Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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seus próprios estudos <strong>de</strong> psicanálise. O contraste entre estas<br />
diversas ativida<strong>de</strong>s e as limitadas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
realização profissio<strong>na</strong>l que existiram antes da Revolução<br />
revela a fonte fundamental da forte i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Alexan<strong>de</strong>r<br />
Romanovich com esta Revolução, e com o partido<br />
que a organizou. Um ativista da cabeça aos pés foi libertado<br />
pela Revolução. Ela lhe <strong>de</strong>u vida. Em retorno, ele empregou<br />
toda sua energia <strong>na</strong> realização das esperanças e<br />
dos i<strong>de</strong>ais que haviam sido libertados em outubro <strong>de</strong><br />
1917.<br />
A situação que Alexan<strong>de</strong>r Romanovich encontrou em<br />
Moscou representava um <strong>de</strong>safio. Kornilov, que havia conseguido<br />
<strong>de</strong>sbancar em 1923 o diretor pré-revolucionário do<br />
Instituto <strong>de</strong> Psicologia, parecia estar muito comprometido<br />
com a formação <strong>de</strong> uma psicologia marxista, soviética. A<br />
semelhança entre os usos que Kornilov e Luria faziam dos<br />
experimentos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> reação <strong>de</strong>u-lhes razão para crer<br />
que iniciavam uma longa e frutífera colaboração.<br />
Em Moscou Alexan<strong>de</strong>r Romanovich retomou sua pesquisa<br />
do ponto em que havia <strong>de</strong>ixado em Kazan. O trabalho<br />
procedia em duas frentes. Primeiro, <strong>de</strong>u início a uma<br />
gran<strong>de</strong> série <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos a um aperfeiçoamento<br />
do método motor combi<strong>na</strong>do, para o diagnóstico<br />
das maneiras pelas quais as emoções organizam ou <strong>de</strong>sorganizam<br />
o comportamento voluntário. A ousadia <strong>de</strong>ste empreendimento<br />
era impressio<strong>na</strong>nte, no contexto da experimentação<br />
psicológica da época. Em nenhum lugar encontramos<br />
um relato <strong>de</strong> como o jovem Luria, vinte e um anos,<br />
e o igualmente jovem Alexey Leontiev seu companheiro,<br />
conseguiram permissão para tirar da fila os estudantes<br />
que aguardavam o interrogatório oral das autorida<strong>de</strong>s universitárias.<br />
Talvez o tenham feito informalmente. Ainda<br />
mais enigmática é a maneira pela qual conseguiram que o<br />
promotor crimi<strong>na</strong>l permitisse que eles interrogassem suspeitos<br />
<strong>de</strong> assassi<strong>na</strong>to.<br />
Uma ironia <strong>de</strong>ste trabalho era sua ingênua boa-fé<br />
quanto ao resultado benigno da pesquisa. Quando Horsely<br />
Ganut traduziu o A Natureza dos Conflitos Humanos <strong>de</strong><br />
Alexan<strong>de</strong>r Romanovich, se referiu ao interrogatório <strong>de</strong> estudantes<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moscou por parte das autorida<strong>de</strong>s<br />
como uma "limpeza". Só em meados da década <strong>de</strong><br />
30 o procedimento em questão foi consi<strong>de</strong>rado um expurgo.<br />
A sombra <strong>de</strong>sta palavra era muito distante quando Alexan<strong>de</strong>r<br />
Romanovich empreen<strong>de</strong>u seu trabalho. Ao invés, à<br />
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