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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa

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prática. No entanto, tão logo tinham que mudar para um<br />

sistema <strong>de</strong> pensamento teórico, três fatores limitavam<br />

substancialmente sua capacida<strong>de</strong>. O primeiro era uma<br />

<strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> premissas iniciais que não fossem oriundas<br />

<strong>de</strong> suas experiências pessoais. Isto tor<strong>na</strong>va impossível<br />

que usassem tais premissas como ponto <strong>de</strong> partida. Segundo,<br />

não aceitavam tais premissas como universais. Ao<br />

invés, as viam como uma afirmação particular que refletia<br />

um fenômeno particular. E terceiro, como resultado <strong>de</strong>sses<br />

dois primeiros fatores, os silogismos se <strong>de</strong>sintegravam em<br />

três proposições isoladas e particulares, sem lógica unificada,<br />

e não havia ca<strong>na</strong>l pelo qual pu<strong>de</strong>ssem se integrar ao<br />

sistema. Na ausência <strong>de</strong> uma tal estrutura lógica, os sujeitos<br />

tinham que resolver os problemas através da adivinhação<br />

ou apelando para a própria experiência. Ainda que<br />

nosso grupo <strong>de</strong> camponeses iletrados pu<strong>de</strong>sse usar relações<br />

lógicas <strong>de</strong> forma objetiva se pu<strong>de</strong>ssem basear-se <strong>na</strong><br />

própria experiência, pu<strong>de</strong>mos concluir que não haviam adquirido<br />

o silogismo como um instrumento para executar<br />

inferências lógicas.<br />

Como em todo o resto <strong>de</strong> nossa pesquisa, a coisa mudava<br />

totalmente <strong>de</strong> figura quando dirigíamos nossa atenção; aos<br />

sujeitos instruídos, que respondiam a esses silogismos; lógicos<br />

da mesma maneira que nós respon<strong>de</strong>ríamos. Tiravam<br />

imediatamente a conclusão correta — e, para nós, óbvia — <strong>de</strong><br />

cada um dos silogismos apresentados, sem qualquer relação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência com a certeza factual das premissas ou sua<br />

aplicabilida<strong>de</strong> à sua experiência imediata.<br />

Descrevi brevemente aqui três tipos <strong>de</strong> experimentos,<br />

<strong>de</strong> um conjunto muito maior que empreen<strong>de</strong>mos no curso<br />

<strong>de</strong> nossa expedição. Estes experimentos foram seguidos<br />

por análises cuidadosas da resolução <strong>de</strong> problemas e raciocínio,<br />

imagi<strong>na</strong>ção, e fantasia, e a maneira pela qual os<br />

informantes avaliavam suas próprias perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s. Alcunhamos<br />

estas últimas observações <strong>de</strong> "experimentos anticartesianos",<br />

porque constatamos ser a autoconsciência<br />

crítica o produto fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento psicológico<br />

socialmente <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do, e não seu ponto <strong>de</strong> partida,<br />

como as idéias <strong>de</strong> Descartes nos levariam a acreditar. Não<br />

vou repetir todos os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>sses experimentos, porque<br />

os mesmos padrões se repetiam em todos. Em todos os casos<br />

constatamos que mudanças <strong>na</strong>s formas da ativida<strong>de</strong><br />

prática, e especialmente aquela reorganização da ativida<strong>de</strong><br />

baseada <strong>na</strong> educação formal, produziram mudanças quali-<br />

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