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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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processos psicológicos superiores como a memória e a<br />

atenção, po<strong>de</strong>ria ser encontrada num nível molecular ou<br />

mesmo submolecular. Estas tentativas <strong>de</strong> redução do comportamento<br />

consciente ao nível microscópico predomi<strong>na</strong>ram<br />

em especial no estudo do cérebro como base do comportamento.<br />

Durante este período, o estudo da ativida<strong>de</strong><br />

huma<strong>na</strong> consciente submergiu num mar <strong>de</strong> especulações<br />

moleculares.<br />

Aconteceu então aquela que foi, talvez, a realização<br />

mais impressio<strong>na</strong>nte. Foram inventados equipamentos eletrônicos<br />

cuja velocida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção excediam<br />

em muito a dos indivíduos humanos, e os computadores<br />

eletrônicos auto-reguladores tor<strong>na</strong>ram-se uma das<br />

ferramentas básicas da ciência. Muitos eruditos passaram<br />

a crer que a observação po<strong>de</strong>ria ser substituída pela simulação<br />

computadorizada e por mo<strong>de</strong>los matemáticos. Os<br />

compêndios e monografias <strong>de</strong> psicologia transbordaram <strong>de</strong><br />

tais mo<strong>de</strong>los e esquemas. Este dilúvio trouxe consigo um<br />

perigo ainda mais grave: a realida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> huma<strong>na</strong><br />

consciente estava sendo substituída por mo<strong>de</strong>los mecânicos.<br />

Esta tendência <strong>de</strong> reduzir fatos vivos a esquemas matemáticos<br />

e <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a investigação a cargo <strong>de</strong> instrumentos<br />

foi especialmente enfatizada <strong>na</strong> medici<strong>na</strong>. A medici<strong>na</strong><br />

dos anos anteriores havia se baseado num esforço <strong>de</strong> isolamento<br />

<strong>de</strong> síndromes, através da <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> sintomas<br />

significativos. Esta ativida<strong>de</strong> era consi<strong>de</strong>rada essencial<br />

tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento. Com o<br />

advento da nova instrumentação, estas formas clássicas<br />

<strong>de</strong> procedimento médico foram relegadas a um segundo<br />

plano. Os médicos <strong>de</strong> nosso tempo, tendo a seu lado uma<br />

bateria <strong>de</strong> testes e equipamentos <strong>de</strong> laboratório, freqüentemente<br />

não enxergam a realida<strong>de</strong> clínica. A observação dos<br />

pacientes e a avaliação das síndromes <strong>de</strong>ram lugar a <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> análises laboratoriais que são então combi<strong>na</strong>das<br />

por esquemas matemáticos como meio <strong>de</strong> diagnóstico e <strong>de</strong><br />

planejamento do tratamento. Os médicos que são gran<strong>de</strong>s<br />

observadores e gran<strong>de</strong>s pensadores têm gradualmente <strong>de</strong>saparecido.<br />

É raro encontrarmos hoje um médico realmente<br />

bom, que seja igualmente a<strong>de</strong>pto da observação, do julgamento<br />

e do tratamento. Não pretendo subavaliar o papel<br />

<strong>de</strong> instrumentação <strong>na</strong> medici<strong>na</strong>. Mas me inclino a rejeitar<br />

enfaticamente uma abordagem pela qual estes equipamentos<br />

auxiliares assumam lugar <strong>de</strong> método central, e pela<br />

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