Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
10. CIÊNCIA ROMANTICA<br />
No princípio <strong>de</strong>ste século, o erudito alemão Max<br />
Verworn sugeriu que os cientistas po<strong>de</strong>m ser divididos em<br />
dois grupos distintos, <strong>de</strong> acordo com seu pendor científico<br />
particular: clássicos e românticos. Estas duas orientações<br />
básicas, notou, refletem não só a atitu<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> cada<br />
erudito em relação à ciência, como também suas<br />
características pessoais.<br />
Os eruditos clássicos são aqueles que encaram os<br />
eventos em termos <strong>de</strong> suas partes componentes. Passo a<br />
passo, isolam elementos e unida<strong>de</strong>s importantes, até serem<br />
capazes <strong>de</strong> formularem leis gerais e abstratas. Estas<br />
leis então são vistas como os agentes gover<strong>na</strong>ntes do fenômeno<br />
estudado. Um dos resultados <strong>de</strong>sta abordagem é a<br />
redução da realida<strong>de</strong> viva, com toda sua riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes,<br />
a esquemas abstratos. Per<strong>de</strong>m-se as proprieda<strong>de</strong>s do<br />
todo vivente, o que levou Goethe a escrever: "Cinzas são as<br />
teorias, mas sempre ver<strong>de</strong> é a árvore da vida".<br />
Os traços, atitu<strong>de</strong>s e estratégias dos eruditos românticos<br />
são exatamente os opostos. Não seguem o caminho<br />
do reducionismo, que é a filosofia domi<strong>na</strong>nte do grupo<br />
clássico. Os cientistas românticos não querem fragmentar<br />
a realida<strong>de</strong> viva em seus componentes elementares, e tampouco<br />
representar a riqueza dos eventos concretos através<br />
<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los abstratos que per<strong>de</strong>m as proprieda<strong>de</strong>s dos fenômenos<br />
em si mesmos. É <strong>de</strong> maior importância, para os<br />
românticos, a preservação da riqueza da realida<strong>de</strong> viva, e<br />
eles aspiram a uma ciência que retenha esta riqueza.<br />
Os eruditos românticos e a ciência romântica, é claro,<br />
têm suas limitações. À ciência romântica faltam a lógica e<br />
o raciocínio cuidadoso, consecutivo, passo-a-passo, que<br />
caracterizam a ciência clássica; tampouco atingem os românticos<br />
aquelas formulações sólidas e leis universalmen-<br />
179