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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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elações primárias, diretas, entre os objetos e as ações, <strong>de</strong><br />

um lado, e a linguagem <strong>de</strong> outro.<br />

Head mostrou, por exemplo, que um paciente afásico,<br />

que conseguia facilmente i<strong>de</strong>ntificar a similarida<strong>de</strong> entre<br />

um objeto que lhe era apresentado e outro colocado sobre<br />

uma mesa, não teria sucesso se a tarefa consistisse <strong>na</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação entre dois objetos apresentados e outros dois,<br />

<strong>de</strong>ntre um grupo <strong>de</strong> vários colocados sobre uma mesa.<br />

Head atribuía essa dificulda<strong>de</strong> ao fato <strong>de</strong> que, quando confrontados<br />

com dois objetos, o paciente tentava registrá-los<br />

em palavras e realizar sua escolha com base <strong>na</strong> lembrança<br />

<strong>de</strong> seus nomes. Nesse caso, observava Head, "houve a intromissão<br />

<strong>de</strong> uma fórmula simbólica, não se tratando mais<br />

<strong>de</strong> um ato <strong>de</strong> comparação direta" (p. 518). Em outra parte,<br />

Head afirmou, <strong>de</strong> maneira totalmente coerente com nossa<br />

própria teoria, que "um animal, ou mesmo o homem sob<br />

certas condições, ten<strong>de</strong> a reagir diretamente aos aspectos<br />

perceptivos ou emocio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> uma situação; mas a formulação<br />

simbólica nos capacita a submetê-la à análise e a regular<br />

nosso comportamento <strong>de</strong> acordo" (p. 525).<br />

Este testemunho <strong>de</strong> um especialista no estudo do cérebro<br />

casava tanto com nossa própria distinção entre processos<br />

<strong>na</strong>turais e mediados que chegamos a pensar que a<br />

afasia, perturbando a linguagem - o meio primordial utilizado<br />

pelo homem para mediar sua experiência -, agia no<br />

sentido <strong>de</strong> forçar o indivíduo a operar sobre uma base <strong>na</strong>tural,<br />

não-mediada. Fomos reforçados nesta suposição pelas<br />

evidências apresentadas por Guillaume e Meyerson,<br />

que afirmavam que seus pacientes afásicos resolviam problemas<br />

<strong>de</strong> uma maneira que era característica das crianças<br />

novas. No entanto, investigações subseqüentes <strong>de</strong>monstraram<br />

que esta posição não era correta. Estávamos<br />

ultra-simplificando a <strong>na</strong>tureza da afasia e dos processos<br />

psicológicos <strong>de</strong> pacientes com lesões cerebrais. No princípio,<br />

porém, estas idéias constituíram-se numa forte motivação<br />

ao estudo das lesões cerebrais, como uma técnica<br />

que, imaginávamos, nos levaria a um entendimento das<br />

funções psicológicas superiores do homem, e nos proporcio<strong>na</strong>ria<br />

um meio para o entendimento também <strong>de</strong> sua<br />

base material no cérebro.<br />

Tivemos mais sucesso quando passamos a observar<br />

pacientes que sofriam <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Parkinson. Esta moléstia<br />

afeta regiões motoras subcorticais, <strong>de</strong> modo a perturbar<br />

a fluência dos movimentos involuntários. Observa-<br />

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