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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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que fizesse comentários coerentes acerca do que estivesse<br />

lendo. Então mostrávamos a ele como po<strong>de</strong>ria utilizar estes<br />

comentários como estímulos auxiliares e assim organizar<br />

a <strong>na</strong>rrativa. Com a experiência, o paciente geralmente<br />

passava a ter muito sucesso <strong>na</strong> aplicação <strong>de</strong>ste método.<br />

Ao mesmo tempo em que este método po<strong>de</strong> ter um<br />

papel muito importante <strong>na</strong> restauração do fluxo da fala<br />

<strong>na</strong>rrativa <strong>na</strong>queles pacientes que sofrem <strong>de</strong> uma lesão<br />

frontal, sua aplicabilida<strong>de</strong> é limitada. Só é eficiente para a<br />

fala <strong>na</strong>rrativa relativamente simples. Além disso, não colabora<br />

para a restauração do fluxo ativo do pensamento do<br />

paciente, que operaria normalmente por meio <strong>de</strong> conexões<br />

inter<strong>na</strong>s e relações <strong>de</strong> causa e efeito; também não os ajuda<br />

a realizar transições <strong>de</strong> um evento a outro ou <strong>de</strong> um pensamento<br />

a outro. Para que ocorra uma restauração real da<br />

fala <strong>na</strong>rrativa, é necessário um auxílio mais extenso ao<br />

pensamento do paciente. Para que funcionem, estes auxílios<br />

têm que criar <strong>de</strong> algum modo a "experiência da transição",<br />

e têm <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolverem gradualmente até assumirem<br />

a forma <strong>de</strong> um estímulo que o paciente po<strong>de</strong> utilizar<br />

para gerar por si próprio essas transições dinâmicas. Chegamos<br />

a um método que consistia em fornecer ao paciente<br />

algumas frases que eram fórmulas <strong>de</strong> transição. Por exemplo,<br />

dávamos ao paciente um cartão sobre o qual estaria<br />

escrito uma série <strong>de</strong> palavras, como "no entanto", "enquanto",<br />

"ainda que", "<strong>de</strong>pois" e "uma vez que". Pedíamos<br />

então a ele que encontrasse as fórmulas <strong>de</strong> transição necessárias<br />

à construção <strong>de</strong> sua <strong>na</strong>rrativa, a partir das fórmulas<br />

do cartão. Achávamos que <strong>de</strong> início o cartão orientaria<br />

o pensamento do paciente, mas que com a prática o<br />

paciente passaria a produzir ele mesmo as fórmulas <strong>de</strong><br />

transição necessárias.<br />

Nossa hipótese foi comprovada, e o uso <strong>de</strong> cartões<br />

com fórmulas <strong>de</strong> transição tem muitas vezes sido <strong>de</strong>cisivo<br />

<strong>na</strong> restauração <strong>de</strong> uma fluência razoável à fala <strong>na</strong>rrativa<br />

<strong>de</strong>stes pacientes. Por exemplo, pedimos certa vez a um paciente,<br />

que tinha gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> em repetir estórias conhecidas,<br />

que nos contasse a estória <strong>de</strong> Tolstoi "O Cachorro<br />

Louco". Demos ao paciente um cartão que continha as<br />

fórmulas <strong>de</strong> transição, para compensar suas dificulda<strong>de</strong>s<br />

inerentes. Ele examinou o cartão cuidadosamente e contou<br />

a estória completa <strong>de</strong> maneira muito fluente. A estória começava<br />

assim (as fórmulas utilizadas pelo paciente estão<br />

grifadas): "Era uma vez um homem muito rico que com-<br />

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