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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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Do desenho <strong>da</strong>s palavras à palavra do desenho<br />

(2) Além do portfolio alguns hábitos precisam<br />

ser rotinizados por parte do(a) professor(a).<br />

O mais importante deles é, sempre, providenciar<br />

a identificação dos autores dos desenhos na<br />

face do suporte que não foi utiliza<strong>da</strong> pelo sujeito<br />

(“atrás” do desenho). A identificação deve<br />

revelar o nome do aluno, sua i<strong>da</strong>de, a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

confecção do desenho e o tipo de ativi<strong>da</strong>de<br />

que lhe foi proposta. Exemplo: Bruna, cinco<br />

anos, 08 de maio de 2004, desenho espontâneo.<br />

Isso facilitará a avaliação por parte do(a)<br />

professor(a) <strong>da</strong> trajetória única, pessoal e insubstituível<br />

<strong>da</strong> criança em seus movimentos de<br />

apropriação e (co)laboração do desenho como<br />

sistema semiótico. Pais e pesquisadores do grafismo<br />

infantil, no entanto ,podem ser mais precisos<br />

na identificação do tempo de existência<br />

<strong>da</strong> criança. Neste caso, costuma-se revelar não<br />

apenas quantos anos a criança tem mas, também,<br />

informar a quanti<strong>da</strong>de de meses e dias de<br />

vi<strong>da</strong> do sujeito. Exemplo: Luis, 1; 6 (30). Neste<br />

tipo de anotação o(a) pesquisador(a),<br />

professor(a) ou pai registra a quanti<strong>da</strong>de de anos<br />

(um), de meses (seis) e dias (trinta) de vi<strong>da</strong> que<br />

o sujeito possui. Observe que após o nome <strong>da</strong><br />

criança coloca-se uma vírgula, para logo depois<br />

ser informado o número que corresponde<br />

à quanti<strong>da</strong>de de anos que ela possui. Em segui<strong>da</strong>,<br />

separado por um ponto e vírgula, informase<br />

a quanti<strong>da</strong>de de meses de vi<strong>da</strong> do sujeito.<br />

Por fim, entre parênteses, registra-se com precisão<br />

os dias de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança (PIAGET,<br />

1978).<br />

Considerações finais<br />

Espero aqui ter compartilhado com você,<br />

leitor, alguns conhecimentos teórico-práticos que<br />

me parecem indispensáveis à implementação<br />

de intervenções pe<strong>da</strong>gógicas tendo em vista a<br />

apropriação e a (co)laboração do desenho enquanto<br />

sistema de representação por parte do<br />

educando.<br />

A discussão sobre a quem cabe a responsabili<strong>da</strong>de<br />

do ensino <strong>da</strong>s artes na educação infantil<br />

e séries iniciais do ensino fun<strong>da</strong>mental<br />

continua. Na introdução ao artigo eu me posici-<br />

130<br />

onei em relação a essa problemática. E minha<br />

opinião – já disse - é a de que esta é uma prerrogativa<br />

do pe<strong>da</strong>gogo, ou seja, do profissional<br />

<strong>da</strong> educação - (in)formado e licenciado para<br />

exercer o magistério nestes níveis iniciais <strong>da</strong><br />

escolarização. Mas isso não significa excluir definitivamente<br />

a possibili<strong>da</strong>de de o licenciado para<br />

o ensino <strong>da</strong>s diferentes linguagens artísticas<br />

(Artes Visuais, Dança, Música e Teatro), dos<br />

artistas e arte-educadores atuarem junto aos<br />

profissionais <strong>da</strong> educação infantil e <strong>da</strong>s séries<br />

iniciais do ensino fun<strong>da</strong>mental. 3 Mas – é claro<br />

– o professor de arte, o arte-educador e o artista<br />

autodi<strong>da</strong>ta, neste caso, necessitam obter<br />

(in)formações adequa<strong>da</strong>s para gerenciarem<br />

competentemente suas intervenções pe<strong>da</strong>gógicas<br />

nestes níveis <strong>da</strong> escolarização.<br />

A principal questão continua sendo a <strong>da</strong><br />

(re)conceptualização dos processos (in)formativos<br />

dos profissionais <strong>da</strong> educação na perspectiva <strong>da</strong><br />

melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação que é ofereci<strong>da</strong><br />

no país. Penso que, paralelamente à tradicional<br />

ênfase no saber (conhecimento), as<br />

universi<strong>da</strong>des e agências (in)formadoras do(a)<br />

professor(a) devem cui<strong>da</strong>r também para que o<br />

saber-fazer (transposição didática do conhecimento)<br />

e o ser (exercício consciente <strong>da</strong> profissão<br />

docente e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia) recebam a mesma atenção<br />

por parte dos propositores <strong>da</strong>s matrizes<br />

curriculares dos cursos para a formação de professores.<br />

Isso só pode ser alcançado, no meu<br />

entendimento, a partir <strong>da</strong> indissociabili<strong>da</strong>de entre<br />

pesquisa-ensino no âmbito <strong>da</strong> prática reflexiva<br />

do futuro candi<strong>da</strong>to a professor.<br />

Não se deve, no entanto, jamais esquecer que<br />

“a escola é sempre construção dos sujeitos sociais,<br />

que se apropriam de determinado modo <strong>da</strong><br />

escola e <strong>da</strong>s determinações sociais e estatais a<br />

partir <strong>da</strong>s suas histórias particulares, e de suas<br />

experiências” (SAWAYA, 2002, p. 205). Então,<br />

não podemos ser ingênuos: a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> educação nacional requer a melhoria <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de dos processos (in)formativos dos pro-<br />

3 A Prefeitura de São Paulo fez acerta<strong>da</strong>mente concurso<br />

público para o ensino de artes nos CEUs abrindo inscrições<br />

para licenciados em arte, artistas e arte-educadores autodi<strong>da</strong>tas.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 117-132, jan./jun., 2006

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