Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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que domi<strong>na</strong>r tudo que a lingüística daquele período, fins<br />
da década <strong>de</strong> trinta, pu<strong>de</strong>sse me ensi<strong>na</strong>r.<br />
Uma das primeiras influências importantes em meu<br />
antigo trabalho lingüisticamente orientado foi o Grunzuge<br />
<strong>de</strong>r Phonologie, <strong>de</strong> N. S. Trubetskoy, que foi publicado em<br />
Praga em 1939. Foi imediatamente reconhecido como um<br />
relato revolucionário dos mecanismos da organização<br />
acústica da linguagem. Trubetskoy argumentava que o<br />
processamento da linguagem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> criticamente não só<br />
das características físicas do som, como a altura, mas<br />
também do valor do som como um meio <strong>de</strong> reconhecimento<br />
do significado das palavras. Ele enfatizava este aspecto<br />
fonêmico da fala, em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> seu aspecto fonológico,<br />
pois era a organização do som em diferentes fonemas que<br />
distinguia as diferentes linguagens, e não os aspectos puramente<br />
físicos ou fonológicos do som. Para enten<strong>de</strong>r a<br />
afasia, eu sabia que teria <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar a fragmentação do<br />
sistema fonêmico, e não a mera <strong>de</strong>terioração da análise<br />
acústica. Quando <strong>de</strong>i início a esta linha <strong>de</strong> trabalho, a lição<br />
que aprendi <strong>de</strong> Trubetskoy não era nem um pouco óbvia;<br />
afi<strong>na</strong>l, eu estava observando pacientes que não conseguiam<br />
distinguir entre B e P, ou entre D e T, que sofriam<br />
do que era então chamado <strong>de</strong> "alie<strong>na</strong>ção dos significados<br />
das palavras" (Por exemplo, um paciente po<strong>de</strong>ria repetir<br />
enigmaticamente: "Postura... o que significa? ... Postura ...<br />
Postura ...?)".<br />
Eu sabia que os pacientes com lesões temporoparietoocipitais<br />
sofriam <strong>de</strong> uma severa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão,<br />
mas não sabia o que, em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das funções<br />
gramaticais, estava relacio<strong>na</strong>do a estas áreas do cérebro.<br />
Neste ponto fui ajudado por V. V. Vinogradov, que me chamou<br />
a atenção para a publicação <strong>de</strong> um jovem lingüista<br />
suíço, C. Sve<strong>de</strong>lius. No seu L'A<strong>na</strong>lyse <strong>de</strong> Language,. publicado<br />
em Uppsala em 1897, Sve<strong>de</strong>lius dividia todas as formas<br />
<strong>de</strong> comunicação verbal em duas classes distintas: a<br />
comunicação <strong>de</strong> eventos, cujo conteúdo po<strong>de</strong> ser expresso<br />
em imagens, e a comunicação <strong>de</strong> relações, como em "Sócrates<br />
é um homem" ou "Kathy é mais bonita que Mary",<br />
que requerem esquemas lingüísticos específicos, como as<br />
proposições ou a troca <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m das palavras, para expressar<br />
a<strong>de</strong>quadamente as idéias comunicadas. Eu precisava<br />
empreen<strong>de</strong>r um estudo especial <strong>de</strong>stas construções,<br />
tarefa à qual <strong>de</strong>diquei dois anos.<br />
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