Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> símbolos numéricos e <strong>de</strong> diferentes<br />
tipos <strong>de</strong> conceitos abstratos também não é afetada. São<br />
capazes <strong>de</strong> repetir e <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r muitas frases que simplesmente<br />
comunicam através <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> imagens<br />
verbais, como: "Num dia ensolarado, a floresta estava<br />
absolutamente silenciosa. Os pinheiros não se agitavam.<br />
Flores se espraiavam pela grama ver<strong>de</strong> e nova".<br />
Este tipo particular <strong>de</strong> afasia só se manifesta quando<br />
os pacientes têm que operar com grupos ou arranjos <strong>de</strong><br />
vários elementos. Se perguntamos a eles" "On<strong>de</strong> está o<br />
amigo <strong>de</strong> minha irmã?", ou dizemos: "Aponte para o lápis<br />
que tem uma chave <strong>de</strong>senhada", eles não enten<strong>de</strong>m o que<br />
está sendo dito. Como colocou um dos pacientes, "Sei on<strong>de</strong><br />
há uma irmã e on<strong>de</strong> há um amigo, mas não sei quem pertence<br />
a quem". Isto é típico <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> afasia<br />
semântica, que são incapazes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r imediatamente<br />
as relações entre os diversos elementos <strong>de</strong> uma<br />
construção gramatical complexa.<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes pacientes <strong>de</strong> perceberem as relações<br />
conceituais envolvidas nestas construções não po<strong>de</strong>,<br />
via <strong>de</strong> regra, ser incrementada pela prática extensiva, pelo<br />
aprendizado mecânico ou pelo trei<strong>na</strong>mento prático. Construções<br />
gramaticais que são facilmente domi<strong>na</strong>das por<br />
uma criança <strong>de</strong> cinco ou seis anos não se fazem acessíveis<br />
mesmo aos pacientes mais instruídos, cuja habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
síntese simultânea <strong>de</strong> palavras foi afetada. O método básico<br />
<strong>de</strong> nossa terapia para estes casos era evitar aquelas dificulda<strong>de</strong>s<br />
insuperáveis para os pacientes, e substituir a<br />
percepção direta <strong>de</strong> relações por um raciocínio seqüencial,<br />
pelo uso <strong>de</strong> diversos auxílios externos.<br />
Estes métodos eram geralmente usados quando ensinávamos<br />
os pacientes a enten<strong>de</strong>r construções inflectivas e<br />
prepositivas. Por exemplo, <strong>de</strong>mos a pacientes que eram incapazes<br />
<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a relação expressa pela frase "o círculo<br />
sobre o triângulo" ou "o triângulo sobre o círculo" o seguinte<br />
<strong>de</strong>senho, que po<strong>de</strong>ria ser utilizado por eles para<br />
transformar a relação complexa em relações mais simples:<br />
Ao lado <strong>de</strong> cada figura sombreada há um mote que<br />
transforma a preposição relativa {acima, abaixo) numa expressão<br />
absoluta (por cima, por baixo). Este <strong>de</strong>senho permitia<br />
ao paciente que substituísse a incompreensível relação<br />
"o círculo sobre o triângulo" por outra que ele pu<strong>de</strong>sse<br />
enten<strong>de</strong>r diretamente: "o círculo está por cima e o triângulo<br />
está por baixo". Fragmentando a fórmula gramatical<br />
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