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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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gens ópticas, que estavam intimamente relacio<strong>na</strong>das com<br />

outras sensações, incluindo o som, o paladar e <strong>de</strong>mais<br />

sensações táteis.<br />

Lembro-me <strong>de</strong> um dia em que íamos juntos ao laboratório<br />

do fisiologista russo L. A. Orbeli. "Você se lembra<br />

<strong>de</strong> como chegar lá?", perguntei a Sherashevsky, esquecendo<br />

que ele permanentemente conservava todas suas impressões.<br />

"Oh", respon<strong>de</strong>u ele, "como eu po<strong>de</strong>ria esquecer?<br />

Afi<strong>na</strong>l, aqui está esta cerca. Ela tem um gosto tão salgado,<br />

e é tão áspera; além disso, tem um som tão agudo e penetrante".<br />

Ele informou a Vygotsky: "Você tem uma voz tão<br />

amarela e crocante". E me contou sobre uma ocasião em<br />

que estava comprando um sorvete. A mulher que o vendia<br />

perguntou-lhe numa voz profunda: "Você prefere chocolate?"<br />

A voz <strong>de</strong>la lhe pareceu tão estri<strong>de</strong>nte que, <strong>na</strong> sua<br />

mente, o sorvete foi imediatamente coberto <strong>de</strong> pequenos<br />

pontos negros, e ele não conseguiu prová-lo. Como ele explicou<br />

o processo:<br />

"Eu reconheço uma palavra não só pelas imagens que<br />

evoca, mas por todo um complexo <strong>de</strong> sentimentos que a<br />

imagem <strong>de</strong>to<strong>na</strong>. E difícil <strong>de</strong> expressar ... não é ligado à visão<br />

ou à audição, é um sentido geral que eu tenho. Geralmente<br />

experiencio o peso e o gosto <strong>de</strong> uma palavra, e não<br />

tenho que fazer esforço para lembrar-me <strong>de</strong>la - a palavra<br />

parece lembrar-se <strong>de</strong> si mesma. Mas é difícil <strong>de</strong>screver. O<br />

que eu sinto é algo oleoso que me escapa pelas mãos... ou,<br />

tenho consciência <strong>de</strong> um leve formigamento <strong>na</strong> minha mão<br />

esquerda, causado por uma massa <strong>de</strong> pontos pequeninos e<br />

leves. Quanto isto acontece, eu simplesmente me lembro,<br />

sem sequer tentar" (Registro, 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1939).<br />

Estes componentes sinestéticos lhe forneciam uma<br />

informação adicio<strong>na</strong>l que garantia a correta lembrança. Se<br />

ele reproduzisse i<strong>na</strong><strong>de</strong>quadamente uma palavra, as sensações<br />

sinestéticas adicio<strong>na</strong>is não coincidiriam com a palavra<br />

pensada, dando-lhe a impressão <strong>de</strong> que algo estava errado<br />

e forçando-o a corrigir seu erro. Mas estas sensações<br />

eram secundárias, se comparadas ao componente visual<br />

<strong>de</strong> sua lembrança. Quando ele ouvia ou lia uma palavra,<br />

esta era imediatamente convertida numa imagem visual<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao objeto significado pela palavra. Ele <strong>de</strong>screveu:<br />

"Quando eu ouço a palavra ver<strong>de</strong>, aparece um<br />

vaso ver<strong>de</strong>; com a palavra vermelho vejo um homem <strong>de</strong> camisa<br />

vermelha vindo em minha direção. E o azul, significa<br />

para mim a imagem <strong>de</strong> alguém que ace<strong>na</strong> uma peque<strong>na</strong><br />

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