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Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

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possibili<strong>da</strong>des e limites de educar emocionalmente<br />

o educando mediado por ativi<strong>da</strong>des lúdicas?<br />

Utilizando a pesquisa-ação, por considerar o sujeito<br />

no contexto em que se insere, pesquisei esse<br />

tema utilizando a psicanálise como aporte teórico,<br />

por confluir em seu centro de estudos as<br />

emoções e a ludici<strong>da</strong>de, dois fenômenos presentes<br />

no âmago desta pesquisa.<br />

O estudo é importante quanto à contribuição<br />

na compreensão do mal-estar na escola<br />

referente ao comportamento do educando e,<br />

conseqüentemente, do professor. Faz uma reflexão<br />

sobre problemas preliminares de marginalização<br />

e evasão. Parte de uma maior<br />

compreensão dos sentimentos <strong>da</strong>s crianças e<br />

coopera no desenvolvimento de suas potenciali<strong>da</strong>des.<br />

A importância <strong>da</strong> ludici<strong>da</strong>de na<br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças, na educação e<br />

na escola<br />

Ao observar uma criança, percebemos que<br />

a maior parte de seu tempo é utilizado em brincadeiras<br />

simples ou tecnologicamente sofistica<strong>da</strong>s.<br />

As crianças revelam uma irresistível<br />

atração e parecem desenvolver habili<strong>da</strong>des<br />

através do brincar. Ao longo do tempo, as brincadeiras<br />

vão se modificando no mundo infantil.<br />

Em um primeiro momento, observamos que brinca<br />

com o seu próprio corpo, em segui<strong>da</strong> descobre<br />

os objetos e suas potenciali<strong>da</strong>des para<br />

produzir prazer e bem-estar ao manuseá-los.<br />

Brougére (1998), estu<strong>da</strong>ndo a relação do<br />

lúdico com a aprendizagem, postulou que a primeira<br />

relação com a aprendizagem acontece<br />

quando a criança aprende a brincar. Nesse processo,<br />

a criança desenvolve certo tipo de comunicação<br />

peculiar, diferente <strong>da</strong>s normas de<br />

comunicação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> comum. É nessa fase que<br />

desenvolve as representações simbólicas, na qual<br />

o imaginário e a fantasia adentram sua vi<strong>da</strong> e<br />

tudo pode ter um outro sentido. Este momento<br />

é muito importante na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança, pois os<br />

brinquedos e objetos deixam de ser utilizados<br />

apenas para aquilo que foram criados e passam,<br />

no imaginário <strong>da</strong> criança, a ser tudo aquilo<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 27-41, jan./jun., 2006<br />

Maria José Etelvina dos Santos<br />

que querem, desejam e necessitam a ca<strong>da</strong> momento<br />

de sua vi<strong>da</strong>.<br />

A ludici<strong>da</strong>de é uma necessi<strong>da</strong>de do ser humano<br />

em qualquer i<strong>da</strong>de e não pode ser vista apenas<br />

como diversão. O desenvolvimento do aspecto<br />

lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento<br />

pessoal, social e cultural, colabora para uma<br />

boa saúde mental, prepara para um estado interior<br />

fértil, facilita os processos de socialização,<br />

comunicação, expressão e construção do conhecimento<br />

(SANTOS, 1997, p. 12).<br />

Este autor considera que os jogos e as brincadeiras<br />

permitem compreender como a criança<br />

vê e constrói o mundo. Através deles a<br />

criança aprende a dominar e conhecer o seu<br />

próprio corpo e as suas funções, a orientar-se<br />

no espaço e no tempo, a manipular e a construir<br />

os papéis necessários para as futuras etapas<br />

<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, a elaborar suas fantasias, seus<br />

temores, a sentir emoções, a saber perder e<br />

ganhar; enfim, ela pode desenvolver as suas<br />

potenciali<strong>da</strong>des em um ambiente seguro, longe<br />

<strong>da</strong> ansie<strong>da</strong>de dos fatos reais, controlá-los e<br />

revê-los, se assim desejar. Desta forma, as ativi<strong>da</strong>des<br />

lúdicas, permitem a representação dos<br />

fatos, possibilitando a liberação <strong>da</strong> imaginação<br />

e a presença <strong>da</strong> espontanei<strong>da</strong>de como também<br />

o desenvolvimento <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de. Todos esses<br />

fatores são essenciais para o desenvolvimento<br />

normal e sadio do ser humano.<br />

Chateau (1987, p. 14) nos adverte que “é<br />

pelo jogo, pelo brinquedo, que crescem a alma<br />

e a inteligência. Uma criança que não sabe brincar,<br />

uma miniatura de velho, será um adulto que<br />

não saberá pensar”.<br />

Segundo este autor as ativi<strong>da</strong>des lúdicas são<br />

elementos que contribuem, de forma significativa<br />

e fun<strong>da</strong>mental, para o processo de formação<br />

social, afetiva e intelectual <strong>da</strong> criança. Ao<br />

brincar, está em contato direto com o outro, vivenciando<br />

uma relação de trocas, tanto afetivas<br />

como também de experiências, que lhe<br />

proporciona ganhar ou perder, obedecer a regras<br />

ou transgredi-las, li<strong>da</strong>r com a diversi<strong>da</strong>de,<br />

com a antecipação ou julgamento <strong>da</strong> situação<br />

do momento e, tantas outras experiências que,<br />

aos poucos, vão amadurecendo-a para a vi<strong>da</strong><br />

adulta.<br />

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