Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
não fazia parte da situação real do sujeito, sendo ape<strong>na</strong>s<br />
um aci<strong>de</strong>nte artificial sem qualquer relação com seus propósitos<br />
e motivações. E em segundo lugar, estados agudos<br />
evocados <strong>de</strong>sta maneira são rapidamente dissipados.<br />
Decidimos que uma maneira <strong>de</strong> superar essas i<strong>na</strong><strong>de</strong>quações<br />
<strong>de</strong> nossas pesquisas prévias, e das <strong>de</strong> outros cientistas,<br />
era trabalhar diretamente com pessoas que estavam<br />
experimentando emoções fortes <strong>na</strong> vida real. Escolhemos<br />
trabalhar com criminosos confessos ou suspeitos. Imagi<strong>na</strong>mos<br />
que se pudéssemos estudar criminosos logo após<br />
sua prisão, e a diversos períodos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>pois da prisão,<br />
como por exemplo <strong>na</strong> véspera do julgamento, po<strong>de</strong>ríamos<br />
observar as emoções fortes que são parte integrante<br />
da vida <strong>de</strong> uma pessoa. Tais situações geralmente produzem<br />
diversas emoções intensas: aquelas provenientes do<br />
próprio crime, aquelas provocadas pela <strong>de</strong>tenção e pelo encarceramento,<br />
e as evocadas pelo medo da punição. Também<br />
imagi<strong>na</strong>mos que se tivéssemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar<br />
sujeitos que mais tar<strong>de</strong> fossem julgados inocentes, teríamos<br />
um grupo contrastante, no qual o medo da prisão e<br />
as emoções advindas da incerteza da situação estariam<br />
presentes, mas que não teriam qualquer conhecimento dos<br />
<strong>de</strong>talhes do crime. Estes <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>riam ser usados<br />
como estímulos críticos no teste motor combi<strong>na</strong>do, e po<strong>de</strong>ríamos<br />
utilizar os dados resultantes no sentido <strong>de</strong> reconstituir<br />
os acontecimentos e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o culpado.<br />
Não éramos os primeiros, é claro, a conceber tal trabalho<br />
com criminosos, mas os pesquisadores anteriores<br />
haviam se restringido a trabalhar com criminosos culpados,<br />
somente após a libertação <strong>de</strong>stes. Nós tínhamos a liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> trabalhar com sujeitos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a prisão até após<br />
o julgamento. Durante diversos anos <strong>de</strong> estudo, coletamos<br />
dados experimentais <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cinqüenta indivíduos, a<br />
maioria dos quais eram assassinos suspeitos ou confessos.<br />
Uma das primeiras coisas que <strong>de</strong>scobrimos neste trabalho<br />
é que as emoções fortes impe<strong>de</strong>m os sujeitos <strong>de</strong> formar<br />
respostas verbomotoras estáveis e automáticas, ao<br />
passo que sujeitos <strong>de</strong> inteligência equivalente, operando<br />
em circunstâncias consi<strong>de</strong>radas normais, conseguem obter<br />
estas respostas após poucas tentativas. Aparentemente,<br />
os sujeitos influenciados por emoções fortes se adaptavam<br />
a cada nova situação <strong>de</strong> maneira única, e nunca atingiam<br />
um padrão estável <strong>de</strong> reação. Os sujeitos não só<br />
apresentavam respostas verbais motoras instáveis, quando<br />
39