Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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No mesmo artigo, Alexan<strong>de</strong>r Romanovich <strong>de</strong>finia a<br />
maior limitação da psicanálise com sua incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar a influência do ambiente social <strong>na</strong> conformação<br />
dos processos psicológicos individuais. Embora tenha se<br />
comprometido a retomar este ponto novamente, esta promessa<br />
não se realizou por duas razões principais. Em primeiro<br />
lugar, em 1924 ele encontrou Vygotsky, que tinha<br />
uma visão muito mais ampla da psicologia como uma<br />
ciência social e <strong>na</strong>tural do que Alexan<strong>de</strong>r Romanovich já<br />
tivesse imagi<strong>na</strong>do. E em segundo lugar, <strong>na</strong> União Soviética<br />
as idéias psica<strong>na</strong>líticas eram crescentemente consi<strong>de</strong>radas<br />
antimarxistas.<br />
Os cientistas americanos conservaram por longo tempo<br />
o estereótipo <strong>de</strong> que os artigos <strong>de</strong> psicólogos soviéticos<br />
começam com uma home<strong>na</strong>gem obrigatória a Marx, Engels,<br />
e talvez Pavlov, e então entram <strong>na</strong> real substância do<br />
assunto. O que está implícito é que uma tal estrutura filosófica<br />
é irrelevante para o trabalho do cientista. Em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos<br />
períodos da história da União Soviética, isto realmente<br />
aconteceu. Mesmo Alexan<strong>de</strong>r Romanovich não era<br />
imune às pressões para que suas visões se conformassem<br />
a exigências políticas e filosóficas, sendo que a linha divisória<br />
entre filosofia e policiamento político, <strong>na</strong> ciência soviética,<br />
por vezes se fez muito tênue. No entanto, seria um<br />
engano interpretar a inclusão do Marxismo <strong>na</strong> psicologia<br />
soviética dos anos 20 como reflexo <strong>de</strong> uma pressão política.<br />
O espírito exatamente oposto parece ter motivado<br />
aqueles que se engajaram no multifacetado <strong>de</strong>bate a respeito<br />
das direções futuras da psicologia soviética. Havia incerteza<br />
e havia profundos <strong>de</strong>sacordos, mas havia também<br />
entusiasmo e otimismo.<br />
Na psicologia, as primeiras discussões do Marxismo<br />
<strong>na</strong> década <strong>de</strong> 20 foram caracterizadas por aquilo que eu<br />
chamo <strong>de</strong> uma abordagem "conjuntiva". Cada cientista -<br />
inclusive Chelpanov, cuja orientação wundtia<strong>na</strong> o tor<strong>na</strong>va<br />
um candidato improvável - expunha como sua linha <strong>de</strong><br />
psicologia era coerente com os princípios marxistas, e aqui<br />
incluo Alexan<strong>de</strong>r Romanovich. Apontavam-se os pontos <strong>de</strong><br />
contato entre o Marxismo e a teoria psicológica, fosse esta<br />
a reactologia <strong>de</strong> Kornilov, a reflexologia <strong>de</strong> Bekhterev, ou a<br />
psicanálise <strong>de</strong> Luria, e argumentava-se acerca <strong>de</strong> sua inter<strong>de</strong>pendência.<br />
Mas todas as discussões tinham um caráter<br />
ad hoc, porque não estava claro se o casamento entre<br />
alguma teoria psicológica em particular e o Marxismo seria<br />
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