneira como eles quiserem. Ao usar<br />

esse tipo de entrevista, é possível exercer certo<br />

tipo de controle sobre a conversação, embora<br />

se permita ao entrevistado alguma liber<strong>da</strong>de. O<br />

protocolo de entrevista foi elaborado a partir <strong>da</strong><br />

experiência dos pesquisadores e <strong>da</strong> literatura<br />

na área.<br />

As entrevistas foram conduzi<strong>da</strong>s no próprio<br />

local de trabalho dos professores, sendo grava<strong>da</strong>s<br />

e transcritas literalmente.<br />

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS<br />

DADOS<br />

A análise dos <strong>da</strong>dos foi indutiva, isto é, as<br />

abstrações foram sendo construí<strong>da</strong>s à medi<strong>da</strong><br />

que os <strong>da</strong>dos particulares foram coletados e<br />

foram se agrupando. Os <strong>da</strong>dos foram segmentados,<br />

portanto, divididos em uni<strong>da</strong>des de significados<br />

relevantes, embora tenha sido manti<strong>da</strong><br />

a conexão com o todo. A análise iniciou com a<br />

leitura de todos os <strong>da</strong>dos de modo a proporcionar<br />

a familiarização dos pesquisadores com os<br />

mesmos. Os segmentos de <strong>da</strong>dos foram categorizados,<br />

de acordo com um sistema organi-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 227-238, jan./jun., 2006 231

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