Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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como, por exemplo, pegando um bloco e dizendo que é um<br />
carro. Até certo ponto, esse tipo <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> continuar<br />
sem qualquer análise das proprieda<strong>de</strong>s objetivas do<br />
material com que a criança está brincando. Ela po<strong>de</strong> pegar<br />
um bloco e dizer: "isto é uma árvore". Outro bloco po<strong>de</strong> ser<br />
um carro, e outro, menor, po<strong>de</strong> ser um cachorro. Usando<br />
os blocos, as crianças, em especial as <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> pré-escolar,<br />
dão livre trânsito à sua imagi<strong>na</strong>ção criativa. Esse tipo <strong>de</strong><br />
brinca<strong>de</strong>ira freqüentemente é muito atraente, mas não <strong>de</strong>senvolve<br />
as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> observação da criança ou sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar os problemas e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r os elementos<br />
e as combi<strong>na</strong>ções <strong>de</strong> elementos que são mais apropriados<br />
à tarefa construtiva.<br />
Com estas restrições em mente, Mirenova e eu <strong>de</strong>senvolvemos<br />
a seguinte tarefa construtiva. Apresentávamos à<br />
criança um mo<strong>de</strong>lo, e pedíamos que ela o copiasse com um<br />
conjunto <strong>de</strong> blocos. Os mo<strong>de</strong>los que apresentamos diferiam<br />
daqueles normalmente usados <strong>na</strong>s pré-escolas em<br />
que os contornos dos elementos individuais necessários à<br />
construção da estrutura não apareciam (ver figura). Conseguíamos<br />
isto <strong>de</strong> duas maneiras: ou dando à criança um<br />
contorno bidimensio<strong>na</strong>l do mo<strong>de</strong>lo que <strong>de</strong>via construir, ou<br />
apresentando-lhe um mo<strong>de</strong>lo tridimensio<strong>na</strong>l coberto por<br />
um papel branco grosso, <strong>de</strong> modo que o contorno geral<br />
fosse visível mas os componentes individuais não. O mo<strong>de</strong>lo<br />
típico, no qual cada um dos blocos individuais da estrutura<br />
é visível, po<strong>de</strong> ser copiado pela simples comparação<br />
visual entre os blocos disponíveis e aqueles existentes <strong>na</strong><br />
estrutura que a criança tenta copiar. Mas o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
contorno dava à criança uma tarefa específica, sem fornecer-lhe<br />
informação explícita <strong>de</strong> como realizá-la, uma vez<br />
que não se apresentava a ela o modo <strong>de</strong> junção dos diferentes<br />
componentes.<br />
Um mo<strong>de</strong>lo com todos os elementos visíveis (à esquerda) e<br />
outro mo<strong>de</strong>lo com ape<strong>na</strong>s os contornos visíveis.<br />
Em contraste com o tipo normal <strong>de</strong> tarefa construtiva,<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contorno exigia que a criança <strong>de</strong>scobrisse sozinha<br />
quais dos muitos blocos possíveis eram mais a<strong>de</strong>quados<br />
à tarefa. Este <strong>de</strong>safio tor<strong>na</strong>va o trabalho interessante<br />
e ajudava a concentrar a atenção da criança.<br />
Nossa tarefa <strong>de</strong> construção também diferia da brinca<strong>de</strong>ira<br />
livre com blocos em que mantinha a criança <strong>de</strong>ntro<br />
da estrutura fornecida pelo mo<strong>de</strong>lo, através do qual ela po-<br />
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