Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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"zo<strong>na</strong> da fala" e as porções inferiores da área pré-motora.<br />
Uma lesão nesta parte do córtex interfere com a transferência<br />
<strong>de</strong> um movimento a outro, e a escrita se <strong>de</strong>sautomatiza;<br />
e às vezes, troca-se a or<strong>de</strong>m correta das letras <strong>de</strong><br />
uma palavra, ou repete-se algum <strong>de</strong> seus elementos. Esta<br />
síndrome não raro está ligada à afasia motora cinética.<br />
Por fim, a escrita, como qualquer ativida<strong>de</strong>, necessita<br />
<strong>de</strong> um plano ou <strong>de</strong> um propósito constante, e <strong>de</strong> uma retroalimentação<br />
contínua acerca dos resultados da ação. Se<br />
o paciente é incapaz <strong>de</strong> manter um propósito constante,<br />
ou não está recebendo informações contínuas <strong>de</strong> suas ações,<br />
per<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção e também per<strong>de</strong> <strong>de</strong> vista sua<br />
própria ativida<strong>de</strong>. Nestas condições, a escrita também é<br />
afetada, mas o distúrbio transparece, neste caso, no significado<br />
e no conteúdo do que é escrito. Associações irrelevantes<br />
e expressões estereotipadas se introduzem no processo<br />
<strong>de</strong> escrita. Tais problemas estão freqüentemente presentes<br />
em pacientes com lesões dos lobos frontais. A partir<br />
<strong>de</strong> tudo isto, po<strong>de</strong>-se perceber que muitas regiões do cérebro<br />
estão presentes no complexo sistema funcio<strong>na</strong>l que<br />
subjaz à escrita. Cada área é responsável por uma parte<br />
do processo sob condições normais, e um distúrbio em<br />
qualquer das áreas em particular terá efeitos distintos sobre<br />
a escrita subseqüente.<br />
Existem várias perguntas que po<strong>de</strong>m ser feitas, e vários<br />
princípios que po<strong>de</strong>m ser aplicados, no processo <strong>de</strong><br />
diagnóstico e tratamento <strong>de</strong> rupturas em funções psicológicas<br />
complexas <strong>de</strong>vido a lesões cerebrais. Fazendo o diagnóstico,<br />
nos perguntamos qual elo, ou quais elos, do sistema<br />
normal <strong>de</strong> constelações <strong>de</strong> zo<strong>na</strong>s cerebrais, foram rompidos<br />
pela lesão. Quando a análise indica a zo<strong>na</strong> afetada,<br />
po<strong>de</strong>mos empreen<strong>de</strong>r o tratamento. O tratamento e o diagnóstico<br />
não são tão separados quanto parecem. Na tentativa<br />
<strong>de</strong> tratar um distúrbio em particular, não raro modificamos<br />
nosso diagnóstico. Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r quais os elos<br />
afetados, tentamos <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r quais os elos que permanecem<br />
intactos. No tratamento do distúrbio, utilizamos esses<br />
outros elos, que suplementamos com esquemas externos<br />
<strong>de</strong> auxílio para reconstruir a ativida<strong>de</strong> com base num novo<br />
sistema funcio<strong>na</strong>l. A construção e a manutenção <strong>de</strong>ste<br />
novo sistema funcio<strong>na</strong>l po<strong>de</strong> levar um bom tempo <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento,<br />
mas ao fim <strong>de</strong>sse período o paciente po<strong>de</strong> engajar-se<br />
<strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> anteriormente afetada sem qualquer<br />
assistência exter<strong>na</strong>. Durante o processo, tentamos dar ao<br />
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