11.04.2013 Views

Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

Revista da FAEEBA Educação e Contemporaneidade - Uneb

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A concepção de conhecimento profissional e sua aquisição por professores do ensino médio<br />

de refletirem sobre seu trabalho, reformulando<br />

sua forma de ser e agir.<br />

Quando perguntamos aos professores se a<br />

experiência do dia-a-dia na sala de aula aju<strong>da</strong>va<br />

no trabalho, todos responderam que sim. Isso<br />

corrobora a opinião de vários autores (NÓVOA,<br />

2000; PIMENTA, 1996) que afirmam que o professor<br />

aprende o seu ofício na escola. Os participantes<br />

desse estudo acreditam que a experiência<br />

do dia-a-dia colabora em dois sentidos: para<br />

o professor aperfeiçoar a sua didática, principalmente<br />

na base <strong>da</strong> tentativa e erro e para aprender<br />

a li<strong>da</strong>r com os problemas disciplinares, que<br />

em algumas escolas é um aspecto que toma a<br />

maior parte do esforço do professor. As opiniões<br />

a seguir foram as mais representativas:<br />

É fun<strong>da</strong>mental. O meu trabalho se baseia no conteúdo<br />

que eu tenho que saber, mas como agir na<br />

sala de aula, eu só descobri com a experiência do<br />

dia-a-dia. Eu comecei absolutamente verde e só<br />

com o tempo fui adquirindo o jeito de agir na<br />

sala de aula. (Professor de Física, oito anos de<br />

Magistério).<br />

Aju<strong>da</strong> e aju<strong>da</strong> muito. A partir <strong>da</strong>s experiências,<br />

<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de que eu estou vendo em sala eu<br />

vou propor elaborar o que se ministrar para os<br />

meus alunos. Então se eles têm necessi<strong>da</strong>de de<br />

aprender, por exemplo, uma ação social, porque<br />

está faltando isso para eles aí a gente vai relacionar<br />

a alguma situação. (Professora de matemática,<br />

dez anos de Magistério).<br />

Os depoimentos dos professores entrevistados<br />

confirmam que a prática é muito importante<br />

no processo ensino-aprendizagem, <strong>da</strong><br />

mesma forma que os conhecimentos oriundos<br />

<strong>da</strong> experiência. Esses conhecimentos são também<br />

aqueles que os professores produzem no<br />

cotidiano de seu trabalho, “num processo de<br />

reflexão sobre sua prática, mediatiza<strong>da</strong> pela de<br />

outrem – seus colegas educadores” (PIMEN-<br />

TA, 1996, p. 77).<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O objetivo desse artigo foi verificar qual a<br />

concepção de conhecimento de professores de<br />

sete escolas estaduais de Ensino Médio do<br />

município de Curitiba. Para investigar essa ques-<br />

236<br />

tão, vários aspectos do conhecimento foram tratados<br />

com os professores. As evidências mostram<br />

que os professores participantes deste<br />

estudo, na sua grande maioria, concebem o conhecimento<br />

como uma busca constante, a somatória<br />

de experiências adquiri<strong>da</strong> com a prática<br />

do dia-a-dia e o domínio do conteúdo.<br />

No entanto, para a maioria desses professores,<br />

os conhecimentos mais importantes para<br />

exercer a profissão se concentram ao redor do<br />

domínio do conteúdo e do bom relacionamento<br />

com os alunos.<br />

Com certeza, o domínio do conteúdo é um<br />

componente central do arsenal de conhecimentos<br />

necessários para desenvolver um bom trabalho<br />

na sala de aula, uma vez que as exigências<br />

em torno do ato de ensinar têm provocado um<br />

renovado interesse no conhecimento do conteúdo<br />

do professor. Embora a questão sobre o<br />

que os professores precisam saber sobre suas<br />

disciplinas seja muito difícil de ser respondi<strong>da</strong>.<br />

A relação professor-aluno é outro aspecto<br />

bastante relevante, pois conhecer o aluno e entendê-lo<br />

passa a ser uma condição para que o<br />

professor possa fazer a transposição didática<br />

de seu conteúdo.<br />

As respostas mais comuns em relação à<br />

concepção de conhecimento tomam a forma de<br />

um relato <strong>da</strong>s crenças dos professores sobre o<br />

conhecimento. No entanto, o conhecimento tem<br />

que satisfazer uma “condição ver<strong>da</strong>deira”, enquanto<br />

que as crenças, não. Sistemas de crenças<br />

são resistentes à mu<strong>da</strong>nça.<br />

Neste momento, ain<strong>da</strong> está obscuro se as<br />

crenças dos professores estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s<br />

às práticas em sala de aula, entretanto<br />

parece lógico que isto deva ser assim. Há<br />

uma concordância mais geral de que as crenças<br />

e as práticas existem em uma relação recíproca<br />

uma com a outra. É provável que a prática<br />

influencie as crenças como também é possível<br />

o contrário.<br />

Observa-se que a palavra conhecimento é<br />

utiliza<strong>da</strong> pelos professores para se referir ao<br />

“conhecimento livresco” que está publicamente<br />

disponível de uma maneira já codifica<strong>da</strong>. Essa<br />

noção fica muito clara nos depoimentos dos<br />

professores participantes deste estudo. Nesse<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>FAEEBA</strong> – <strong>Educação</strong> e Contemporanei<strong>da</strong>de, Salvador, v. 15, n. 25, p. 227-238, jan./jun., 2006

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!