Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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sua atenção para este problema em meados da década <strong>de</strong><br />
50, dando início a uma linha <strong>de</strong> pesquisa que já dura mais<br />
<strong>de</strong> vinte anos. Estabelecemos uma seção neurofisiológica<br />
em nosso laboratório no Instituto Bur<strong>de</strong>nko <strong>de</strong> Neurocirurgia,<br />
on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ríamos realizar nossa pesquisa neuropsicológica<br />
e neurofisiológica, garantindo que tivessem a necessária<br />
coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção.<br />
Uma das pedras angulares <strong>de</strong> nosso trabalho foi a<br />
pesquisa <strong>de</strong> Sokolov sobre o reflexo <strong>de</strong> orientação, que<br />
Pavlov havia <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do anos antes <strong>de</strong> reflexo do "o que<br />
é". O reflexo <strong>de</strong> orientação nos foi particularmente útil por<br />
manifestar tanto as características específicas quanto as<br />
não-específicas, que sabíamos serem ambas centrais para<br />
os mecanismos <strong>de</strong> ativação cerebral. O mo<strong>de</strong>lo experimental<br />
básico <strong>de</strong> nosso trabalho surgiu <strong>de</strong> uma técnica que eu<br />
havia <strong>de</strong>senvolvido em conjunto com Vinogradova no princípio<br />
da década <strong>de</strong> 50. Naquele momento havíamos utilizado<br />
a resposta galvânica da pele e o fluxo <strong>de</strong> sangue nos vasos<br />
periféricos como indicadores <strong>de</strong> ativação específica e<br />
não-específica, mas a lógica <strong>de</strong> procedimento não se alterou<br />
quando passamos a usar a <strong>de</strong>ssincronização <strong>de</strong> ondas<br />
alfa, como tem sido <strong>de</strong>monstrado por inúmeros experimentos<br />
subseqüentes.<br />
Primeiro adaptávamos os sujeitos sentando-os tranqüilamente<br />
numa poltro<strong>na</strong>, numa sala vazia on<strong>de</strong> não<br />
acontecia <strong>na</strong>da em especial. Então eles ouviam através <strong>de</strong><br />
um alto-falante uma lista <strong>de</strong> palavras comuns, lidas para<br />
eles a partir <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> controle. As palavras eram<br />
apresentadas em intervalos <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> um minuto, variando<br />
o tempo entre as palavras <strong>de</strong> modo que o sujeito<br />
não pu<strong>de</strong>sse antecipar o momento em que viria a próxima<br />
palavra.<br />
A resposta inicial à primeira palavra era uma marcada<br />
ativação não-específica, que se manifestava como um<br />
aumento da condutância elétrica da pele, uma diminuição<br />
do suprimento periférico <strong>de</strong> sangue, e uma <strong>de</strong>ssincronização<br />
do ritmo alfa. A medida que eram apresentadas novas<br />
palavras, a magnitu<strong>de</strong> da ativação, ou do reflexo <strong>de</strong> orientação,<br />
diminuía. Quando o reflexo <strong>de</strong> orientação já havia<br />
quase <strong>de</strong>saparecido, após apresentação <strong>de</strong> <strong>de</strong>z a quinze<br />
palavras, apresentávamos mais uma palavra, "casa", por<br />
exemplo, seguida <strong>de</strong> um leve choque elétrico <strong>na</strong> mão do<br />
sujeito. É <strong>de</strong>snecessário dizer que este choque produzia<br />
novo reflexo <strong>de</strong> orientação e elevava o nível <strong>de</strong> ativação. E,<br />
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