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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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Do desenho <strong>da</strong>s palavras à palavra do desenho<br />

126<br />

Figura 5<br />

Rebatimento (à esquer<strong>da</strong>)<br />

e transparência (à direita)<br />

Figura 6<br />

Esquema gráfico para<br />

a representação de mãos e pés<br />

(5) A representação gráfico-plástica pósesquemática<br />

– Esse período equivale às etapas<br />

formalista veraz ou formalista verossímil (escalão<br />

<strong>da</strong> representação mais aproxima<strong>da</strong> do<br />

real) e formalista plástica ou plástica propriamente<br />

dita (escalão <strong>da</strong> representação propriamente<br />

dita) de Vygotsky. A superação dos esquemas<br />

gráficos comuns à fase anterior só pode<br />

ocorrer se - e quando - o sujeito for submetido a<br />

uma intervenção pe<strong>da</strong>gógica ou “participação<br />

guia<strong>da</strong>” que o desafie a experimentar novas possibili<strong>da</strong>des<br />

para o tratamento gráfico-plástico de<br />

suas representações através do desenho. Geralmente<br />

constata-se uma tendência dos sujeitos em<br />

reproduzirem as convenções realista-naturalistas<br />

na representação dos objetos neste período<br />

(mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de dominante ou hegemônica de desenho).<br />

Pode surgir o interesse, nesta etapa, em<br />

conhecer e dominar as técnicas projetivas e<br />

euclidianas - ou “clássicas” - <strong>da</strong> representação<br />

gráfico-plástica do espaço.<br />

As técnicas projetivas consistem em convenções<br />

que nos permitem visualmente diferenciar<br />

e coordenar nosso ponto de vista em relação<br />

aos objetos representados graficamente.<br />

Através delas pode-se “projetar” um objeto no<br />

espaço, fornecendo-se a noção de primeiro e<br />

segundo planos, além <strong>da</strong> impressão de profundi<strong>da</strong>de<br />

(desenho em perspectiva). Já as técnicas<br />

euclidianas são aquelas convenções que<br />

permitem organizar visualmente o desenho de<br />

modo tal que os objetos possam ser traçados,<br />

considerando-se sua posição, distância e proporção<br />

em relação ao conjunto de referências<br />

espaciais que organizam e estabilizam a reali<strong>da</strong>de<br />

graficamente representa<strong>da</strong>. As convenções<br />

projetivas e euclidianas são técnicas em<br />

geral muito utiliza<strong>da</strong>s para criarem um efeito<br />

de “ilusionismo” e de “fideli<strong>da</strong>de” <strong>da</strong> coisa representa<strong>da</strong>.<br />

O senso comum, por exemplo, costuma<br />

denominar por “desenho bem feito” as<br />

representações gráfico-plásticas que recorrem<br />

às técnicas projetivas e euclidianas.<br />

Verifica-se também, neste período, a incorporação<br />

de um intrigante procedimento por parte<br />

dos sujeitos: o uso <strong>da</strong> linha de base. A linha<br />

de base é a definição - quase sempre explícita<br />

- <strong>da</strong> superfície geral em que se apóia a “cena”<br />

mostra<strong>da</strong> pelo desenho (p. ex: ao representar<br />

uma casa, seus habitantes e arredores o sujeito<br />

traça uma linha definindo a base sobre a qual<br />

serão apoiados os objetos e figuras do desenho).<br />

Recursos pe<strong>da</strong>gógicos para a coleta<br />

sistemática do grafismo infantil<br />

Acredito ter exposto até aqui uma proposta<br />

terminológica que considero adequa<strong>da</strong> à compreensão<br />

<strong>da</strong> “etapização” do grafismo infantil,<br />

relacionando-a à nomenclatura originalmente<br />

utiliza<strong>da</strong> por Vygotsky. O leitor deve ter percebido<br />

que a nomenclatura apresenta<strong>da</strong> busca<br />

atender às diretrizes formula<strong>da</strong>s pela teoria histórico-cultural<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de-CHAT numa clara<br />

abor<strong>da</strong>gem à expressão psicográfica <strong>da</strong> criança<br />

na perspectiva <strong>da</strong> psicologia sócio-histórica.<br />

Cabe mais uma vez lembrar que o processo<br />

de apropriação e (co)laboração do desenho<br />

como sistema de representação semiótico<br />

pressupõe a intervenção delibera<strong>da</strong> do(a)<br />

professor(a) porque “não se trata de algo mas-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 117-132, jan./jun., 2006

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