Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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7. DISTÚRBIO DE FUNÇÕES<br />
CEREBRAIS<br />
Tínhamos duas estratégias para <strong>de</strong>scobrir e <strong>de</strong>screver<br />
a <strong>na</strong>tureza das funções psicológicas superiores. A primeira<br />
era acompanhar seu <strong>de</strong>senvolvimento; e a segunda era<br />
acompanhar o curso <strong>de</strong> sua dissolução sob condições <strong>de</strong><br />
lesão cerebral localizada. Em meados da década <strong>de</strong> 20,<br />
Vygotsky sugeriu pela primeira vez que uma investigação<br />
<strong>de</strong> lesões cerebrais localizadas po<strong>de</strong>ria se constituir num<br />
caminho para a análise da estrutura cerebral e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos processos psicológicos superiores.<br />
Naquela época, nem a estrutura <strong>de</strong>stes processos nem a<br />
organização funcio<strong>na</strong>l do cérebro estavam muito claras.<br />
Prevaleciam, então dois princípios diametralmente<br />
opostos <strong>de</strong> explicação <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento do cérebro. De<br />
um lado, tínhamos os teóricos da localização, que tentavam<br />
relacio<strong>na</strong>r cada função mental a uma área cortical específica;<br />
e <strong>de</strong> outro, os teóricos holísticos, que <strong>de</strong>fendiam<br />
que cérebro funcio<strong>na</strong> como um todo para produzir as funções<br />
psicológicas expressas pelo comportamento. De acordo<br />
com esta visão, era a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecido cerebral lesado,<br />
e não a localização da lesão, que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>va a <strong>na</strong>tureza<br />
dos efeitos resultantes.<br />
A investigação científica <strong>de</strong> distúrbios dos processos<br />
mentais complexos começou em 1861, quando o a<strong>na</strong>tomista<br />
francês Paul Broca <strong>de</strong>screveu o cérebro <strong>de</strong> um paciente<br />
que, por muitos anos, havia sido confi<strong>na</strong>do no Hospital<br />
Salpêtrière por ser incapaz <strong>de</strong> falar, apesar <strong>de</strong> conseguir<br />
enten<strong>de</strong>r a fala. Quando o paciente faleceu, Broca<br />
conseguiu obter uma informação muito precisa acerca da<br />
área <strong>de</strong> seu cérebro que estava lesada. Broca foi o primeiro<br />
a <strong>de</strong>monstrar a produção da fala, isto é, as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ções<br />
motoras que produzem a fala, estão associadas a uma re-<br />
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