Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb
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quillino em um livro, não publicado, intitulado<br />
“Minhas Percepções”. Tranquillino Bastos legou<br />
à posteri<strong>da</strong>de um acervo com cerca de<br />
1.500 (hum mil e quinhentos) documentos musicais<br />
entre manuscritos e impressos constando<br />
partituras, livros de crônicas e de teoria <strong>da</strong><br />
música de sua autoria e de outros autores brasileiros<br />
e estrangeiros.<br />
Tranquillino Bastos formou muitas gerações<br />
de músicos em várias ci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Bahia durante<br />
sua longa ativi<strong>da</strong>de – que durou mais de sessenta<br />
anos – como professor de música,<br />
regente, compositor, arranjador, instrumentista,<br />
formando músicos de renome, como Irineu Sacramento,<br />
que o sucedeu à frente <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
Socie<strong>da</strong>de Orpheica Lyra Ceciliana e que conquistou<br />
notorie<strong>da</strong>de como Mestre de Ban<strong>da</strong> na<br />
Bahia.<br />
O domínio que Manuel Tranquillino Bastos<br />
possuía em muitas áreas do conhecimento humano,<br />
como a medicina natural, a homeopatia,<br />
o estudo do espiritismo, <strong>da</strong> filosofia, conhecimento<br />
de línguas, o domínio <strong>da</strong>s letras, um amplo<br />
e variado conhecimento musical e uma<br />
elabora<strong>da</strong> apreciação crítica do mundo, documenta<strong>da</strong><br />
em seu livro não publicado “Minhas<br />
Percepções”, o distingue dos demais Mestres<br />
e faz de Manuel Tranquillino Bastos um homem<br />
além do seu tempo.<br />
Outros destacados Mestres de Ban<strong>da</strong> e compositores<br />
que viveram na Bahia na época de<br />
Manuel Tranquillino Bastos serão aqui também<br />
referidos: Lourenço José de Aragão (1815-<br />
1887), João Manoel Dantas (Cachoeira, 1815-<br />
1874), Miguel dos Anjos de Sant’Anna Torres<br />
(Salvador, 1837-1902), José de Souza Aragão<br />
(Cachoeira, 1819-1904), Francisco José <strong>da</strong><br />
Costa (Cachoeira, 1830-1908), Eduardo Mendes<br />
Franco (Cachoeira, 1852- ?), Heráclio Paraguassu<br />
Guerreiro (Maragogipe, 1877-1950),<br />
Álvaro Villares Neves (Rio de Contas, 1886-<br />
1986), Isaias Gonçalves Amy (Queima<strong>da</strong>s,<br />
1888-1960), Júlio Cézar Souza (Mucugê, 1889-<br />
1983), Ovydio Santa Fé Aquino (Belmonte,<br />
1898-1987), Almiro Oliveira (Nazaré, 1903-<br />
1993), Armindo Oliveira (Nazaré), Amando<br />
Nobre (Maragogipe, 1903-1970), Ceciliano de<br />
Carvalho (Senhor do Bomfim), Esaú Pinto (Rio<br />
Juvino Alves<br />
de Contas), João Antônio Wanderley (Salvador),<br />
Estevam Moura (Santo Estevão, 1907-<br />
1951), Norberto de Aquino-Mestre Xaxá (Irará),<br />
João Sacramento Neto (Condeúba, 1933-<br />
?), Osório de Oliveira (Santo Amaro), Santa<br />
Isabel, João Mariano Sobral, Tertuliano Santos<br />
(Feira de Santana), Waldemar <strong>da</strong> Paixão (Salvador),<br />
Irineu Sacramento (Cachoeira), Carlos<br />
Teixeira (Nazaré), Anthenor Bastos (Cachoeira),<br />
Candido Alves de Almei<strong>da</strong> (Castro Alves),<br />
João Nunes Azevedo (Serrinha) e Martinho<br />
Pereira de Araújo (Remanso, 1887[?]-1971<br />
Salvador).<br />
Além dos mestres e compositores, também<br />
podem ser citados alguns importantes músicos<br />
dessa mesma época, que estiveram ligados às<br />
Ban<strong>da</strong> e Socie<strong>da</strong>de Filarmônica: Lourenço José<br />
de Aragão (1815-1887), também compositor e<br />
Mestre de Ban<strong>da</strong>; Feliciano Batista, que tocava<br />
também oboé e corno-inglês; Joaquim Silvério<br />
de Bittencourt e Sá (Salvador, 1829-1899),<br />
que foi também compositor, organista, tocador<br />
de violeta e teve como irmão o compositor<br />
Manuel Tomé de Bittencourt e Sá; Anthenor<br />
Bastos (Cachoeira, 1889- ?) filho de Tranquillino<br />
Bastos, que além de clarinetista foi compositor<br />
e Mestre de Ban<strong>da</strong>, atuando na “Socie<strong>da</strong>de<br />
Filarmônica Filhos de Apolo” de Santo Amaro<br />
<strong>da</strong> Purificação e Eustáquio Rebouças <strong>da</strong> Cruz<br />
(Maragogipe, 1837-1881), que estudou inicialmente<br />
fagote e oboé.<br />
4. Conclusão<br />
As Ban<strong>da</strong>s e Filarmônicas – que representam<br />
centros de fomento a manifestações culturais<br />
no Brasil, juntamente com os Mestres de<br />
Ban<strong>da</strong> – que representavam o esteio dessas<br />
corporações, ensinando a arte musical e<br />
<strong>da</strong>ndo,ao mesmo tempo, os princípios na formação<br />
do ci<strong>da</strong>dão, tiveram total falta de amparo,<br />
vivendo momentos de decadência. Contudo,<br />
vivem agora instantes de esperança em atuarem<br />
em suas reais funções, em decorrência do<br />
surgimento de instituições como a Casa <strong>da</strong>s Filarmônicas<br />
e a FUNARTE, que vêm realizando<br />
trabalhos na busca de ampará-las e<br />
<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 163-171, jan./jun., 2006 169