Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ... - Stoa
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an<strong>de</strong>irola azul <strong>de</strong> uma janela... Mesmo os números me<br />
evocam imagens. Tome o número 1. É um homem orgulhoso,<br />
bem formado; o 2 é uma mulher alegre; o 3 é uma<br />
pessoa <strong>de</strong>pressiva" (Registro, setembro <strong>de</strong> 1936).<br />
Quando Sherashevsky lia uma série <strong>de</strong> palavras, cada<br />
palavra evocava uma imagem gráfica. Como as séries eram<br />
geralmente longas, ele tinha <strong>de</strong> arrumar um jeito <strong>de</strong> distribuir<br />
estas imagens em alguma seqüência mental. Freqüentemente<br />
ele as "distribuiria" ao longo <strong>de</strong> uma rodovia<br />
ou rua que ele visualizava em sua mente. Esta técnica explica<br />
porque ele podia facilmente reproduzir uma série do<br />
começo ao fim, ou em or<strong>de</strong>m inversa, e porque ele podia<br />
rapidamente nomear a palavra que seguia ou precedia alguma<br />
outra que eu selecio<strong>na</strong>ra da série. Para fazê-lo, ele<br />
simplesmente começaria a andar, do começo ou do fim da<br />
rua, encontrar a imagem do objeto nomeado e "olhar" o<br />
que acontecia à volta <strong>de</strong>le.<br />
Estas imagens e sensações eram surpreen<strong>de</strong>ntemente<br />
estáveis, e ele era capaz <strong>de</strong> recitar trechos <strong>de</strong> conversas ou<br />
apresentações que haviam ocorrido havia décadas. Era impossível<br />
estabelecer um limite para a capacida<strong>de</strong> ou reação<br />
<strong>de</strong> sua memória, ou encontrar qualquer indício <strong>de</strong> que esta<br />
se extinguia ao longo do tempo.<br />
Esta estabilida<strong>de</strong> tornou-se especialmente problemática<br />
para ele quando iniciou sua carreira <strong>de</strong> mnemónico<br />
profissio<strong>na</strong>l. Escreveu: "Tenho medo <strong>de</strong> começar a confundir<br />
as diferentes apresentações. Então, em minha mente,<br />
eu apago a lousa e a cubro, por assim dizer, com um filme<br />
completamente opaco e impenetrável. Eu tiro isto da lousa<br />
e ouço o som que emite quando eu o amasso até virar uma<br />
bola... Mesmo assim, quando começa a próxima apresentação<br />
e eu me dirijo àquela lousa, os números que apaguei<br />
po<strong>de</strong>m aparecer novamente" (Carta. 1939). Ele tentou escrever<br />
as coisas, <strong>de</strong> modo que não precisasse mais lembrar-se<br />
<strong>de</strong>las, mas este procedimento também não era satisfatório.<br />
Ele foi além e começou a jogar fora ou mesmo<br />
queimar as folhas <strong>de</strong> papel <strong>na</strong>s quais havia escrito os itens<br />
que <strong>de</strong>sejava esquecer. Mas ele ainda lembrava. Então,<br />
"Uma noite - no dia 23 <strong>de</strong> abril - eu estava muito<br />
exausto após três apresentações, e me perguntava como<br />
eu enfrentaria a quarta. À minha frente eu via as tabelas<br />
<strong>de</strong> números das três primeiras apresentações ... pensei em<br />
dar uma rápida olhada para ver se a primeira tabela ainda<br />
estava lá. Eu tinha medo que <strong>de</strong> algum modo ela não mais<br />
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