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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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pediu para falar sobre os recentes <strong>de</strong>senvolvimentos ocorridos<br />

neste campo nos Estados Unidos. Não sei se meus<br />

ouvidos apren<strong>de</strong>ram logo, mas sob uma tal pressão minha<br />

fluência <strong>na</strong> língua russa melhorou rapidamente.<br />

Nos meses seguintes, Alexan<strong>de</strong>r Romanovich bondosamente<br />

fez com que fosse possível que eu realizasse todos<br />

os experimentos sobre reflexo condicio<strong>na</strong>do que havia vindo<br />

pesquisar. Embora eu logo tenha <strong>de</strong>scoberto que ele<br />

não mais utilizava esta técnica já havia uma década, meus<br />

experimentos foram incluídos numa série geral <strong>de</strong> investigações<br />

que sua colega Evgenia Homskaya estava realizando.<br />

Trabalhei tão <strong>de</strong>dicadamente quanto possível, sem perceber<br />

quão <strong>de</strong>sinteressantes meus trabalhos eram para<br />

meu anfitrião.<br />

De tempos em tempos Alexan<strong>de</strong>r Romanovich me levaria<br />

em sua ronda, visitando pacientes que esperavam ou<br />

se recuperavam <strong>de</strong> uma operação no Instituto <strong>de</strong> Neurocirurgia.<br />

O enorme respeito que ele evocava foi transferido<br />

para mim, um jovem estrangeiro numa mal-ajambrada jaqueta<br />

branca <strong>de</strong> laboratório. Nada entendi do significado<br />

<strong>de</strong> seus exames clínicos, ainda que achasse as tarefas que<br />

ele dava aos pacientes, e suas respostas, curiosamente interessantes.<br />

A impressão domi<strong>na</strong>nte que tive <strong>de</strong> Alexan<strong>de</strong>r Romanovich<br />

ao longo daquele ano foi o <strong>de</strong> um homem com pressa.<br />

Seu apetite pelo trabalho me exauria. Mesmo suas<br />

pausas para almoço eram mais do que eu po<strong>de</strong>ria acompanhar.<br />

Quando almoçávamos juntos, ele andaria rapidamente<br />

<strong>de</strong> seu laboratório até um pequeno café, próximo ao<br />

Instituto. Ainda que <strong>na</strong> época ele tivesse sessenta anos e<br />

eu só tivesse vinte e quatro, mal conseguia acompanhar<br />

seu passo. No café pedíamos dois enroladinhos e dois escaldantes<br />

copos <strong>de</strong> café, e comíamos <strong>de</strong> pé, no balcão. Pelo<br />

menos eu comia e bebia. Alexan<strong>de</strong>r Romanovich parecia<br />

i<strong>na</strong>lar o café fervente, enquanto eu timidamente assoprava<br />

a xícara para esfriá-lo. Deixando-me a sós com meu tenro<br />

paladar, ele saltaria <strong>de</strong> volta ao laboratório, on<strong>de</strong> eu po<strong>de</strong>ria<br />

encontrá-lo quando tivesse termi<strong>na</strong>do.<br />

Em intervalos irregulares ao longo do ano ele falou<br />

um pouco sobre seu passado e sobre seu mentor, Vygotsky.<br />

Deu-me cópias dos recém-reeditados trabalhos <strong>de</strong> Vygotsky,<br />

incitando-me a estudá-los. Certa ocasião, levou-me<br />

a seu escritório e me fez sentar numa mesa gran<strong>de</strong>, com<br />

tampo <strong>de</strong> vidro. Foi então a um armário repleto e trouxe<br />

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