Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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<strong>de</strong>rávamos absurda a manutenção <strong>de</strong> uma separação obsoleta<br />
entre "vida espiritual" e cérebro, e a negação da possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta da base material da mente. As<br />
idéias acríticas do "potencial <strong>de</strong> massa" traziam novamente<br />
à to<strong>na</strong> a noção, para nós i<strong>na</strong>ceitável, do cérebro como uma<br />
massa nervosa primitiva e indiferenciada. As razões pelas<br />
quais rejeitamos a idéia da localização estrita só surgiram<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muitos anos <strong>de</strong> trabalho, e são um pouco mais<br />
complicadas.<br />
A maioria dos investigadores que estudaram o problema<br />
da localização cortical enten<strong>de</strong>ram o significado do termo<br />
Junção como "a função <strong>de</strong> um tecido em particular". E,<br />
por exemplo, perfeitamente <strong>na</strong>tural que consi<strong>de</strong>remos que<br />
a secreção <strong>de</strong> bile é uma função do fígado, e a secreção <strong>de</strong><br />
insuli<strong>na</strong> uma função do pâncreas. Também é lógico consi<strong>de</strong>rar<br />
a percepção da luz como função dos elementos fotossensíveis<br />
da reti<strong>na</strong> e dos neurônios altamente especializados<br />
do córtex visual. Essa <strong>de</strong>finição, no entanto, não abarca<br />
todos os usos do termo função.<br />
Quando falamos da "função <strong>de</strong> respiração", obviamente<br />
não po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rá-la como função <strong>de</strong> um tecido<br />
em particular. O objetivo último da respiração é suprir<br />
<strong>de</strong> oxigênio os alvéolos pulmo<strong>na</strong>res, difundi-lo através das<br />
pare<strong>de</strong>s dos alvéolos, fazendo-o chegar ao sangue. O processo<br />
como um todo não é realizado como função simples<br />
<strong>de</strong> um tecido em particular, mas como um sistema funcio<strong>na</strong>l<br />
completo, abarcando muitos componentes pertencentes<br />
a diferentes níveis dos sistemas secretor, locomotor e<br />
nervoso. Tal "sistema funcio<strong>na</strong>l" - termo introduzido e <strong>de</strong>senvolvido<br />
por P. K. Anokhin em 1935 - difere dos outros<br />
não só <strong>na</strong> complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua estrutura, mas também <strong>na</strong><br />
mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas partes componentes. A função origi<strong>na</strong>l<br />
da respiração - restauração da homeostase - e seu resultado<br />
fi<strong>na</strong>l - o transporte <strong>de</strong> oxigênio até os alvéolos pulmo<strong>na</strong>res<br />
e sua absorção pela corrente sangüínea - obviamente<br />
permanecem constantes. O modo pelo qual esta tarefa é<br />
realizada, no entanto, po<strong>de</strong> variar consi<strong>de</strong>ravelmente. Por<br />
exemplo, se o diafragma, o principal grupo muscular envolvido<br />
<strong>na</strong> respiração, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> atuar, entram em ação os<br />
músculos intercostais, e se por alguma razão estes músculos<br />
não funcio<strong>na</strong>rem, são mobilizados os músculos da laringe,<br />
e a pessoa ou animal passará então a engolir o ar,<br />
que atingirá os alvéolos pulmo<strong>na</strong>res por um caminho totalmente<br />
diferente. A presença <strong>de</strong> uma tarefa invariável,<br />
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