Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reações motoras, e <strong>na</strong> época havia registrado um<br />
fenômeno curioso. Se criássemos condições em que os sujeitos<br />
experimentassem a sensação <strong>de</strong> dúvida, como, por<br />
exemplo, fazê-los <strong>de</strong>cidir entre apertar ou não um botão, a<br />
linha que registrava seus movimentos assumia uma forma<br />
<strong>de</strong>scontínua; a curva suave que era geralmente obtida se<br />
distorcia <strong>de</strong> uma maneira que parecia refletir a incerteza<br />
do sujeito. Decidi tentar transformar estas observações-piloto<br />
num estudo objetivo e experimental do conflito, da<br />
tensão e das emoções fortes. Em outras palavras, <strong>de</strong>cidi<br />
dar início à minha própria "psicanálise experimental",<br />
usando a distorção <strong>de</strong> respostas motoras como um indicador<br />
objetivo <strong>de</strong> conflitos emocio<strong>na</strong>is internos.<br />
Um dos componentes da técnica que <strong>de</strong>senvolvemos<br />
era a associação livre, como a usada por Jung em seu Estudos<br />
<strong>de</strong> Associações em Diagnóstico (1910). Demandávamos<br />
do sujeito que se engajasse numa resposta motora simultânea<br />
ã resposta associativa verbal. Enfatizo a palavra<br />
"simultânea" porque a lógica <strong>de</strong> nossa abordagem <strong>de</strong>pendia<br />
<strong>de</strong> que os componentes verbal e motor <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da<br />
resposta constituíssem um sistema funcio<strong>na</strong>l unitário.<br />
Só a partir <strong>de</strong> sua simultaneida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ríamos confiar<br />
que uma reação emocio<strong>na</strong>l se refletiria numa quebra<br />
do padrão estabelecido pela componente motora do sistema.<br />
Demos início a um intensivo período <strong>de</strong> pesquisas<br />
que se prolongaria por muitos anos. Primeiramente, Leontiev<br />
e eu conduzimos estudos com estudantes que se preparavam<br />
para seus exames. Instruíamos cada sujeito a<br />
apertar um pequeno bulbo <strong>de</strong> borracha com sua mão direita,<br />
enquanto mantinha sua mão esquerda relaxada segurando<br />
outro bulbo, e simultaneamente expressando a<br />
primeira palavra que vinha à sua mente em resposta a<br />
nosso estímulo verbal.<br />
Apresentamos dois tipos <strong>de</strong> estímulo verbal. Primeiro,<br />
havia os estímulos "neutros", palavras comuns que imaginávamos<br />
não ter qualquer significado especial para alguém<br />
que enfrentaria seus exames. Entremeados a esses,<br />
havia os estímulos "críticos", palavras como "exame", "fórmula",<br />
e "passou", que estavam ligadas à difícil experiência<br />
pela qual passariam os estudantes. Quando estudávamos<br />
as associações livres ou os tempos <strong>de</strong> reação do estudante,<br />
sem lançar mão <strong>de</strong> qualquer outro dado, tínhamos dificulda<strong>de</strong>s<br />
em distinguir suas respostas às duas classes <strong>de</strong> es-<br />
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